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ID
567523
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2011
Provas
Disciplina
Relações Internacionais
Assuntos

De acordo com a perspectiva construtivista no estudo das relações internacionais, julgue (C ou E) os itens a seguir.

O caráter anárquico do sistema internacional pode ser superado pelo uso criterioso da razão e pela formação de novas identidades resultantes de esforços em prol da cooperação e da interdependência.

Alternativas
Comentários
  • Essa questão demonstra exatamente o entendimento defendido pela PEB, que para os realistas é um tanto quanto ingênuo.
  • Essa premissa está explícita essencialmente na obra PODER e INTERDEPENDÊNCIA de Keohane e Joseph Nye Jr de 1977 , porém ela foi confrontada pelos Neorrealistas, tais como Kennety Waltz na obra THEORY OF INTERNACTIONAL de 1979. Que finalmente há a sínteses NEO-NEO com a obra After Hegemony de Keohane.
  • CERTO. 

    O Construtivismo é um ponto entre o realismo e o liberalismo, conflito e cooperação. A teoria diz que os Estados são construções sociais, existindo uma perspectiva de mudança e transformação.

    Wendt: A Anarquia é o que os Estados fazem dela.

    O "esforços em prol da cooperação e da interdependência" corresponde a ideia de uma anrquia kantiana (onde há o compartilhamento de interesses).
  • Como foi lembrado pelo colega, de fato, Alexander Wendt (construtivista de viés positivista) afirma que "A anarquia é o que os Estados fazem dela.". Seguindo essa lógica, a anarquia não é um elemento definidor (uma causa) das relações interestatais, mas, pelo contrário, um produto (um resultado ou consequência) delas. É por isso que o caráter anárquico pode, sim, segundo construtivistas como Wendt, ser superado.

    A anarquia não é o elemento definidor da dinâmica das relações internacionais; não é a anarquia que define a relação entre Estados. A anarquia é muito mais um efeito do que uma causa da interação entre Estados. A anarquia é o produto ou resultado de um determinado tipo de interação entre Estados. A anarquia hobbesiana é um efeito de determinadas relações sociais entre Estados. A anarquia kantiana é um efeito de outro determinado tipo de relações entre Estados. Logo, para Wendt, não é a ausência de um poder constituído (anarquia) que define a ordem internacional. Se a relação social entre os atores for de dilema de segurança (conceito da teoria realista), teremos uma anarquia hobbesiana. Se a relação social entre os atores for num ambiente comunitário (comunidade de segurança, termo concebido pelo tcheco Karl Deutsch em 1957, quando ele olhava para a Europa), teremos uma anarquia kantiana. Se “a anarquia é o que os Estados fazem dela”, ela não pode ser definidora da ordem internacional.