Gabarito: C.
Disfunções da Teoria Burocrática:
- Funcionários e clientes são tratados com desconfiança;
- Hierarquia excessiva;
- Ambiente pouco inovador em decorrência da necessidade de formalizar todas as comunicações e manualizar os processos;
- Gerentes de cada área perdem a noção do todo, dos interesses da instituição, e passam a buscar somente os interesses imediatos de cada setor.
Fonte: Comunidade QC + anotações pessoais.
Disfunções da burocracia
1. Despersonalização do relacionamento entre os participantes pelo fato de os ocupantes de cargos se tratarem como tal e não como pessoas.
2. Internalização das diretrizes/normas, isto é, as normas e os regulamentos - inicialmente elaborados para melhor atingir os objetivos organizacionais - adquirem valor próprio, transformando-se de meios em objetivos e passando a ser absoluto. O funcionário passa a se preocupar mais com as regras e os regulamentos da organização do que com o próprio trabalho dentro dela.
3. Uso da categorização como técnica do processo decisório, ou seja, a tomada de decisão passa a ser prerrogativa do funcionário que tem a categoria hierárquica mais elevada, independentemente do seu conhecimento sobre o assunto que está sendo decidido.
4. Excesso de formalismo e de papelório, pois a tendência de documentar e formalizar todas as comunicações chega a um ponto que pode prejudicar o funcionamento da organização.
5. Exibição de sinais de autoridade, pois como a burocratização enfatiza enormemente a hierarquia como meio de controle do desempenho dos participantes, surge a necessidade de utilização de indicadores de símbolos ou sinais que destaquem a autoridade e o poder, como é o caso de tipos de sala ou mela utilizada, locais reservados no refeitório ou no estacionamento de carros etc.
6. Superconformidade em relação às regras e aos regulamentos da organização, os quais passam a adquirir uma importância fundamental para o funcionário. A partir daí, este passa a ter verdadeira devoção e obsessão por eles, bitolando seu desempenho em função dos regulamentos e deixando de lado os deveres inerentes ao cargo.
7. Propensão dos participantes a se defenderem de pressões externas/ Dificuldades com os clientes como a organização burocrática recebe pressões externas no sentido de mudanças, o funcionário passa a recebê-las como ameaça à posição que desfruta dentro da organização também um perigo para a sua segurança pessoal. A tendência de se defender contra qualquer tipo de influência externa, o que leva fatalmente a dificuldades no atendimento aos clientes e usuários, tomados como figuras estranhas e portadoras daquelas ameaças e pressões.
8. Resistência a mudanças, pois as mudanças representam ameaças igualmente para sua posição e estabilidade dentro da organização. O funcionário se sente mais seguro e protegido com a rotina que domina e conhece bem e que não lhe traz ameaças. Para preservar e garantir seu esquema atual passa a resistir a qualquer forma de mudança ou modificação da situação.
Para que a questão em apreço seja respondida corretamente, é preciso que tenhamos conhecimentos sobre a Burocracia e suas disfunções. Neste caso, assinalemos a alternativa que apresenta uma das disfunções burocráticas.
Vantagens e desvantagens da burocracia
Após a experiência brasileira com o modelo burocrático, algumas vantagens e desvantagens puderam ser identificadas, destacando que muito do Weber idealizou nem aconteceu.
As principais vantagens da burocracia são:
- Caráter racional: decisões racionais para utilizar adequadamente os meios/recursos em busca do cumprimento dos objetivos.
- Meritocracia: o sistema de seleção e de recompensa baseado na competência e na avaliação de desempenho.
- Impessoalidade em relação aos fins: buscar atingir os objetivos especificados nas normas sem favorecimento ou perseguição.
- Profissionalismo e capacitação dos servidores;
- Separação entre o público e o privado; entre o político e o administrador.
Principais desvantagens da Burocracia:
- Apego exagerado às regras e regulamentos internos: o que acabava transformando essas regras em objetivos a serem perseguidos, de modo que os fins acabam ficando sem segundo plano os fins visados pela organização.
- Formalismo exagerado e excesso de papelório: todos os atos deveriam ser formais e escritos, o que gera um grande volume de papel, em grande parte desnecessários.
- Resistencia a mudanças: uma vez que as regras e procedimentos que determinam o que fazer são aprendidos, o servidor reage de forma contrária ao que a novas formas de fazer, mudanças lhe causam insegurança.
- Desconsideração à pessoa do servidor: a despersonalização implica em olhar para os cargos existentes na estrutura organizacional, sem levar em conta o lado pessoal de quem os ocupa. O relacionamento torna-se impessoal, de modo que a colaboração para a resolução de problemas é dificultada.
- Rigidez e inflexibilidade: a obrigatoriedade de agir com base em normas pré-estabelecidas dificulta a agilidade e flexibilidade à administração burocrática, como resultado disso, afasta-se a capacidade de criação e inovação.
- Desconsideração do cidadão: a burocracia é insulada, guia-se por si mesma, é autorreferida e considera seus interesses mais importantes do que os dos cidadãos.
- Decisões distantes da realidade: resultantes das decisões serem tomadas pela alta cúpula das organizações, e essa se encontra distante da realidade da execução.
Tendo visto os principais pontos acima, concluímos que a alternativa "C" é a correta.
GABARITO: C
Fonte:
PALUDO, A. Administração Pública. 9. ed. Salvador: Juspodivm, 2020.