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ID
617581
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
PC-ES
Ano
2011
Provas
Disciplina
Medicina Legal
Assuntos

A polícia encaminhou ao IML o corpo de um adulto
jovem, do sexo masculino, morto em decorrência de lesões
causadas por arma de fogo e navalha. No exame necroscópico,
constatou-se, na região torácica direita, duas feridas cortantes com
cauda de escoriação voltada para o lado direito, que, se pudessem
ser mostradas em corte sagital, apresentariam perfil de aspecto
angular. Soube-se que dois tiros foram disparados a distância,
transfixantes, e atingiram a região torácica esquerda da vítima.
Constatou-se um ferimento de entrada, produzido por arma de fogo,
na fronte, de forma irregular, sem zona de tatuagem, com bordas
voltadas para fora, com diâmetro maior do que o do projétil.

Considerando a situação hipotética acima, julgue os itens
subsequentes.

Em relação à situação acima, é correto concluir que os dois ferimentos de entrada de bala na região torácica esquerda da vítima tinham as bordas reviradas para dentro, em formato de buraco de fechadura.

Alternativas
Comentários
  • Nas lesões em cima de técidos moles (Pela não junta ao osso, ex. cránio) a lesão produzida por projétil (unitário "bala") de arma de fogo, tende a causar lesões de forma circular ou elipítica. 
    A questão fala em forma de "buraco de fechadura", isso apenas pode ocorrer se durante o trajeto o projétil  recochetiar e entrar de lado na  corpo da vítima, nesses casos geralmente a lesão assume a forma de entrada "D".
    O ferimento geralmente tem bordas invertidas, invaginados, voltadas para o interior do corpo (Salvo no caso da Câmara de Hoffmann)
  • Eu errei a questão, porque como o ferimento foi maior que o projétil, a despeito de a pele ser elástica e tender a se retrair após a passagem do mencionado agente vulnerante, pensei justamente na possibilidade de ele ter entrado no corpo de lado. Alguém pode explicar qual foi a dinâmica da lesão? Se puder, por favor, avise no meu perfil. Abraço.
  • Victor, faltou na verdade só um pouco de atenção na leitura do texto. Vejamos:

    "Soube-se que dois tiros foram disparados a distância,
    transfixantes, e atingiram a região torácica esquerda da vítima."

    Aqui foi um momento. O indivíduo foi alvejado duas vezes, à distância, na região torácica esquerda.


    "Constatou-se um ferimento de entrada, produzido por arma de fogo,
    na fronte, de forma irregular, sem zona de tatuagem, com bordas
    voltadas para fora, com diâmetro maior do que o do projétil."

    Este foi um segundo momento. O orifício aqui é na fronte ou seja, no rosto, e não no tórax. Aqui podemos inferir que o disparo foi encostado (orifício de entrada maior que o projétil e irregular, com bordas voltadas para fora (tudo isso característico da Mina de Hoffman), e sem zona de tatuagem, visto que todos os elementos da carga penetram o orifício).


    Todavia, a questão pergunta apenas em relação aos primeiros dois disparos, os que atingiram o tórax.

    Neste caso, o máximo que podemos saber é: Esse foi o ferimento de entrada, porque o autor da questão nos informa que "atingiram a região torácica esquerda", ou seja, eles entraram pela região torácica esquerda. O disparo foi realizado à distância, ou seja, não haverá Mina de Hoffman. Assim, o orifício será menor que o projétil, a não ser que seja fornecida informação que indique o contrário. Com base nestas informações vamos julgar a assertiva:

    "Em relação à situação acima, é correto concluir que os dois ferimentos de entrada de bala na região torácica esquerda da vítima tinham as bordas reviradas para dentroem formato de buraco de fechadura."

    Correto. Como é o orifício de entrada, as bordas serão reviradas para dentro.

