Segundo o artigo de José Dornelles Picon e Ana Maria P. O. Ayala de Sá, Alterações hemodinâmicas da gravidez, Revista da Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul - Ano XIV nº 05 Mai/Jun/Jul/Ago 2005,
Pode ocorrer redução do débito cardíaco quando a gestante assume a posição supina, fato verificado em 5% a 10% das gestantes. Isto ocorre como conseqüência da diminuição do retorno venoso causado pela compressão da veia cava inferior pelo útero gravídico, podendo causar hipotensão, síncope e bradicardia,
caracterizando a síndrome de hipotensão supina. No trabalho de parto, o débito cardíaco aumenta a cada contração uterina (cerca de 500 ml de sangue saem do útero e caem na circulação sistêmica) e retorna a uma linha de base progressivamente mais elevada no intervalo intercontrátil. A dor e ansiedade relacionadas ao
trabalho de parto podem promover aumento adicional do débito cardíaco da ordem de 50% a 60%. Nas primeiras horas após o parto, o débito cardíaco se eleva em 60% a 80% do valor pré-parto. Isto ocorre devido à transferência do sangue represado no útero para a circulação sistêmica e à menor compressão da veia cava inferior
causados pela involução uterina. O resultado é o aumento da volemia efetiva, apesar da perda sanguínea que ocorre no parto (aproximadamente 500 ml no parto vaginal e 1000 ml no parto cesáreo).