SóProvas


ID
5529583
Banca
FGV
Órgão
TJ-RO
Ano
2021
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

O conceito desenvolvido por D.W. Winnicott sobre a produção de um mediador, pelo bebê, de forma a suportar a ausência materna é: 

Alternativas
Comentários
  • LETRA C

    Objeto Transacional

    a primeira possessão não-eu do bebê (pode ser um pedaço de tecido ou um bichinho de pelúcia, algo macio e com textura) – representa tanto a presença quanto a ausência da mãe (que naturalmente, começa a 'falhar') e, é nesse momento que o bebê percebe a existência do eu e do não-eu.

     

    É esse objeto que irá ajudá-lo a suportar a percepção de que não existe a tal fusão mãe-bebê e dar início ao processo de transição entre a sua relação primária com a mãe e uma verdadeira relação de objeto."

  • Nos seis primeiros meses de vida, o bebê, em um ambiente suficientemente bom – quando tem suas necessidades básicas atendidas (comida, calor, afeto) –, desenvolve uma sensação de onipotência. Isso porque o que ele deseja é providenciado pelo ambiente quase automaticamente.

    Essa sensação que o bebê tem de criar no mundo aquilo que está em seus desejos é necessidade fundamental para que seja possível para ele viver relações satisfatórias com esse mundo e tolerar as futuras frustrações que inevitavelmente virão. É isso que permite que o bebê se sinta seguro para conhecer o mundo a sua volta e a si mesmo, suas possibilidades e limites.

    O bebê que teve a experiência de ilusão bem-sucedida está pronto para uma gradual desilusão. É nesse momento que o ambiente suficientemente bom começa a apresentar falhas na realização de seus desejos (ex.: a mãe volta a trabalhar e não fica mais o tempo todo a seu lado). Entre a vivência da ilusão e da desilusão entram os objetos transicionais. Eles ocupam uma “área intermediária da experiência" e são importantes para amparar o bebê nesses momentos de angústia.

    Assim, ele pode praticar o envolvimento com o mundo real, mas ainda com a comodidade de poder controlar o objeto, que é interpretado pelo bebê como pertencente a essa área intermediária da experiência, um híbrido entre o dentro e o fora, percebido como a materialização do cuidado materno.

    O objeto transicional constitui a primeira posse não-eu, sobre a qual a criança tem um certo controle, mas que por outro lado está sujeito a falhas (o brinquedo pode cair no chão ou até se perder, por exemplo). É a transição entre a estado perfeito de ilusão para o de desilusão.

    Também cria bases psíquicas para sustentar importantes experiências humanas, como o poder de elaborar brincadeiras, o desenvolvimento da apreciação das artes e das expressões culturais, já que é justamente no vínculo que se forma entre o mundo interior e o exterior que tais movimentos se tornam possíveis.


    GABARITO: C