Para Rogers (1961/1997), a experiência humana se constitui na atitude de se tornar o que se é. Rogers entende que "ser o que se é, é mergulhar inteiramente num processo, que a mudança encontra-se facilitada e, provavelmente, levada ao extremo, quando se assume o que verdadeiramente se é" (p. 200). A mudança é um processo fluido de novas escolhas, mais criativas e originadas de uma avaliação organísmica da experiência. Tornar-se uma pessoa é ser capaz de considerar suas experiências como possibilidades existenciais, pois suas escolhas passam a ser decorrentes do vivido dessas experiências e do significado que ele potencializa. Experimentar um novo vivido de uma experiência pode mudar o sentido que ela tem para a pessoa. Muitas vezes, a pessoa tende a se fechar quando a experiência lhe causa algum tipo de sofrimento na tentativa de evitar o contato, novamente, com esta dor. Este modo de lidar com o sofrimento afasta a pessoa da possibilidade de crescimento que tal experiência pode lhe oferecer. Assim, é comum que assuma posturas mais rígidas diante de seus sentimentos e das escolhas que faz na sua vida. Por outro lado, ao integrar a experiência à sua vida, a pessoa assume uma condição de escolha plena daquilo que pode se tornar. Nas palavras de Rogers (1961/1997), podemos entender melhor tal processo:
(...) em uma relação segura a defesa ou rigidez tende a ser substituída por uma abertura cada vez maior à experiência. O indivíduo se torna mais abertamente consciente de seus próprios sentimentos e atitudes conforme estes existam nele em um nível orgânico. Também se torna mais consciente da realidade conforme esta existe fora de si mesmo, ao invés de percebê-la em categorias preconcebidas (p. 130).