A questão acima tem como tema as queimadas nos dois últimos anos na Amazônia e no Pantanal e suas consequências para o consumo alimentar das populações urbanas e rurais das regiões Norte e Centro-Oeste, em que o candidato precisa julgar a afirmação contida no enunciado.
Nos últimos dois anos, tivemos índices preocupantes em relação ao desmatamento ocorrido na Amazônia e no Pantanal. A Amazônia Legal (porção da floresta presente em território brasileiro) perdeu 10.476 km² entre agosto de 2020 e julho de 2021, o pior índice dos últimos 10 anos.
Em 2020, o desmatamento no Pantanal atingiu o índice assustador de 26% do bioma destruindo cerca de 4 milhões de hectares, matando cerca de 10 milhões de animais na região. Entre as causas do desmatamento nos biomas podemos citar o avanço da fronteira agrícola e da pecuária e a atividade mineradora, que queimam grandes áreas verdes para a retirada do resto da cobertura vegetal que após os incêndios viram áreas para cultivo, pastagens ou para extrações minerais.
Com o aumento recente das queimadas nos biomas, há a ocorrência de um grande desequilíbrio ecológico nos ecossistemas atingidos. Isso gera uma grande consequência no clima das localidades que foram atingidas por esses incêndios. Na Amazônia, a vegetação cumpre um papel primordial no clima, uma vez que uma árvore no bioma é capaz de bombear por dia cerca de 300 litros de água, o que gera uma grande produção de umidade, que através dos ventos alísios formados no oceano, direciona essa umidade para outras regiões brasileiras gerando chuvas.
Com o desmatamento, a produção de umidade fica afetada, o que pode causar uma diminuição nos índices pluviométricos de vários estados. Em 2021, tivemos uma grande crise hídrica causada pela queda no índice de chuvas e pelo prolongamento do período de estiagem em algumas regiões. Essa mudança climática causou várias consequências para o país, e para regiões próximas a esses biomas, onde tivemos a queda na produção de energia elétrica, a improdutividade de lavouras e produções como leite, carne bovina, arroz, laranja, café, entre outros exemplos.
Nesse sentido, é importante pensar em uma lógica de cadeia produtiva para explicar o desdobramento desses problemas. Com a queda da produção de energia elétrica nas hidroelétricas, o país é forçado a apelar sua produção energética para as termoelétricas, que em tese, é bastante mais cara. Com isso, o custo de energia de indústrias alimentícias e de grandes terrenos produtivos aumentam, o que encarece o custo dos alimentos.
Além disso, a queda de produtividade agrícola afeta a demanda desses alimentos no mercado interno, deixando menos alimentos disponíveis para nossos supermercados e mercearias, resultando então no aumento inflacionário nos preços desses insumos básicos para a população, gerando uma crise no consumo alimentar para muitos brasileiros.
Portanto, a afirmação está CERTA.
Gabarito do Professor: CERTO.