SóProvas


ID
5585800
Banca
Avança SP
Órgão
Prefeitura de Rio Claro - SP
Ano
2022
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto a seguir para responder à questão.


Salvar a Amazônia está ao alcance de todos


    Todos os anos a Organização das Nações Unidas (ONU) elege um problema ambiental com o qual o planeta precisa lidar para ser o tema do Mês do Meio Ambiente. É uma forma de chamar a atenção para questões essenciais que nem sempre recebem a atenção devida. Em 2021, é a restauração de ecossistemas.

    Para um país como o Brasil, que tem 60% da maior floresta tropical do mundo, esse é um assunto que não deveria sair nunca da pauta. Mas sabemos que, na prática, apesar das questões ambientais estarem ganhando cada vez mais visibilidade e relevância, especialmente com os pilares ESG, ainda está muito longe do ideal e do necessário. A começar pelo pouco conhecimento que temos sobre a Amazônia e, principalmente, a respeito do que cada um pode fazer para preservá-la. Vale lembrar que em torno de 50% das emissões de Gases de Efeito Estufa no Brasil são provenientes do desmatamento da Amazônia.

    Sim, a preservação da Amazônia está ao alcance de todos nós, especialmente das empresas. Não dá mais para esperar que políticos façam o que deveriam fazer. Temos, claro, que votar com consciência e cobrar que façam o que é preciso, mas passou da hora de envolver o mercado nesse propósito de forma prática e intensiva. Só assim conseguiremos dar o salto necessário para interromper o processo de destruição da floresta. Ela é muito mais que um conjunto esplêndido de árvores milenares. É a maior biodiversidade do globo terrestre, com cerca de 60 mil espécies de plantas e animais — um ecossistema riquíssimo que está clamando por socorro.

    E é possível que pessoas físicas e jurídicas ajudem a reverter a situação dramática de destruição que temos acompanhado nos últimos anos. O caminho é investir em projetos de REDD+ (Redução de Emissões Provenientes de Desmatamento e Degradação Florestal — com o objetivo de preservar áreas imensas na Amazônia Legal que sofrem grandes pressões de desmatamento) para que avancem além dos 2 milhões de hectares atuais para a meta necessária de 50 milhões em toda a Floresta Amazônica até 2030.

    Para isso, basta que cada companhia e todos os cidadãos que puderem adicionar mais uma conta de consumo a seu rol de boletos mensais decidam compensar suas emissões de CO², por meio de projetos de geração de crédito de carbono na Amazônia. Sim, é simples desse jeito, mas depende da vontade e do comprometimento de cada um. Afinal, o mercado de crédito de carbono no Brasil ainda é voluntário. Isso quer dizer que o governo não estabelece um teto de emissão de CO², não taxa as indústrias que ultrapassarem a cota, nem controla quanto cada companhia deveria compensar. Tampouco regula esse mercado, a fim de garantir que tenha condições de se desenvolver e gerar riquezas para o país, como já fizeram Chile, Colômbia e Canadá para citar apenas três exemplos.

    Portanto, temos que nos mobilizar para cada um fazer a sua parte, mas, também, para exigir que o governo federal faça a dele, que é proteger a floresta e regulamentar o mercado de créditos de carbono para aumentar os projetos de REED+. É preciso preservar a natureza e integrar as comunidades locais; e, ao mesmo tempo, promover o desenvolvimento sustentável da região. A compensação de emissões de carbono com a política de créditos é apenas o início de um ciclo de projetos. Com a mata em pé, é possível explorar, de forma responsável, toda a potencialidade de suas riquezas naturais e culturais para diversos mercados, como saúde, cosmética e alimentação, integrando as comunidades e floresta à sociedade moderna. Os projetos de REDD+ são essenciais para conservarmos a biodiversidade, estabilidade climática e assim chegarmos a uma economia de baixo carbono.

    Proteger a floresta, apesar de parecer algo distante, é muito mais barato e eficiente que qualquer projeto de reflorestamento adotado por tantas empresas. Com R$ 100 é possível preservar um hectare da Amazônia por meio de projetos de créditos de carbono voluntários. Enquanto recuperar um hectare de área desmatada custa cerca de R$ 10 mil a R$ 25 mil, dependendo da técnica utilizada. O cálculo considera apenas árvores e não contabiliza todo o ecossistema que é preservado e que, infelizmente, não se recupera com a velocidade de um replantio.

