SóProvas


ID
5580265
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
DPE-RS
Ano
2022
Provas
Disciplina
Criminologia
Assuntos

Um homem branco, de 29 anos de idade, e um homem negro, de 21 anos de idade, foram presos por terem pichado, juntos, um prédio. Na posse deles, foram encontradas as tintas usadas no ato, além de um cigarro de maconha. O indivíduo branco assinou termo circunstanciado e foi liberado, enquanto o outro homem foi mantido preso.

Considerando essa situação hipotética e as perspectivas da criminologia, julgue o item a seguir.

A criminologia cultural analisa a pichação como ato de contracultura e de representação social de populações periféricas, resgatando e atualizando os estudos sobre o paradigma do etiquetamento social.

Alternativas
Comentários
  • Gab: C

     Criminologia cultural se refere a uma teoria pós estruturalista, que vai estudar não so as condições materiais como importantes para o crime, como fazia a Escola de Chicago, mas tambem questões internas do individuo, os sentidos que ele dá à pratica do crime, os simbolos, a linguagem.

  • Assertiva C

    A criminologia cultural analisa a pichação como ato de contracultura e de representação social de populações periféricas, resgatando e atualizando os estudos sobre o paradigma do etiquetamento social.

    A Criminologia Cultural explora o modo como as forças culturais se entrelaçam com a prática do crime e o controle do crime na sociedade contemporânea. No marco da Criminologia Cultural, a Criminologia é útil quando ultrapassa as noções estreitas de crime e justiça criminal. O crime é uma atividade humana expressiva, de modo que é imprescindível buscar o significado de crime na atual sociedade pós-moderna, dinâmica e fluida.

  • "ato de contracultura e de representação social de populações periféricas" me remeteu à Teoria da Subcultura Delinquente, não ao Etiquetamento :(

  • Há a pichação em lugares indevidos: crime.

    E há a pichação como forma de arte, vista, por alguns, com preconceito, remetendo a referida arte a um ato de vandalismo, daí que entra a teoria do etiquetamento.

    >> De acordo com a doutrina, esse processo tende a ser seletivo e também discriminatório, que tem como premissa maior, atribuir meras qualidades de condutas desviadas a comportamento do autor, e, por isso, rotula-o ou dá-lhe um etiquetamento de delinquente, mas por interesse de um sistema social.

  • A criminologia cultural, é um desdobramento da teoria crítica, que se debruça sobre a criminalização da cultura diferente na dinâmica da vida cotidiana do século XXI.

    • DOS MEUS RESUMOS SOBRE CRIMINOLOGIA CULTURAL

    Uma das VERTENTES da CRIMINOLOGIA CRÍTICA a partir da década de 90, por JEFF FARRELL e CLINTON SANDERS.

    Busca compreender a CONVERGÊNCIA entre cultura e crime na vida contemporânea, conceituando o COMPORTAMENTO do homem como o reflexo das dinâmicas individuais e de grupo, das tramas e traumas sociais e de suas representações culturais. Há um enfoque nas qualidades emocionais e interpretativas do crime e do delito (desvio).

    Preocupa-se com a análise dos processos de mercantilização do desvio e da violência, transformados, pelas agências configuradoras do sistema penal, notadamente a grande mídia. Não se utiliza apenas das ferramentas da Criminologia, do Direito Penal e da Sociologia, mas também de aspectos relativos a estudos culturais, midiáticos, urbanos, filosóficos, de movimentos sociais, da teoria crítica pós-moderna, da geografia e da antropologia humana, além de abordagens de pesquisa ativa

  • GAB C

    complementando...

    Fundatec delegado 2018: No mesmo sentido, é a crimininologia cultural, como derivação da crimininologia crítica, que insere novos temas, ícones e símbolos criminais na interpretação do processo de seleção de condutas humanas como típicas e suas formas de resposta ao delito. CERTO

     

    Criminologia Cultural: aborda o crime e seu contexto com um todo e não isoladamente, olhar ao redor e perceber o quão complexo são as relações produzidas pela cultura na qual se está inserido e quanto isto interfere na criminologia. Tem uma proposição sob um prisma diferente, analisar o crime não somente através daquele objeto, mas também suas representações simbólicas no meio social e cultural.

