SóProvas


ID
5569165
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
TJM-MG
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder a questão.


    De certo modo, nós viemos à capital de nossa nação para trocar um cheque. Quando os arquitetos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e a Declaração da Independência, eles estavam assinando uma nota promissória para a qual todo americano seria seu herdeiro. Esta nota era uma promessa de que todos os homens, sim, os homens negros, como também os homens brancos, teriam garantidos os direitos inalienáveis de vida, liberdade e a busca da felicidade. Hoje é óbvio que aquela América não apresentou esta nota promissória. Em vez de honrar esta obrigação sagrada, a América deu para o povo negro um cheque sem fundo, um cheque que voltou marcado com “fundos insuficientes”. Mas nós nos recusamos a acreditar que o banco da justiça é falível. Nós nos recusamos a acreditar que há capitais insuficientes de oportunidade nesta nação. Assim nós viemos trocar este cheque, um cheque que nos dará o direito de reclamar as riquezas de liberdade e a segurança da justiça.

    Mas há algo que eu tenho que dizer ao meu povo que se dirige ao portal que conduz ao palácio da justiça. No processo de conquistar nosso legítimo direito, nós não devemos ser culpados de ações de injustiças. Não vamos satisfazer nossa sede de liberdade bebendo da xícara da amargura e do ódio. Nós sempre temos que conduzir nossa luta num alto nível de dignidade e disciplina. Nós não devemos permitir que nosso criativo protesto se degenere em violência física. Novamente e novamente nós temos que subir às majestosas alturas da reunião da força física com a força de alma. Nossa nova e maravilhosa combatividade mostrou à comunidade negra que não devemos ter uma desconfiança para com todas as pessoas brancas, muitos de nossos irmãos brancos, como comprovamos pela presença deles aqui hoje, vieram entender que o destino deles é amarrado ao nosso destino. Eles vieram perceber que a liberdade deles é ligada indissoluvelmente à nossa liberdade. Nós não podemos caminhar sós. Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto o Negro for vítima dos horrores indizíveis da brutalidade policial. Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto nossos corpos, pesados com a fadiga da viagem, não puderem ter hospedagem nos motéis das estradas e nos hotéis das cidades. Nós não estaremos satisfeitos enquanto um Negro não puder votar no Mississipi e um Negro em Nova Iorque acreditar que ele não tem motivo para votar. Não, não, nós não estamos satisfeitos e nós não estaremos satisfeitos até que a justiça e a retidão rolem abaixo como águas de uma poderosa correnteza.

    Eu tenho um sonho de que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença – nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais.

    Eu tenho um sonho de que um dia, nas colinas vermelhas da Geórgia, os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos descendentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade.

Eu tenho um sonho de que um dia, até mesmo o estado de Mississippi, um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça.

    Eu tenho um sonho de que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter.

Eu tenho um sonho hoje!


(Trecho do Discurso de Martin Luther King. 28/08/1963. Disponível em: http://www.palmares.gov.br/sites/000/2/download/discursodemartinl utherking.pdf. Adaptado.) 

A ocorrência de crase em “nós viemos à capital” apresenta como justificativa:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: C

    "Nós viemos À capital"

    ➥ A crase se dá aqui, pessoal, pela preposição exigida pelo termo regente (verbo vir) seguida de artigo feminino (a capital). Vejam:

    Quem vai, vai A algum lugar. O verbo pediu preposição. Beleza. Vamos dar uma olhada para ver se o substantivo é feminino: A capital. Certo! Teremos a crase. → Nós viemos A + A capital. → Nós viemos À capital

    ➥ Macete: Substitua por palavra masculina. Apareceu "ao"? Então haverá crase. Observação: Lembre-se das proibições, casos especiais etc. para apicar o macete.

    • Na questão: Nós viemos AO teatro" → viemos A (preposição exigida pelo termo regente) O (artigo masculino) teatro.

      

    Espero ter ajudado.

    Bons estudos! :)

     

  • gab c

    Regência indireta (preposicionada) verbo vir.

    nós viemos à capital” apresenta como justificativa:

  • GABA: C

    quem vai, vai A algum lugar.

    sobre a alternativa B.

    a crase nada mais é que a fusão da PREPOSIÇÃO (A) + (A) ARTIGO DEFINIDO e não indefinido.

