A letra "B" está errada pois diz a respeito do modelo sistêmico.
Resposta correta "C"
Na prática clínica e na vida cotidiana, identificamos com freqüência indivíduos ativos, social e profissionalmente produtivos, sem sinais de comprometimento, limitação funcional ou sofrimento, auto e hetero-reconhecidos como sadios, que no entanto são portadores de doenças ou sofrem de agravos, seqüelas e incapacidades parciais, mostrando-se muitas vezes profusamente sintomáticos. Outros, ao contrário, encontram-se infectados, apresentam comprometimentos, incapacidades, limitações e sofrimentos sem qualquer evidência clínica de doença. Além da mera presença ou ausência de patologia ou lesão, precisamos também considerar a questão do grau de severidade das doenças e complicações resultantes, com repercussões sobre a qualidade de vida dos sujeitos.
Em uma perspectiva rigorosamente clínica, portanto, a Saúde não é o oposto lógico da doença e, por isso, não poderá de modo algum ser definida como "ausência de doença". Como corolário, tem-se que os estados individuais de saúde não são excludentes vis à vis a ocorrência de doença. Creio que nesse aspecto podemos mesmo parafrasear Caetano Veloso, constatando que "de perto ninguém é sadio". Ou ainda, recorrendo a Canguilhem,22 devemos admitir que o oposto lógico da patologia não será de modo algum a Saúde.