ERRADO.
Política ambiental, como quase toda política social nos dias de hoje, não pode ser considerada como “competência exclusiva do Estado”, ao contrário, a questão ecológica é uma que depende da intensa cooperação entre os diversos setores da sociedade. Organizações não governamentais desempenham um papel fundamental na preservação do meio ambiente e na divulgação de informações relevantes ao complexo debate ecológico que sustenta as estratégias de gestão ambiental.
O erro categórico da questão, porém, encontra-se na afirmativa de que agências de cooperação internacional teriam competências maiores do que o Estado no que diz respeito à gestão de projetos de pesquisa e de conservação da natureza. Embora seja possível afirmar que a cooperação internacional entre Estado e agências internacionais exista, não se pode admitir que o Estado não tenha competência para elaborar e estabelecer seus projetos de pesquisa e, sobretudo, de conservação da natureza [vale lembrar o papel do Ministério do Meio Ambiente e de seus inúmeros órgãos vinculados como a Agência Nacional de Águas (ANA), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) ou ainda o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)].
É também errôneo atribuir ao crescente interesse econômico o maior empenho do Estado para lidar com a questão ecológica. Embora se possa aceitar que efetivamente a questão ecológica tenha adquirido nas últimas décadas maior relevância econômica, e que o Estado tem ampliado sua competência para atuar frente aos novos desafios ambientais, é inválido afirmar que exista uma correlação entre os dois fatos, visto que o interesse primário do Estado pela questão ecológica deve ser entendido antes de tudo como uma preocupação social e não econômica.