Autor: Victória Sabatine , Mestre em Serviço Social (UFJF), Doutoranda em Serviço Social pela UFRJ, Assistente Social e Professora de Serviço Social
A questão social é a base de justificação do Serviço Social. Isto é, é a existência da questão social que torna necessária uma profissão que venha a intervir na mesma amenizando os conflitos entre as classes para que a ordem capitalista progredisse. Assim, a questão social é objeto de intervenção do assistente social. Desse modo, ao responder as refrações da questão social a conexão entre ética e política não deve ser minimizada, pelo contrário. A natureza ética e política das ações dos profissionais de Serviço Social ao intervir em determinadas expressões da questão social indicam que esta ação moral, a qual está normatizada no Código de Ética Profissional desta categoria mas também encontra-se nas teorias que fundamentam a profissão, pois a ética vai além de normas e regras legalmente instituídas, está também vinculada a uma direção social e política.
Por isto o projeto profissional do Serviço Social, conforme Netto (A construção do Projeto ético-político do Serviço Social), é denominado de Projeto ético-político pois a ética para se efetivar necessita também de uma direção política (não somente isso, mas também).
Não é aleatório que a ética burguesa tente a todo momento desqualificar a política visto que é a partir desta - e ingressando neste cenário como fazem os movimentos e organizações dos trabalhadores - que se pode adquirir respostas concretas para o conjunto dos trabalhadores. O espaço público e o campo político são esferas de intensas lutas para que se possa obter hegemonia nos mesmos e viabilizar o seu projeto de classe, cujos interesses atuais tem sido os da burguesia. Em alguns momentos, dependendo da correlação de forças e do cenário político, os trabalhadores também alcançam algumas conquistas. Sendo assim, ao responder a questão social, a vinculação entre ética e política deve ser salientada e não minimizada, como afirma a questão. É refletindo sobre a ética e a política impostas e hegemônicas que se pode impedir que o Estado, "comitê executivo da classe dominante" como já dizia Marx, intervenha na vida social de forma moralizante e preconceituosa de acordo com os valores burgueses que almejam o controle social, individualizam as expressões da questão social culpabilizando os sujeitos pela sua condição, não reconhecendo a divisão das sociedades em classes.
RESPOSTA: ERRADO