    SENADO FEDERAL - pertencelemos!

  • Para responder a esta questão, exige-se conhecimento em crase. Vejamos o conceito:

    Crase é a fusão de A + A, sendo que o primeiro é sempre a preposição, o segundo pode ser artigo definido "a" ou pronome "aquela, aquele, aquilo..."

    Após vermos o conceito, iremos analisar cada assertiva a fim de encontrarmos o motivo da crase na frase abaixo. Analisemos:

    “nós viemos à capital”

    a) Incorreta.

    O termo que está exigindo a preposição é um verbo, e não uma locução.

    b) Incorreta.

    Não há crase antes de artigo indefinido.

    c) Correta.

    O verbo "vir" é de locomoção e, por isso, rege a preposição A, a palavra "capital" aceita o artigo A, dessa forma, é feita a união entre as proposições idênticas (A + A= À).

    d) Incorreta.

    O modo do verbo não interfere no assunto crase.

    Gabarito: C

  • GABARITO - C

    Não é regra geral, mas salva em alguns casos:

    Trocando o feminino pelo masculino e aparecendo ao = CRASE.

  • GABARITO: C

    Casos em que nunca ocorre crase

    x Antes de palavra masculina (pois antes de masculina não ocorre o artigo “a”, indicador do gênero feminino): pagamento a prazo; andar a cavalo; sal a gosto.

    x Antes de verbo (porque antes de verbo não ocorre artigo): O suspeito está disposto a ajudar.

    x Antes de pronomes em geral (porque antes deles, geralmente, não ocorre artigo): Ele disse a ela que não fará a viagem; Ele falou alguma coisa a você?

    x Antes de nome de cidade (porque antes de nomes de cidade não se emprega artigo): Você não vai a Natal?

    x Expressões formadas por palavras repetidas: Cara a cara; frente a frente; minuto a minuto.

    x “A” antes de palavras flexionadas no plural: Os dados coletados não se referem a populações indígenas.

    x Depois de preposições como para, perante, com e contra: O encontro foi marcado para as 18 h; A manifestação é contra a corrupção.

    Casos em que sempre ocorre a crase

    ? Locuções adverbiais femininas que expressam ideia de tempo, lugar e modo: Às vezes Mariana vai à escola de ônibus; O aluno fez a lição às pressas e entregou para a professora.

    ? Locuções prepositivas: Os médicos estão à espera do paciente à esquerda do corredor.

    ? Locuções conjuntivas (existem apenas duas locuções desse tipo): À medida que o tempo passa, o casal fica mais apaixonado; À proporção que os dias passavam, o medo crescia.

    Casos em que a crase é opcional

    → Antes de pronomes possessivos femininos minha, tua, nossa etc. (pois nesses casos o uso do artigo antes do pronome é opcional): Os presentes foram entregues à minha irmã ou Os presentes foram entregues a minha irmã.

    → Antes de nomes de mulheres (pois aqui o artigo é opcional): Felipe fez um pedido à Raquel ou Felipe fez um pedido a Raquel.

    → Depois da palavra até (se depois dela houver uma palavra feminina que admita artigo, a crase será opcional): Os amigos foram até à praça ou Os amigos foram até a praça.

    PEREZ, Luana Castro Alves. "O que é crase?"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/portugues/o-que-e-crase.htm. Acesso em 24 de dezembro de 2021.

  • A crase é formada pela preposição mais o artigo feminino

  • Alguns exemplos de crase quanto à "composição de locução feminina" (locuções adverbiais):

    • Eles namoraram à distância por muito tempo.
    • Não fique à toa no trabalho.
    • Pode ficar à vontade aqui em casa.
    • Saímos às pressas, pois estávamos atrasados.
    • Todas as etapas do projeto devem ser feitas às claras.
    • Este colar foi feito à mão.
    • Às vezes me esqueço do nome dela.
    • Ana realizou tudo às cegas.
    • O sol à tarde é muito forte.
    • À direita do hospital há uma lanchonete.
    • À esquerda podemos ver o museu da cidade.
  • GAB. C

    ADENDO:

    Às vezes → de vez em quando

    Ex.: Minha mão cozinha às vezes. (troque por aos domingos)

    Minha mão cozinha aos domingos.

    As vezes → os momentos/ as ocasiões

    Ex.: Fico triste as vezes que se despede.