SóProvas


ID
5618332
Banca
VUNESP
Órgão
PM-SP
Ano
2022
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    A verdadeira história do Papai Noel

        O Papai Noel que conhecemos hoje, gordo e bonachão, barba branca, vestes vermelhas, é produto de um imemorial sincretismo1 de lendas pagãs e cristãs, a tal ponto que é impossível identificar uma fonte única para o mito. Sabe-se, porém, que sua aparência foi fixada e difundida para o mundo na segunda metade do século 19 por um famoso ilustrador e cartunista americano, Thomas Nast. Nas gravuras de Nast, o único traço que destoa significativamente do Noel de hoje é o longo cachimbo que o personagem dele fumava sem parar, algo que nossos tempos antitabagistas já não permitem ao bom velhinho.

        O sucesso da representação pictórica feita por Nast não significa que ele possa reivindicar qualquer naco2 da paternidade da lenda, mas apenas que seu Santa Claus – o nome de Papai Noel em inglês – deixou no passado e nas enciclopédias de folclore a maior parte das variações regionais que a figura do distribuidor de presentes exibia, dos trajes verdes em muitos países europeus aos chifres de bode (!) em certas lendas nórdicas.

        Antes de prevalecer a imagem atual, um fator de unificação desses personagens era a referência mais ou menos direta, quase sempre distorcida por crenças locais, a São Nicolau, personagem historicamente nebuloso que viveu entre os séculos 3 e 4 da era cristã e que gozou da fama de ser, além de milagreiro, especialmente generoso com os pobres e as crianças. É impreciso o momento em que o costume de presentear as crianças no dia de São Nicolau, 6 de dezembro, foi transferido para o Natal na maior parte dos países europeus, embora a data primitiva ainda seja observada por parte da população na Holanda e na Bélgica. Nascia assim o personagem do Père Noël (como o velhinho é chamado na França) ou Pai Natal (em Portugal) – o Brasil, como se vê, optou por uma tradução pela metade.

(Sérgio Rodrigues. Em: https://veja.abril.com.br. Adaptado)

1 sincretismo: combinação

2 naco: parte, pedaço

Na passagem – ... o costume de presentear as crianças no dia de São Nicolau, 6 de dezembro, foi transferido para o Natal na maior parte dos países europeus, embora a data primitiva ainda seja observada por parte da população na Holanda e na Bélgica. (3º parágrafo) –, a oração destacada pode ser substituída, sem prejuízo de sentido e em conformidade com a norma-padrão, por:

Alternativas
Comentários
  • Assertiva D

     a oração destacada pode ser substituída, sem prejuízo de sentido e em conformidade com a norma-padrão, por: apesar de a data primitiva ainda ser observada por parte da população na Holanda e na Bélgica.

  • Gabarito na alternativa D

    Solicita-se indicação de nova redação que preserve o sentido da oração:

    "... o costume de presentear as crianças no dia de São Nicolau, 6 de dezembro, foi transferido para o Natal na maior parte dos países europeus, embora a data primitiva ainda seja observada por parte da população na Holanda e na Bélgica." (3º parágrafo)

    A) mesmo que a data primitiva ainda será observada por parte da população na Holanda e na Bélgica.

    Incorreta. Embora o conjuncional concessivo esteja corretamente substituído, há erro no emprego da forma de futuro do indicativo "será", que deveria assumir forma de presente do subjuntivo "seja";

    B) uma vez que a data primitiva ainda é observada por parte da população na Holanda e na Bélgica.

    Incorreta. De saída percebe-se que há mudança semântica causada pelo uso da locução conjuntiva causal "uma vez que";

    C) tanto que a data primitiva ainda seja observada por parte da população na Holanda e na Bélgica.

    Incorreta. De saída percebe-se que há mudança semântica causada pelo uso da locução conjuntiva consecutiva "tanto que";

    D) apesar de a data primitiva ainda ser observada por parte da população na Holanda e na Bélgica.

    Correta. Há substituição da conjunção concessiva "embora" pela locução prepositiva "apesar de", de valor também concessivo, acompanhada de forma reduzida da oração original (seja - ser). Presente redação preserva o sentido da passagem original.

  • As conjunções concessivas são: embora, a menos que, se bem que, ainda que, conquanto que, apesar de, etc.

  • O macete que vou deixar aqui, não vi escrito por ninguém.

    Embora tenha acontecido com dificuldade, aconteceu.

    Substituindo:

    **Apesar de acontecer com dificuldade, aconteceu.**

    (Concessão, fato que aconteceu com dificuldade)