SóProvas


ID
5521660
Banca
FAU
Órgão
CPS-PR
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O problema dos cálculos biliares 


    Para uma parte do corpo tão pequena e pouco essencial, a vesícula biliar pode causar muita dor. Mais ou menos do tamanho e formato de uma pera, o órgão fica no lado direito do abdome. Sua função é guardar a bile, líquido produzido pelo fígado que ajuda a digerir a gordura da alimentação. A vesícula libera o líquido no intestino delgado quando necessário. 

    Quando o delicado equilíbrio químico da bile se altera – não sabemos direito como nem por quê -, seus componentes podem se cristalizar. Com o tempo, esses cristais se combinam para formar cálculos (colelitíase), pequenos como grãos de areia ou grandes como bolas de golfe. Em pelo menos 75% dos casos, os cálculos biliares não causam sintomas nem complicações e, portanto, não exigem tratamento. No entanto, caso um cálculo obstrua temporariamente um dos dutos da bile que entram e saem da vesícula, o resultado é um surto súbito e rápido de dor intensa no abdome, na área das costelas e/ou nos ombros. Isso não causa problemas duradouros, mas é bom ir ao médico para confirmar se é mesmo a vesícula, e não outro problema, como uma úlcera.

    A obstrução prolongada ou permanente dos dutos pode provocar complicações graves, como infecções e inflamações. Vá ao médico imediatamente se tiver icterícia, febre, arrepios ou dor incessante.

    Os cálculos biliares são mais comuns em mulheres com mais de 40 anos e em pessoas com histórico familiar da doença. O principal fator de risco passível de correção é a obesidade, diz o Dr. Stephen Ryder, consultor médico do British Liver Trust. Mas ele é contra emagrecer depressa demais, pois isso pode dar início à formação de cálculos ou provocar sintomas; “portanto, é melhor um emagrecimento controlado”, diz ele.

    Se você já tem cálculos biliares sintomáticos, e os ataques são leves, é possível controlar seus efeitos com analgésicos; uma alimentação com baixo teor de gordura também faz uma modesta diferença. Se os sintomas forem graves e frequentes, o único tratamento eficaz é a remoção cirúrgica da vesícula.

    É possível viver sem ela, pois o fígado continua a produzir bile, que passa direto ao intestino delgado em vez de se acumular primeiro na vesícula. Depois da cirurgia, cerca de um em dez pacientes sofre diarreia ocasional enquanto o sistema digestivo se adapta à liberação contínua da bile. Isso pode durar de semanas a anos, mas medicamentos chamados sequestradores de ácidos biliares ajudam a controlar o problema. Mas, para a maioria, a diferença entre ter ou não vesícula é imperceptível.


Samantha Rideout Fonte: Revista Seleções, abril de 2018, páginas 16 e 17. 

Assinale a alternativa correta quanto ao uso da palavra sequestradores no trecho “ Depois da cirurgia, cerca de um em dez pacientes sofre diarreia ocasional enquanto o sistema digestivo se adapta à liberação contínua da bile. Isso pode durar de semanas a anos, mas medicamentos chamados sequestradores de ácidos biliares ajudam a controlar o problema.”:

Alternativas
Comentários
  • Medicamentos sequestradores (essa expressão faz uma metáfora entre a função de um medicamento e a função de um sequestrador).

    É o mesmo que dizer:

    Metáfora;

    Esse medicamento X é um sequestrador

    por comparar " sequestradores " a um medicamento , logo é sentido conotativo , pois não existe essa classificação no mundo literal/verdadeiro/ na medicina , o eulirico usou apenas para comparar a função do medicamento com a de um sequestrador.

    Sentido denotativo : sentido verdadeiro/ que realmente existe , não poderia comparar com sequestradores e sim dizer o nome original do medicamento ou a função sem comparação

  • A questão é sobre figuras de linguagem e quer que assinalemos a alternativa correta quanto ao uso da palavra sequestradores no trecho “Depois da cirurgia, cerca de um em dez pacientes sofre diarreia ocasional enquanto o sistema digestivo se adapta à liberação contínua da bile. Isso pode durar de semanas a anos, mas medicamentos chamados sequestradores de ácidos biliares ajudam a controlar o problema”. Vejamos:

     .

    A) Foi empregada no sentido denotativo

    Errado. "Sequestrador" aqui não está sendo usado no sentido real de "pessoa que rapta, rouba, furta".

    Linguagem figurada ou conotação: sentido simbólico das palavras, não literal.

    Linguagem literal ou denotação: sentido literal, básico, usual, real.

    Denotativa = De verdade

    Conotativa = Conto de fadas

     .

    B) Foi empregada no sentido conotativo por eufemismo

    Errado.

    Eufemismo: consiste em suavizar a expressão de uma ideia triste, molesta ou desagradável, substituindo o termo contundente por palavras ou circunlocuções amenas ou polidas.

    Ex.: Fulano foi desta para melhor. [= morreu]

     .

    C) Foi empregada no sentido conotativo por metáfora 

    Certo. O sentido conotativo, simbólico foi usado aqui. Houve uma metáfora, ou seja, uma comparação (sem o uso do comparativo "como") entre os medicamentos e os sequestradores.

    Metáfora: é o desvio da significação própria de uma palavra, nascido de uma comparação mental ou característica comum entre dois seres ou fatos.

    Ex.: "O pavão é um arco-íris de plumas."

    • Não confundir a metáfora com a comparação. Na comparação, os dois termos vêm expressos e unidos por nexos comparativos (como, tal, qual, assim como, etc.):

    Nero foi cruel como um monstro. (comparação)

    Nero foi um monstro. (metáfora)

     .

    D) Foi empregada no sentido conotativo por hipérbole

    Errado.

    Hipérbole: é uma afirmação exagerada. É uma deformação ela verdade que visa a um efeito expressivo.

    Ex: Chorou rios de lágrimas.

     .

    E) Foi empregada no sentido conotativo por antonomásia

    Errado. "Antonomásia" é uma espécie de metonímia.

    Metonímia: consiste em usar uma palavra por outra, com a qual se acha relacionada. Essa troca se faz não porque as palavras são sinônimas, mas porque uma evoca a outra. Há metonímia quando se emprega, por exemplo:

    O autor pela obra: Nas horas de folga lia Camões. [Camões = a obra de Camões]

     .

    Referência: CEGALLA, Domingos Pascoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa, 48.ª edição, São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.

     .

    Gabarito: Letra C

  • Antonomásia é um tipo de metonímia em que há substituição do nome de um objeto, entidade, pessoa etc. por outro nome, que pode ser um nome comum um gentílico, um adjetivo etc.

  • Gabarito C para não assinantes.

  • É uma metáfora, pois o autor aproxima o sentido da palavra "sequestrador" à função do medicamento, substituindo uma coisa pela outra por meio de comparação.

    Gabarito C