SóProvas


ID
5522746
Banca
IBADE
Órgão
Câmara de Vilhena - RO
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia com atenção o texto abaixo e responda ao que se pede.


ÉTICA E MORAL


    Ethos - ética, em grego - designa a morada humana. O ser humano separa uma parte do mundo para, moldando-a ao seu jeito, construir um abrigo protetor e permanente. A ética, como morada humana, não é algo pronto e construído de uma só vez. O ser humano está sempre tornando habitável a casa que construiu para si. Ética significa, segundo Leonardo Boff, “tudo aquilo que ajuda a tornar melhor o ambiente para que seja uma moradia saudável: m aterialm ente sustentável, psicologicam ente integrada e espiritualmente fecunda".

    A ética não se confunde com a moral. A moral é a regulação dos valores e comportamentos considerados legítimos por uma determinada sociedade, um povo, uma religião, certa tradição cultural, etc. Há morais específicas, também, em grupos sociais mais restritos: uma instituição, um partido político. Há, portanto, muitas e diversas morais. Isto significa dizer que uma moral é um fenôm eno social p a rticu la r, que não tem compromisso com a universalidade, isto é, com o que é válido e de direito para todos os homens. Exceto quando atacada: justifica-se dizendo-se universal, supostamente válida para todos. Mas, então, todas e quaisquer normas morais são legítimas? Não deveria existir alguma forma de julgamento da validade das morais? Existe, e essa forma é o que chamamos de ética. A ética é uma reflexão crítica sobre a moralidade. Mas ela não é puramente teoria. A ética é um conjunto de princípios e disposições voltados para a ação, historicamente produzidos, cujo objetivo é balizar as ações humanas. A ética existe como uma referência para os seres humanos em sociedade, de modo tal que a sociedade possa se tornar cada vez mais humana. 

    A ética pode e deve ser incorporada pelos indivíduos, sob a forma de uma atitude diante da vida cotidiana, capaz de julgar criticamente os apelos críticos da moral vigente. Mas, a ética, tanto quanto a moral, não é um conjunto de verdades fixas, imutáveis. A ética se move, historicamente, se amplia e se adensa. Para entendermos como isso acontece na história da humanidade, basta lembrarmos que, um dia, a escravidão foi considerada “natural”. Entre a moral e a ética há uma tensão permanente: a ação moral busca uma compreensão e uma justificação crítica universal, e a ética, por sua vez, exerce uma permanente vigilância crítica sobre a moral, para reforçá-la ou transformá-la. 

    A ética tem sido o principal regulador do desenvolvimento histórico-cultural da humanidade. Sem ética, ou seja, sem a referência a princípios humanitários fundamentais comuns a todos os povos, nações, religiões etc., a humanidade já teria se despedaçado até a autodestruição. Também é verdade que a ética não garante o progresso moral da humanidade. O fato de que os seres humanos são capazes de concordar minimamente entre si sobre princípios como justiça, igualdade de direitos, dignidade da pessoa humana, cidadania plena, solidariedade etc., cria chances para que esses princípios possam vir a serem postos em prática, mas não garante o seu cumprimento.

    As nações do mundo já entraram em acordo em torno de muitos desses princípios. A “Declaração Universal dos Direitos Humanos”, pela ONU (1948), é uma demonstração de o quanto a ética é necessária e importante. Mas a ética não basta como teoria, nem como princípios gerais acordados pelas nações, povos, religiões etc. Nem basta que as Constituições dos países reproduzam esses princípios (como a Constituição Brasileira o fez, em 1988).

    É preciso que cada cidadão e cidadã incorpore esses princípios como uma atitude prática diante da vida cotidiana, de modo a pautar por eles seu comportamento. Isso traz uma consequência inevitável: frequentemente o exercício pleno da cidadania (ética) entra em colisão frontal com a moral vigente... Até porque, a moral vigente, sob pressão dos interesses econômicos e de mercado, está sujeita a constantes e graves degenerações.

(https://www.portaleducacao.com.br - Texto adaptado)

Observe os trechos.


“O político faltou com a verdade.”

“A saudade abraçou-me tão sincera!”

“Amo-te assim: meio odiosamente.”


Nos trechos apresentados acima, encontram-se, respectivamente, as seguintes figuras de linguagem:

Alternativas
Comentários
  • ninja

  • ninja

  • monstro contábil

  • Gabarito: letra A

    Figuras de linguagem:

    EUFEMISMO é uma figura de linguagem usada com objetivo de amenizar palavras e expressões que poderiam soar desagradáveis, contudo sem alterar o sentido da mensagem que quer passar.

    O exemplo trazido pela questão acima é: "O político faltou com a verdade". Em vez de dizer que o político mentiu, disse que o político "faltou" com a verdade.

    PROSOPOPEIA é a figura de linguagem usada para "dar vida" a seres animados ou inanimados, ou seja, é usada para atribuir ações ou qualidades humanas a animais ou objetos inanimados.

