Trecho extraído do texto: Relações raciais no Brasil: colonialidade, dependência e diáspora, de Leonardo Ortegal (2018).
"Assim como na maioria dos países da América Latina, o Brasil, fundado enquanto Estado-nação a partir da colonização de países europeus, sobretudo de Portugal, teve como principal força de trabalho do país ao longo de seus cinco séculos de existência as pessoas trazidas à força do continente africano. Esse povo, que resistiu às mais diversas tentativas de aniquilação e que hoje é majoritário no território nacional, é denominado como população negra, e sua experiência no país é também compreendida por diversos intelectuais e ativistas negros como parte da diáspora africana. Essa diáspora não é uma experiência exclusiva dos negros brasileiros, mas é partilhada em diversas partes do mundo e, de modo especialmente semelhante, nos países da América Latina e do Caribe, unidos simbolicamente pelo Atlântico Negro.4 A ideia de diáspora possibilita perceber as proximidades entre experiências geograficamente distantes, ao mesmo tempo que permite compreender os distanciamentos entre experiências de vida entre os grupos populacionais que compõem uma mesma nação. É a compreensão da diáspora e seus desdobramentos que permitem perceber as particularidades da experiência racializada das relações sociais, ainda que se esteja tratando de grupos pertencentes a uma mesma classe social ou a um mesmo extrato socioeconômico." Pag. 03
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