    Há muitas empresas bem intencionadas que colocam grande volume de recursos em projetos sustentáveis, mas com baixo retorno para o meio ambiente. É possível aumentar exponencialmente a taxa de retorno e salvar a Amazônia. Por isso, proponho que usemos a provocação da ONU para assumir a parte que nos cabe na preservação de um dos ecossistemas mais importantes do mundo.


*Janaína Dallan
Engenheira florestal, membro do time de especialistas da ONU para Mudanças Climáticas (RIT) e CEO da Carbonext
https://www.correiobraziliense.com.br

Entre os vocábulos abaixo, extraídos do texto, um apresenta o processo de formação por derivação sufixal, formando um adjetivo com ideia de relação. Assinale-o.

Alternativas
Comentários
  • Pegadinha braba. Tanto Riqueza quanto Terrestre são formados por sufixação. Ocorre que apenas Terrestre é adjetivo de relação, pois não apresenta subjetividade. Já riqueza é subjetivo. O que é riqueza para uns, não é para outros.

    Por definição, um adjetivo de relação é aquele que a) tem valor semântico objetivo, ou seja, não expressa subjetividade ou ponto de vista; b) é derivado por sufixação de um substantivo; c) vem colocado após o substantivo; d) não varia em grau superlativo, ou seja, não pode ser intensificado.

    Fonte: https://materiais.portuguescompestana.com.br/voce-sabe-o-que-e-um-adjetivo-de-relacao/#:~:text=Por%20defini%C3%A7%C3%A3o%2C%20um%20adjetivo%20de,seja%2C%20n%C3%A3o%20pode%20ser%20intensificado.

  • Português é um demôniooooo

  • até onde sei riqueza é substantivo...

  • Infelizmente - advérbio

    Terrestre - adjetivo (GAB C)

    *Todos os outros são substantivos

  • Eu amo a língua portuguesa, mas as vezes ela me revolta...

  • riqueza é substantivo e não adjetivo

  • Gabarito: C

    Adjetivo de relação é, vez ou outra, cobrado em prova. Por isso a importância de saber identificá-lo.

    Adjetivo de relação: 

    1-Tem aspecto objetivo, ou seja, não é opinativo.

    2- Vem após o substantivo 

    3- Deriva (sufixal) de um substantivo

    4- Não admite variação de grau

    Veja estas questões da banca FGV ,que adora cobrá-lo:

    1. (Q1004542) FGV - 2019--Português--Morfologia--Prefeitura de Salvador - BA--Professor - Língua Portuguesa.

    Segundo a gramática, os adjetivos podem indicar estados, qualidades, características ou relações. A frase abaixo em que o adjetivo sublinhado indica uma relação é

    A) “As borboletas mostram um voo desengonçado”.

    B) “As jabuticabas são frutas brasileiras”.

    C) “As goiabas estão nascendo bichadas”.

    D) “As nuvens estavam carregadas”.

    E) “As pitangas ficaram vermelhas rapidamente”.

    ➥ Para identificar corretamente se o adjetivo é ou não de relação/relacional, ponha, antes do adjetivo, o termo "muito". Se fizer sentido, não será relacional, mas se soar estranho será.

    A) "muito" desengonçado

    B) "muito" brasileiras??? (Gabarito)

    C) "muito" bichadas

    D) "muito" carregadas

    E) "muito" vermelhas

    2. (Q931906) FGV - 2018-Português-Morfologia-AL-RO-Analista - Taquígrafo.

    Entre os adjetivos abaixo, aquele que é classificado como de relação, não sofrendo modificações de grau é:

    A) artista famoso.

    B) bolsa cara.

    C) roupa importada ("muito importada???) (Gabarito)

    D) desempenho admirável.

    E) população pobre.

    3. (Q871138) FGV - 2018-Português-Morfologia-Câmara de Salvador - BA-Analista - Taquígrafo

    No texto 1 aparecem pares de palavras formados por substantivo + adjetivo ou adjetivo + substantivo; o par em que a troca de posição dessas palavras NÃO deve ser feita por tratar-se de um adjetivo de relação é:

    A) desidratação frequente;

    B) generalização equivocada;

    C) mapeamento contínuo;

    D) cultura brasileira; ("muito" brasileira???) (Gabarito)

    E) crises graves.

  • Português --> cerveja gelada

    Banca --> ressaca