SóProvas


ID
5620072
Banca
INSTITUTO MAIS
Órgão
IPREVSANTOS
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto abaixo para responder à questão.

O homem deve reencontrar o paraíso

   Naus e navegação têm sido uma das mais poderosas imagens na mente dos poetas. Não só os poetas. C. Wright Mills, um sociólogo sábio, comparou a nossa civilização a uma galera que navega pelos mares. Nos porões estão os remadores. Remam com precisão cada vez maior. A cada novo dia recebem remos novos, mais perfeitos. O ritmo das remadas acelera. Sabem tudo sobre a ciência do remar. A galera navega cada vez mais rápido. Mas, inquiridos sobre o porto do destino, respondem os remadores: o porto não nos importa. O que importa é a velocidade com que navegamos.
   C. Wright Mills usou esta metáfora para descrever a nossa civilização por meio duma imagem plástica: multiplicam-se os meios técnicos e científicos ao nosso dispor, que fazem com que as mudanças sejam cada vez mais rápidas; mas não temos ideia alguma de para onde navegamos. Para onde? Somente um navegador louco ou perdido navegaria sem ter ideia do para onde. Em relação à vida da sociedade, ela contém a busca de uma utopia. Utopia, na linguagem comum, é usada como sonho impossível de ser realizado. Mas não é isso. Utopia é um ponto inatingível que indica uma direção. 
    Mário Quintana explicou a utopia com um verso: Se as coisas são inatingíveis … ora! Não é motivo para não querê-las … Que tristes os caminhos, se não fora a mágica presença das estrelas! Karl Mannheim, outro sociólogo sábio que poucos leem, já na década de 1920 diagnosticava a doença da nossa civilização: não temos consciência de direções, não escolhemos direções. Faltam-nos estrelas que nos indiquem o destino.
    Hoje, dizia ele, as únicas perguntas que são feitas, determinadas pelo pragmatismo da tecnologia (o importante é produzir o objeto) e pelo objetivismo da ciência (o importante é saber como funciona), são: como posso fazer tal coisa? Como posso resolver este problema concreto particular? E conclui: E em todas essas perguntas sentimos o eco otimista: não preciso de me preocupar com o todo, ele tomará conta de si mesmo. 

(Rubem Alves. Gaiolas ou Asas. A arte do voo ou a
busca da alegria de aprender). 

“Faltam-nos estrelas ‘que’ nos indiquem o destino”.


Assinale a alternativa que apresenta uma frase em que a palavra destacada pertence à mesma classe gramatical que a palavra “que” destacada acima.

Alternativas
Comentários
  • GAB C

    O "que" nesse caso está funcionando como pronome relativo e está se referindo ao termo anterior: "estrelas".

    “Faltam-nos estrelas que’ nos indiquem o destino”.

    A dica é substituir o "que" por "o(s) qual(is)" e suas variantes. Caso se mantenha o sentido estaremos diante de um pronome relativo.

    • Visitáramos as meninas “que” haviam passado mal. 
    • Visitáramos as meninas "as quais" haviam passado mal.

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    a) O "que" está funcionado como conjunção conjuntiva fazendo a ligação entre diferentes elementos de uma frase;

    b) O "que" está funcionando como uma conjunção integrante (Basta substitui-lo por "isso") ;

    d) O "que" nesse caso está funcionando como um "advérbio" de intensidade.

    Qualquer erro é só avisar.

  • “Faltam-nos estrelas ‘que’ nos indiquem o destino”.

    O QUE nessa frase é pronome relativo, o pronome relativo retoma o fragmento anterior (Estrelas).

    Item A - o QUE aqui é uma conjunção conjuntiva, queremos um item com pronome relativo.

    Item B - o QUE, neste caso, é uma conjunção integrante, podemos substituir por (isto, isso).

    Item C - Perceba que aqui o QUE, que pode ser substituído por (os quais, as quais) retoma "as meninas". Sendo o nosso gabarito.

    Item D - Aqui o QUE funciona como advérbio de Intensidade, poderíamos trocar o que por QUÃO.

    Ex: QUÃO SURPRESA!

    QUE GRANDE SURPRESA!

    GAB C

  • Gente do céu...! Eu nunca ouvi falar em conjunção conjuntiva.

    Vivendo e aprendendo.

  • GAB: C Pronome relativo

  • Gab C

    Na alternativa A, o "que" está compondo uma locução conjuntiva (de modo que), com sentido conclusivo.

    --- Minha mãe chamou-nos a atenção, de modo “que (portanto) foi preciso parar.

  • Na letra D, “que” é um pronome adjetivo indefinido, pois está acompanhando o substantivo “surpresa”, advérbio só acompanha adjetivo, verbo ou outro advérbio.
  • Se não tiver substantivo antes do "QUE", então não é pronome relativo.