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choque vagal ou inibição relaciona-se a Esganadura:
é classificada como forma de asfixia mecânica-mista : em razão da morte ser constrição do pescoço pela ação direta das mãos e a etiologia da morte se dar por inibição nervosa (inibiçao vagal ou choque vagal do que pela asfixia propriamente dita). Desta forma a fisiopatologia não se relaciona ao choque vagal.
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O nervo vago ou pneumogástrico constitui, com o homólogo contralateral, o décimo par de nervos cranianos.
Sai do crânio pelo forame jugular e possui dois gânglios: o gânglio superior (jugular) e o inferior (nodoso). É responsável pela inervação parassimpática de praticamente todos os órgãos abaixo do pescoço que recebem inervação párassimpática (pulmão, coração, estômago, intestino delgado, etc), exceto parte do intestino grosso (a partir do segundo terço do cólon transverso) e órgãos sexuais.
O nervo vago atua na secreção de líquidos digestivos.
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tanto a esganadura como o estrangulamento podem interromper os circuitos do nervo vago, causando a morte.
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Acrescentado...
A Fisiopatologia é a ciência médica que estuda os mecanismos, as causas que levam ao aparecimento de determinadas doenças; esse estudo é fundamental, pois permite à medicina, a elaboração de planos e estratégias tanto de tratamento quanto de prevenção de inúmeras doenças relacionadas ao ser humano.
O estudo dos sinais e sintomas das doenças é objeto da Propedêutica ou Semiologia, que têm por finalidade fazer seu diagnóstico, a partir do qual se estabelecem o prognóstico, a terapêutica e a profilaxia.
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A morte por inibição vagal ou morte reflexa é aquela que se traduz praticamente pela suspensão súbita e inesperada das funções vitais, sem que, antes ou depois de tal fato, exista uma explicação convincente de sua ocorrência. Essa forma de morte começa a ser atualmente explicada como o resultado de pequenas perturbações ou leves traumatismos, que não produzem nenhuma lesão, mas, atuando em determinados órgãos ou regiões, podem causar o falecimento inesperado, mesmo que a vítima não apresente qualquer antecedente ou alteração patológicos. Em suma, é a morte rápida e brusca de um indivíduo aparentemente sadio, vitimado por pequeno traumatismo ou simples manipulação de certos órgãos ou regiões do corpo, tão insignificantes que deixam mínimos vestígios ou nenhum, ou qualquer lesão capaz de explicar tal resultado. Alguns autores consideram também que é necessária a existência de certas circunstâncias ou fatores predisponentes capazes de favorecer a morte por inibição vagal, como: uma sensibilidade exaltada do sistema nervoso vegetativo (aptidão neurovegetativa); um estado emotivo estimulador, como o medo ou a surpresa (estado psíquico inibidor); e um estado fisiológico, como, por exemplo, o período pós-prandial ou as primeiras horas do dia, pela sua predominância vagal.
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É mais comum na infância. Há ainda que considerar algumas regiões ou zonas reflexógenas mais conhecidas: no pescoço, pela existência da laringe e do seio carotídeo; na região esternal por “comoção cardíaca” (commotio cordis); no abdome, mais especificamente, no epigástrio, em face da localização do plexo solar; nos testículos, por sua hipersensibilidade dolorosa; no nariz, pela estimulação dos ramos terminais do trigêmeo; na cavidade abdominal, quando da tração intempestiva das alças intestinais sob anestesia superficial; nos órgãos genitais internos da mulher, como no saco vaginal posterior, em virtude de sua sensibilidade mais exaltada. Por fim, o diagnóstico médico-legal da morte por inibição vagal deve basear-se nos seguintes elementos externos e internos: (a) história de leves traumatismos sobre as zonas reflexógenas; (b) rapidez dos fenômenos inibitórios, principalmente sobre a circulação e a respiração; (c) ausência no cadáver de outras lesões que justificassem outro tipo de causa mortis; (d) congestão polivisceral; (e) hemoconcentração na cavidade ventricular direita pela transudação plasmática; (f) petéquias hemorrágicas subepicárdicas e subendocárdicas; (g) edema dos pulmões; (h) possibilidade de serem evidenciados alguns achados histológicos da síndrome geral de adaptação, como involução timo-linfática, sinais de hiperatividade corticossuprarrenal e esteatose hepática.
França, Genival Veloso de. Medicina Legal (p. 493). Guanabara Koogan. Edição do Kindle.
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Livor tênue, ferida incisa... Sagrou até morrer e o choque deve ter sido hipovolemico. E não morte de origem nervosa. Caso contrário haveria Franco livor por ter se preservado o sangue dentro dos vasos.
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A questão avalia os conhecimentos do candidato em tanatologia forense.
Na morte por inibição vagal, ou morte reflexa, ocorre uma irritação nervosa de origem externa que provoca, por via reflexa, a parada definitiva das funções respiratórias e circulatórias. Esse tipo de morte ocorre, por exemplo, nos chamados "afogados brancos":
"Há um quadro, não raro, de indivíduos que morrem dentro da água e permanecem com “pulmões secos", ou seja, sem nenhum líquido nas vias respiratórias e nos pulmões. Para alguns bastaria um espasmo da glote impedindo a entrada da água nas vias respiratórias ou a parada cardíaca de origem vagal influenciada por temperatura muito baixa da água." (Genival V. de França)
A morte reflexa também pode ocorrer por compressão dos elementos nervosos do pescoço, levando a uma asfixia mista ou complexa - casos de enforcamento, estrangulamento.
No caso apresentado na questão não há nenhum sinal que leve o candidato a pensar na ocorrência de algum tipo de asfixia que leve à inibição vagal. Por outro lado, a presença de ferida incisa no epigástrio pode levar a pensar que a morte ocorreu por conta de alguma hemorragia decorrente desse trauma.
Gabarito do professor: ERRADO.