  • O estudo das subculturas criminais (Albert Cohen) está inserido nas criminologias etiológicas (buscam as causas do crime) a partir de uma perspectiva do criminoso (por que certas pessoas praticam crimes?). A criminologia cultural (inserida no estudo das novas vertentes da criminologia) vai recuperar o estudo das subculturas criminais agregando na análise o processo de reação social (além de buscar a etiologia, se busca saber como a sociedade reage a esses comportamentos).

  • TEORIA DO ETIQUETAMENTO OU ROTULAÇÃO

     

     

    Entre os modelos teóricos explicativos da criminologia, o conceito definitorial de delito afirma

    que, segundo a teoria do labelling approach, o delito carece de consistência material, sendo um

    processo de reação social, arbitrário e discriminatório de seleção do comportamento desviado.

     

                                          TEORIA DO LABELLINE APPROACH (reação social)

     

    A criminologia da reação social concentra seus estudos nos processos de criminalização.

     

                                       COMO EVITAR AS CONSEQUÊNCIAS DA DELIQUÊNCIA

     

     

    1-     DESCRIMINALIZAÇÃO:  posse de drogas, legalizar o jogo do bicho e a prostituição

     

    2-     DIVERSÃO: políticas PÚBLICAS para os jovens

     

    3-      DEVIDO PROCESSO LEGAL

     

    4-      DESINSTITUCIONALIZAÇÃO: medidas alternativas à PRISÃO

     

     

    DIFERENTE DE:

    ALBERT COHEN:      SUBCULTURA DELINQUENTE  é uma teoria de consenso.

     

                                                                - FACÇÕES CRIMINOSAS

                                                                - MILÍCIAS, GANGUES URBANAS

  • A criminologia cultural analisa a pichação como ato de contracultura e de representação social de populações periféricas, resgatando e atualizando os estudos sobre o paradigma do etiquetamento social.

    Gabarito: certo

    Em outras palavras: A criminologia determina a pichação como um ato etiquetado de determinado público (populações periféricas). Pichação ->Populações periféricas = ETIQUETAMENTO SOCIAL / ROTULADO / LABELING APPROACH.

    ROTULADO//ETIQUETADO!!

    >> Labeling approach. A criminalidade não é uma propriedade inerente a um sujeito, mas uma “etiqueta” atribuída a certos indivíduos que a sociedade entende como delinquentes. A partir desse momento, passa-se a observar o indivíduo como um membro de uma sociedade, de grupos, não somente o seu lado particular. Nesse sentido, esse novo paradigma analisa as situações em que o indivíduo pode ser considerado um desviante. O desvio e a criminalidade passam a ser considerados uma etiqueta, um rótulo, atribuídos a certos indivíduos por meio de complexos processos de interação social, e não mais uma qualidade particular, intrínseca da conduta individual.

  • Para criminologia cultural, o crime é um processo cultural dominante e construído. Mas, também podem ser destruídos e reconstruídos.

    Nasce na década de 90 por JEFF FARRELL e CLINTON SANDERS.

    Criminologia cultural emerge por meio da análise das expressões culturais urbanas em caráter de resistência e confrontação da estética cultural dominante e é importante ferramenta na verificação de tais fenômenos, vez que seu estudo parte de um modelo intervencionista que busca observar o crime sob o enfoque da cultura, ou seja, a compreensão sobre o que se define como criminologia cultural deve passar pela análise do crime e do controle social com olhos atentos às interações culturais.

     

    A criminologia cultural estuda a influência da cultura (artes, música, pintura) na criminalidade; analisa a cultura dominante e as subculturas (cultura das minorias), observando que a elite impõe sua cultura e criminaliza as minorias usando o direito penal.

     

    Ressalte-se que a subcultura não rompe totalmente com a cultura geral e acaba, muitas vezes, reproduzindo certos valores e princípios dela, com significado antinômico.

    Assim ocorre com certas condutas aceitas pela subcultura que, a priori, seriam repugnadas pelo tradicionalismo da cultura dominante, como, por exemplo, os jogos de azar, vandalismos etc.

     

    As ações desviantes das subculturas são produzidas por grupos e tipificadas como crimes nos limites de seus comportamentos, geralmente vinculadas a certas minorias ou grupos específicos que orientam sua própria existência, como acontecem com os grafiteiros, os punks, os funkeiros, os integrantes dos bailes de rua (“pancadões”) etc.

     

    Assim, a teoria da subcultura criminosa destaca que há movimentos contraculturais que são ligados a certos crimes, ganhando destaque na mídia – sobretudo televisiva – como ilícitos criminais.