    Errado. Não se pode afirmar isso pelas informações fornecidas. Não sabemos se o projétil sofreu desvio, nem o ângulo do disparo.
  • Saudações prezados estudiosos.
    Esse modelo de grupo de discussões de questões é de grande valia para o sucesso nas aprovações.
    Sempre excelentes contribuições.
    Vou deixar aqui, também, minha humilde contribuição:

    Questão típica do CESPE:
    Segundo o professor Genival Veloso de França em sua obra Medicina Legal Nona Edição, pág. 109, o ferimento de entrada em formato de buraco de fechadura, nos ossos da calvária, quando o projétil tem incidência tangencial, porém com um mínimo de inclinação suficiente para penetrar na cavidade craniana. Assim, de início o projétil atinge tangencialmente o crânio, depois sua ponta começa a levantar um fragmento de osso e em seguida se verifica a sua penetração na cavidade craniana.
  • Bala??

     

    São Cosme e Damião??

     

    Nunca vi um doce transfixar vítima nenhuma..

     

    No máximo engoradar.

  • Enunciado = "...com bordas voltadas para fora..."

    Alternativa = "...bordas reviradas para dentro..."

     

    Só eu achei isso ridículo de fácil?

  • Camila focoforçafe nem ao menos entendeu o enunciado...
  • Verifique que a questão fala em lesões produzidas por ARMA DE FOGO e NAVALHA.

    A pergunta é com relação aos dois ferimentos de entrada de projétil (a questão inapropriadamente fala bala) na região torácica esquerda da vítima - Lembre-se que a questão diz que eles foram transfixantes. Aí a questão diz que eles teriam as bordas reviradas para dentro em formato de buraco de fechadura- INCORRETO. Vejamos:

    LESÕES DE ENTRADA: Em regra apresentam: bordas viradas para dentro, diâmetro menor do que o do projétil, forma arredondada ou elíptica, orla de escoriação, enxugo ou equimose. Nos tiros a curta distância apresentam orla de tatuagem, orla ou zona de esfumaçamento/tisnado. Já os tiros à queima roupa apresentam orla de queimadura/chamuscamento.

    LESÕES DE SAÍDA: Em regra apresentam- no caso de projétil único: bordas reviradas para fora, forma irregular, maior sangramento, não apresentam orla de escoriação nem de enxugo, sequer elementos químicos resultantes da decomposição da pólvora.

    Para apresentar borda virada para dentro deve ser uma LESÃO DE ENTRADA. No entanto, a lesão não é compatível com o BURACO DE FECHADURA que ocorre na região do osso da calvária.

    BURACO DE FECHADURA- ocorre nos ossos da calvária (parte superior do crânio) quando o projétil tem incidência tangencial- tem esse nome, pois o próprio nome já diz: é como se fosse uma fechadura, pois como apresenta incidência tangencial, ao se aproximar de um dos buracos do projétil, poder-se-ia ver o outro lado (saída do projétil). Literalmente, é como se fosse um buraco de fechadura.

    GABARITO DO PROFESSOR: INCORRETO

  • Engraçado que es questões de medicina legal para medico-legista são mais faceis que as de escrivão, investigador, delegado etc

  • O formato em buraco de fechadura ocorre nos tiros tangenciais na calvária e não no tórax.

    "Finalmente, chamamos a atenção para um tipo de ferimento de entrada em formato de “buraco de fechadura”, nos ossos da calvária, quando o projétil tem incidência tangencial, porém com um mínimo de inclinação suficiente para penetrar na cavidade craniana. Assim, de início o projétil atinge tangencialmente o crânio, depois sua ponta começa a levantar um fragmento do osso e em seguida se verifica a sua penetração na cavidade craniana (Figura 4.38)."

    França, Genival Veloso de. Medicina Legal (p. 125). Guanabara Koogan. Edição do Kindle. 

  • "Bala"... os professores de balística se remoendo com a cespe, certeza

  • Fabrício de Lima Feliciano. Pula tudo e vai nele, o melhor e direto ao ponto!