Reaprender a ler notícias
Não dá mais para ler um jornal, revista ou assistir a um telejornal da mesma forma que
fazíamos até o surgimento da rede mundial de computadores. O Observatório da
Imprensa antecipou isso lá nos idos de 1996 quando cunhou o slogan “Você nunca mais
vai ler jornal do mesmo jeito”. De fato, hoje já não basta mais ler o que está escrito ou
falado para estar bem informado. É preciso conhecer as entrelinhas e saber que não há
objetividade e nem isenção absolutas, porque cada ser humano vê o mundo de uma
forma diferente. Ter um pé atrás passou a ser a regra básica número um de quem passa
os olhos por uma primeira página, capa de revista ou chamadas de um noticiário na TV.
Há uma diferença importante entre desconfiar de tudo e procurar ver o maior número
possível de lados de um mesmo fato, dado ou evento. Apenas desconfiar não resolve
porque se trata de uma atitude passiva. É claro, tudo começa com a dúvida, mas a partir
dela é necessário ser proativo, ou seja, investigar, estudar, procurar os elementos ocultos
que sempre existem numa notícia. No começo é um esforço solitário que pode se tornar
coletivo à medida que mais pessoas descobrem sua vulnerabilidade informativa.
Disponível em: www.observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em: 30 set. 2015 (adaptado).
No texto, os argumentos apresentados permitem inferir que o objetivo do autor é convencer os leitores a