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ID
5566045
Banca
FAUEL
Órgão
Prefeitura de São José dos Pinhais - PR
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia atentamente o trecho a seguir, extraído de uma crítica de arte escrita por Monteiro Lobato, para responder a próxima questão.

“Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que vêem normalmente as coisas e em consequência disso fazem arte pura, guardando os eternos ritmos da vida, e adotados para a concretização das emoções estéticas, os processos clássicos dos grandes mestres. A outra espécie é formada pelos que vêem anormalmente a natureza, e interpretam-na à luz de teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. São produtos de cansaço e do sadismo de todos os períodos de decadência: são frutos de fins de estação, bichados ao nascedouro. Estrelas cadentes, brilham um instante, as mais das vezes com a luz de escândalo, e somem-se logo nas trevas do esquecimento. Embora eles se dêem como novos precursores duma arte a ir, nada é mais velho de que a arte anormal ou teratológica”.
(O Estado de S. Paulo, 20/12/1917, com adaptações)

Ao utilizar a expressão “estrelas cadentes” para se referir a uma espécie de artistas, o autor do texto emprega uma figura de linguagem. Marque a alternativa que indica o nome dessa figura de linguagem.

Alternativas
Comentários
  • METÁFORA , UMA COMPARAÇÃO IMPLICITA.

  • A questão é de figuras de linguagem e quer saber qual a figura de linguagem usada pelo autor ao utilizar a expressão “estrelas cadentes” para se referir a uma espécie de artistas. Vejamos:

     .

    A) Cacófato. 

    Errado. Cacófato é um vício de linguagem.

    Cacofonia ou cacófato: som desagradável ou palavra de sentido ridículo ou torpe, resultantes da contiguidade de certos vocábulos na frase. É um vício de linguagem. Ex.: cinco cada um; a boca dela; mande-me já isso; por cada mil habitantes; nunca Brito vinha aqui; não vi nunca Juca aqui.

     .

    B) Ironia.

    Errado.

    Ironia: é a figura pela qual dizemos o contrário do que pensamos, quase sempre com intenção sarcástica.

    Ex.: Fizeste um excelente serviço! [para dizer: um serviço péssimo]

     .

    C) Metáfora.

    Certo. "Estrelas cadentes" é uma comparação feita para uma das espécies de artistas (= uma das espécies de artistas é como estrelas cadentes). Como não houve o uso do comparativo "como", fala-se em metáfora.

    Metáfora: é o desvio da significação própria de uma palavra, nascido de uma comparação mental ou característica comum entre dois seres ou fatos.

    Ex.: "O pavão é um arco-íris de plumas."

    • Não confundir a metáfora com a comparação. Na comparação, os dois termos vêm expressos e unidos por nexos comparativos (como, tal, qual, assim como, etc.):

    Nero foi cruel como um monstro. (comparação)

    Nero foi um monstro. (metáfora)

     .

    D) Paradoxo.

    Errado.

    Paradoxo: consiste esta figura, também chamada oxímoro, em usar, intencionalmente, um contrassenso.

    Ex.: Valentia covarde assaltar e matar pessoas indefesas!

     .

    E) Sinestesia.

    Errado.

    Sinestesia: é a transferência de percepções da esfera de um sentido para a de outro, do que resulta uma fusão de impressões sensoriais de grande poder sugestivo.

    Ex.: Sua voz doce e aveludada era uma carícia em meus ouvidos.

    [voz: sensação auditiva; doce: sensação gustativa; aveludada: sensação tátil]

     .

    Referência: CEGALLA, Domingos Pascoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa, 48.ª edição, São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.

     .

    Gabarito: Letra C

      

  • metafora comparação sem o uso de conectivo

  • "TUDO POSSO NAQUELE QUE ME FORTALECE"

    #PMMG

    C

    Sinestesia: é o recurso estilístico no qual se utilizam palavras e expressões associadas às diferentes sensações percebidas pelo corpo humano (visão, audição, olfato, paladar e tato) para gerar um efeito discursivo. 

    Eufemismo: usada para tornar um enunciado mais brando ou agradável e menos agressivo.

    Comparação: caracterizada pela analogia explícita entre termos de um enunciado, já que conta com a presença de conjunção ou locução conjuntiva comparativa. Usa principalmente o "com";

    Metáfora: em que se transfere o nome de uma coisa para outra com a qual é possível estabelecer uma relação de comparação. Para que a comparação possa ocorrer, devem existir elementos semânticos (relativos ao significado) semelhantes entre as palavras ou expressões em questão.

    1. São como estrelas cadentes... A comparação está implícita, logo é uma metáfora. Caso a conjunção como estivesse explícita, a resposta seria COMPARAÇÃO.
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