GAB. A
De acordo com Kingdon, o modelo dos fluxos múltiplos tenta explicar porque alguns
temas entram e outros não entram na agenda governamental. Este modelo parte do
princípio de que os governos são permeados por três fluxos:
➢ Fluxo dos problemas;
➢ Fluxo das soluções ou alternativas;
➢ Fluxo da política.
O fluxo dos problemas engloba todas as situações percebidas como problemas
públicos.
Assim, alguns elementos podem ajudar a mudar uma situação do “estado de coisas”
para a agenda governamental:
✓ Indicadores – podem indicar a piora rápida de um problema ou uma tendência
crítica;
✓ Crises e eventos – um momento em que a população saia em defesa de alguma
causa ou algum evento que “imponha” a discussão de um problema, como o caso
de uma morte hedionda de uma criança, por exemplo.
✓ Feedback – a própria percepção da ação governamental pode “acender a luz
vermelha” e levar um tema a ser discutido, como ocorre no caso da segurança
pública em algumas cidades, por exemplo.
O fluxo de soluções normalmente parte do que se chama de policy communities, ou
seja, grupos de especialistas da área que desenvolvem propostas (que muitas vezes
não são relacionadas diretamente com os problemas do momento). Dentre os fatores
que farão as propostas serem reconhecidas, podemos citar a viabilidade técnica e
econômica, bem como a comunhão de valores aceitos pela comunidade.
O fluxo político se relaciona com as barganhas e negociações entre os políticos
propriamente ditos. Nesta dinâmica, Kingdon menciona três elementos que
impactam neste fluxo:
➢ O clima político nacional – national mood;
➢ As forças políticas organizadas ou grupos de pressão;
➢ Mudanças ocorridas dentro do governo.
Estes três fluxos devem convergir para que um problema entre na agenda governamental
Entretanto, nem sempre é necessário que todos os três fluxos estejam convergindo no mesmo tempo.
Fonte: PDF Estratégia