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ID
5560144
Banca
INEP
Órgão
ENEM
Ano
2021
Provas
Disciplina
História
Assuntos

    Nem guerras, nem revoltas. Os incêndios eram o mais frequente tormento da vida urbana no Regnum Italicum. Entre 880 e 1080, as cidades estiveram constantemente entregues ao apetite das chamas. A certa altura, a documentação parece vencer pela insistência do vocabulário, levando até o leitor mais crítico a cogitar que os medievais tinham razão ao tratar aqueles acontecimentos como castigos que antecediam o julgamento final. Como um quinto cavaleiro apocalíptico, o incêndio agia ao feitio da peste ou da fome: vagando mundo afora, retornava de tempos em tempos e expurgava justos e pecadores num tormento derradeiro, como insistiam os textos do século X. O impacto acarretado sobre as relações sociais era imediato e prolongava-se para além da destruição material. As medidas proclamadas pelas autoridades faziam mais do que reparar os danos e reconstruir a paisagem: elas convertiam a devastação em uma ocasião para alterar e expandir não só a topografia urbana, mas as práticas sociais até então vigentes.

RUST, L. D. Uma calamidade insaciável. Rev. Bras. Hist., n. 72, maio-ago. 2016 (adaptado).


De acordo com o texto, a catástrofe descrita impactava as sociedades medievais por proporcionar a 

Alternativas
Comentários
  • Os castelos e catedrais estavam localizados em áreas centrais e de localização privilegiada para a defesa da cidade. Entretanto, as cidades medievais também tinham muralhas construídas ao seu redor também por questões de defesa. As construções eram feitas em madeira. O fogo era uma espécie de arma na Idade Média, mas também era utilizado para a elaboração das refeições e para a iluminação das casas. A alusão documental ao julgamento final demonstrava a dimensão da destruição do fogo nestas cidades. 

    O autor do texto apresentado Leandro Rust ressaltou a importância de a historiografia observar os incêndios que devastaram os espaços urbanos do Regnum Italicum entre 880 e 1080. O objetivo é não naturalizar o fogo sempre como um acidente. Leandro trouxe em seu artigo as referências de registros escritos inferindo na ação social e multidimensional dos incêndios. 

    A) INCORRETA – Esta afirmativa está incorreta, pois não havia descrição sobre métodos preventivos dos incêndios. Além disso, os incêndios relacionados no artigo não se referiram a utilização do fogo como regra sanitária para acabar com a peste. 

    B) INCORRETA- Esta afirmativa está incorreta, pois o artigo demonstrou que os incêndios vão para além das eclosões acidentais e fatalidades de degradação ambiental. Eles registram o rumo da governança e das disputas de poder no Reino Itálico neste período. 

    C) INCORRETA – Esta afirmativa está incorreta, pois os incêndios corroboravam com as crenças religiosas e com o imaginário popular. Dessa forma, os incêndios reafirmavam a ideia da culpa e do julgamento final com a punição dos pecados dos habitantes daquele lugar. 

    D) INCORRETA – Esta afirmativa está incorreta, pois as contendas de disputa de poder aconteceram neste período para a manutenção do status quo. Houve um enfraquecimento do poder imperial, entretanto com a manutenção do poder feudal. Com a posterior retomada de este poder imperial, por Hugo de Provença em 926. 

    E) CORRETA – Esta afirmativa está correta, pois a cada incêndio que ocorria precisavam remodelar os espaços ocupados. A redistribuição dos indivíduos alteravam as dinâmicas da comunidade na qual estavam inseridos previamente. Por este motivo, o autor do artigo do suporte da questão acredita no caráter multidimensional dos incêndios para além de meros acidentes. 

    Gabarito do Professor: Letra E.
  • Alternativa: E

    " As medidas proclamadas pelas autoridades faziam mais do que reparar os danos e reconstruir a paisagem: elas convertiam a devastação em uma ocasião para alterar e expandir não só a topografia urbana, mas as práticas sociais até então vigentes."

    Segundo o texto, as autoridades buscaram se aproveitar da ocasião para alterar e expandir a topografia urbana e as práticas sociais, logo podemos entender como interferências nos espaços ocupados e na dinâmica comunitária.

    Fonte: Descomplica

    Bons estudos!