Questão 5590999

• Banca: FAUEL
• Órgão: Prefeitura de Rio Azul - PR
• Ano: 2021
• Provas: FAUEL - 2021 - Prefeitura de Rio Azul - PR - Assistente Administrativo
• Disciplina: Português
• Assuntos: Interpretação de Textos; Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Leia atentamente o texto poético a seguir, escrito por Clarice Lispector, para responder a próxima questão.

“Quando penso na alegria voraz

com que comemos galinha ao molho pardo,

dou-me conta de nossa truculência.

Eu, que seria incapaz de matar uma galinha,

tanto gosto delas vivas

mexendo o pescoço feio

e procurando minhocas.

Deveríamos não comê-las e ao seu sangue?

Nunca.

Nós somos canibais,

é preciso não esquecer.

E respeitar a violência que temos.

E, quem sabe, não comêssemos a galinha ao molho

pardo,

comeríamos gente com seu sangue.

Minha falta de coragem de matar uma galinha

e no entanto comê-la morta

me confunde, espanta-me,

mas aceito.

A nossa vida é truculenta:

nasce-se com sangue

e com sangue corta-se a união

que é o cordão umbilical.

E quantos morrem com sangue.

É preciso acreditar no sangue

como parte de nossa vida.

A truculência.

É amor também”.

Em relação à interpretação do texto, pode-se afirmar que, em síntese, o poema apresenta:

• A. uma crítica contundente ao costume de se alimentar da carne de animais.
• B. a teoria de que a alimentação vegetariana é moralmente superior à carnívora.
• C. as angústias de quem um dia foi carnívoro, mas depois optou pelo vegetarianismo.
• D. uma visão favorável à alimentação carnívora, apesar de seus eventuais incômodos.

Gabarito: D

Comentários

• Assertiva d) uma visão favorável à alimentação carnívora, apesar de seus eventuais incômodos para os não assinantes

• O texto diz "no entanto comê-la morta me confunde, espanta-me, mas aceito", daí a razão para a letra A está errada, a autoras faz críticas, mas não diz que não come outro tipo de galinha que não seja a de molho pardo.

  Sobre as letras B e C, não é possível afirmar pelo texto

• A questão é de interpretação de texto e quer saber o que, em síntese, o poema apresenta. Vejamos:

   .

  A) uma crítica contundente ao costume de se alimentar da carne de animais.

  Errado. Não há que se falar em crítica contundente (agressiva) nesse caso, já que a autora, de certa forma, aceita o costume de se alimentar de carne de animais, como pode ser visto em "Nós somos canibais, é preciso não esquecer" e em "É preciso acreditar no sangue como parte de nossa vida. A truculência (= crueldade). É amor também”".

   .

  B) a teoria de que a alimentação vegetariana é moralmente superior à carnívora.

  Errado. O texto não fala em "alimentação vegetariana".

   .

  C) as angústias de quem um dia foi carnívoro, mas depois optou pelo vegetarianismo.

  Errado. O texto não fala em "vegetarianismo".

   .

  D) uma visão favorável à alimentação carnívora, apesar de seus eventuais incômodos.

  Certo. Há no texto uma visão favorável à alimentação carnívora, apesar de seus eventuais incômodos, como pode ser visto em "minha falta de coragem de matar uma galinha e no entanto comê-la morta me confunde, espanta-me, mas aceito".

   .

  Gabarito: Letra D

• GABARITO D)

  RESPOSTA>

  A nossa vida é truculenta:

  nasce-se com sangue

  e com sangue corta-se a união

  que é o cordão umbilical.

  E quantos morrem com sangue.

  É preciso acreditar no sangue

  como parte de nossa vida.

  A truculência.

  É amor também”.