     

    A mídia tem especial papel na teoria da criminologia cultural, pois segundo ela, a mídia serve de controle social pela cultura dominante e acaba por ser utilizada para criminalizar as condutas tidas por desviantes (labelling approach ou interacionismo simbólico).

     

    Desponta então o direito penal como instrumento de contenção social que, nas mãos da elite dominante, impõe seus valores e sanciona seu triunfo em face dos subjugados.

  • As TEORIAS SOCIOLÓGICAS DA CRIMINOLOGIA são subdivididas em:

    1) TEORIAS DO CONSENSO (DA INTEGRAÇÃO OU FUNCIONALISTAS):

    • Escola de Chicago (Ecologia Criminal); Os conceitos básicos de “desorganização social” e de “áreas de delinquência” são desenvolvidos e relacionados com o fenômeno criminal de modo preponderante ….. A crise dos valores tradicionais e familiares, a alta mobilidade, a explosão demográfica e o enfraquecimento do controle social são considerados fatores criminógenos pela escola de Chicago.
    • Teoria da Associação Diferencial ("da aprendizagem");
    • Quebra a ideia de que o crime está ligado à pobreza;
    • "criminalidade de colarinho branco" Os estudos criminológicos voltam-se para a criminalidade dos poderosos… nos termos propostos por Sutherland, a conduta criminosa não é algo anormal, não é sinal de uma personalidade imatura, de um deficit de inteligência, antes é um comportamento adquirido por meio do aprendizado que resulta da socialização num determinado meio social.
    • Subcultura delinquente;

     NÃO UTILITARISMO DA AÇÃO: o crime é praticado por prazer, sem um fim útil. 

    MALÍCIA DA CONDUTA: o crime é praticado para causar desconforto alheio

    NEGATIVISMO DA AÇÃO: o crime é praticado para rechaçar valores dominantes.

      BUSCA DE STATUS, PRAZER EM INFRINGIR NORMAS, TER O DELINQUENTE COMO ÍDOLO: SUBCULTURA DELINQUENTE; (ALBERT COHEN)

     

    • Teoria da Anomia (estrutural-funcionalista).

    Segundo a Teoria da Anomia, a motivação à delinquência teria como decorrência a impossibilidade do indivíduo em atingir metas desejadas por ela, como o sucesso econômico ou status social.

      AUSÊNCIA DE NORMA OU NÃO ATINGIMENTO DE METAS PESSOAIS

     (ROBERT MERTON E DURKHEIM

    ANOMIA SIGNIFICA CRISE, AUSÊNCIA DE LEI. 

    Perda de efetividade e desmoronamento das normas e valores de uma sociedade, consequentes do rápido e acelerado desenvolvimento econômico e social. Surgiu nos EUA na década de 1930.

    Para a teoria da anomia, o crime é visto como um fenômeno normal da sociedade e não necessariamente ruim. Isto porque o criminoso pode desenvolver um útil papel para a sociedade, seja quando contribuiu para o progresso social, criando impulsos para a mudança das regras sociais, seja quando os seus atos oferecem a ocasião de afirmar a validade destas regras, mobilizando a sociedade em torno dos valores coletivos

    Conclui-se que o fracasso em busca de tais metas

    culturais, aliado à escassez dos meios institucionalizados,

    levará a sociedade ao chamado estado de anomia,

    ou seja, um estado de desordem com comportamentos

    desviados estranhos às normas sociais, que nada mais

    é do que os crimes.

    Importante!

    Na prova, se a banca mencionar expressões

    (como crime), como situação normal, crimes

    ferindo à consciência coletiva, incremento da

    criminalidade em decorrência da ausência de

    integração de normas sociais de referência, estaremos

    possivelmente tratando da explicação de Durkheim sobre a Teoria da Anomia.

     

  • A teoria do etiquetamento , Labeling approach, rotulação social ou interacionista do desvio, foi construída a partir dos idos de 1960. Basicamente previa que as próprias instituições de controle social estigmatizavam os indivíduos, colocando-os perante a sociedade como criminosos, e consequentemente, contribuindo para que estes indivíduos se tornassem criminosos habituais. A partir dessa teoria, compreende-se que a noção de crime e criminoso é parte de um processo de construção social e que a ideia de criminoso é fruto de um decurso de etiquetamento social.

  • os comentários aqui são maiores que o meu vade mecum.

  • gente, faz um resumo. pelo amor d deus. copia e cola eu vou no google