    O exemplo trazido pela questão acima é: "A saudade abraçou-me tão sincera!".

    Muito utilizada nos contos, na poesia, na música.

    ANTÍTESE é uma figura de linguagem usada para contrapor termos com sentidos opostos pra destacar uma ideia no texto.

    O exemplo trazido pela questão acima é: " Amo-te assim: meio odiosamente".

  • ALTERNATIVA: A-eufemismo, prosopopeia, antítese

    RESUMO:

    Metáfora= é uma figura de linguagem que produz sentidos figurados por meio de comparação. Também é um recurso expressivo. EX: Amor é fogo que arde sem se ver.

    Pleonasmo= Repetição de palavras ou ideias. EX: Subiu lá pra cima.

    Metonímia= Substituição, aproximação de ideias. EX: Lia Graciliano Ramos.

    Eufemismo= Objetivo de suavizar

    Hipérbole= Objetivo de exagerar

    Aliteração= Repetição de consoantes.

    Assonância= Repetição de vogais.

    Ironia= Sarcasmo

    Zeugma= Omissão de um termo já dito.

    Antítese= Conflito de ideias ("pouquinho a mais")

    Elipse= Omissão

    Prosopopeia= Dar vida a seres animados ou inanimados.

    BONS ESTUDOS!

  • GAB-A

    eufemismo, prosopopeia, antítese

    ESSA FOI POR ELIMINAÇÃO.

  • Politico faltou com a verdade, não sei se é eufemismo ou redundância! PS - pra descontrair

  • A

  • A questão é sobre figuras de linguagem e quer que identifiquemos as figuras de linguagem das frases abaixo. Vejamos:

     .

    A) eufemismo, prosopopeia, antítese

    Certo. “O político faltou com a verdade.” Há aqui um eufemismo: faltar com a verdade é uma maneira suave de dizer que "mentiu". “A saudade abraçou-me tão sincera!” Há aqui uma prosopopeia, ou seja, uma personificação em relação à "saudade". “Amo-te assim: meio odiosamente.” Há aqui uma antítese, ou seja, uma oposição entre amor e ódio.

     .

    Eufemismo: consiste em suavizar a expressão de uma ideia triste, molesta ou desagradável, substituindo o termo contundente por palavras ou circunlocuções amenas ou polidas.

    Ex.: Fulano foi desta para melhor. [= morreu]

    Personificação: é a figura pela qual fazemos os seres inanimados ou irracionais agirem e sentirem como pessoas humanas. É um precioso recurso da expressão poética. Por meio desta figura, também chamada prosopopeia e animização, empresta-se vida e ação a seres inanimados.

    Ex.: A Morte roubou-lhe o filho mais querido.

    Antítese: consiste na aproximação de palavras ou expressões de sentido oposto.

    Ex.: "Como eram possível beleza e horror, vida e morte harmonizarem-se assim no mesmo quadro?" (Érico Veríssimo)

     .

    B) hipérbole, prosopopeia, ironia

    Errado.

    Hipérbole: é uma afirmação exagerada. É uma deformação ela verdade que visa a um efeito expressivo.

    Ex: Chorou rios de lágrimas.

    Prosopopeia = personificação (explicado acima)

    Ironia: é a figura pela qual dizemos o contrário do que pensamos, quase sempre com intenção sarcástica.

    Ex.: Fizeste um excelente serviço! [para dizer: um serviço péssimo]

     .

    C) ironia, metáfora, antítese

    Errado.

    Metáfora: é o desvio da significação própria de uma palavra, nascido de uma comparação mental ou característica comum entre dois seres ou fatos.

    Ex.: "O pavão é um arco-íris de plumas."

    • Não confundir a metáfora com a comparação. Na comparação, os dois termos vêm expressos e unidos por nexos comparativos (como, tal, qual, assim como, etc.):

    Nero foi cruel como um monstro. (comparação)

    Nero foi um monstro. (metáfora)

     .

    D) metáfora, catacrese, metonímia

    Errado.

    Catacrese: palavra ou expressão usada com seu significado original transposto ou adulterado: embarcar num trem, ficar a cavalo sobre um muro, enterrar-se um espinho no pé, tapar a boca dos poços, mesa de pés torneados, afiar os dentes da serra, etc.

    Metonímia: consiste em usar uma palavra por outra, com a qual se acha relacionada. Essa troca se faz não porque as palavras são sinônimas, mas porque uma evoca a outra. Há metonímia quando se emprega, por exemplo:

    O autor pela obra: Nas horas de folga lia Camões. [Camões = a obra de Camões]

     .

    E) ironia, eufemismo, catacrese

    Errado. Conforme explicado acima.

     .

    Referência: CEGALLA, Domingos Pascoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa, 48.ª edição, São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.

     .

    Gabarito: Letra A