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ID
712375
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2012
Provas
Disciplina
História
Assuntos

A respeito da Revolução Industrial na Europa e de fatos a ela relacionados, julgue (C ou E) os itens subsequentes.

O retardo do desenvolvimento da economia industrial nos países da Europa Continental, comparativamente ao da Grã-Bretanha, deveu-se à precária cultura liberal empreendedora e às dificuldades econômicas advindas de conflitos armados.

Alternativas
Comentários
  • CORRETO,
    Desde a Revolução Gloriosa o governo britânico já tinha o lucro como meta.   O sistema bancário era o mais avançado do mundo. Nobreza britânica havia se transformado, em sua maior parte, em aristocracia de riqueza. As guerras de 1738-1815 estimularam o pioneirismo britânico pois retardaram o êxito industrial de outros países (ex: França).
  • Gabarito polêmico. Como a afirmativa é generalizante (Europa continental), a expressão "precária cultura liberal empreendedora" se aplica também aos Países Baixos, Bélgica, Flandres etc. Isso torna o item questionável, no mínimo.
  • Achei bem mal feita esta assertiva dada como correta

  • Essas questões de história às vezes pecam pela generalidade dos enunciados. Acho que os elaboradores retiram trechos de livros e colocam na prova sem se atentar para o fato de que a falta de contexto deixa a afirmativa genérica demais.  

  • Questão polêmica...como falar em baixa cultura empreendedora em regiões como os chamados países baixos.

  • Questão polêmica devido ao termo moderno utilizado para a época, mas em geral, correto.

  • Certa.


    De fato, o conservadorismo, por um lado, e a Revolução Francesa, seguida das guerras napoleônicas, por outro, geraram dificuldades para uma expansão rápida e eficaz da Revolução Industrial.


    Na Europa continental, diferentemente da Grã-Bretanha, o modelo absolutista, apesar da Revolução Francesa ter abalado suas bases, reinstalou-se após o Congresso de Viena. Esse modelo caracterizava-se por uma maior intervenção do Estado, nesse caso, do monarca, na economia, portanto, na circulação de capitais, o que dificulta o fluxo de investimentos.


    As guerras também contribuem para causar entraves à circulação de capitais necessária à industrialização, por criar barreiras físicas entre os Estados: é de imaginar-se a precária circulação de mercadorias entre a França e a Prússia, a Áustria e a Rússia, em 1815, principalmente pela crise gerada pelas guerras.


    Referente ao modo como as guerras afetam a expansão da industrialização, Hobsbawm, em A Era das Revoluções, é enfático: “Fora da Grã-Bretanha, o período da Revolução Francesa e de outras guerras trouxe relativamente pouco avanço imediato, exceto nos Estados Unidos [...]. As bases de uma boa parte da indústria posterior, especialmente da indústria de equipamento pesado, foram lançadas na Europa napoleônica, mas muito pouco sobreviveu ao fim das guerras, que trouxe a crise para toda a parte. No todo, o período que vai de 1815 a 1830 foi um período de reveses ou, na melhor das hipóteses, de recuperação lenta.” (pp. 275-276).


    Sobre os modelos arcaicos e a escassa cultura liberal dos monarcas europeus, Hobsbawm também contribui, após listar uma série de dificuldades a aceitar modelos mais liberais, o que justificaria os modelos mais conservadores: “..., o desenvolvimento industrial tinha que funcionar de um modo bastante diferente do modelo britânico. Assim, em todo o continente europeu, o governo tinha um controle muito maior sobre a indústria, não apenas porque já estivesse acostumado a isso, mas porque tinha que fazê-lo.” (p. 281).


    Fonte: 7.000 questões comentadas do CESPE.

  • A Alemanha não se tornou potência industrial no fim do século XIX?

  • Essa questão está bem explicada no volume 2 do livro História da Civilização Ocidental de Edward Burns, no capítulo que se refere à Revolução Industrial. A utilização dos termos, inclusive, é bem semelhante

  • Revolução Gloriosa - 1688/89 - fim do absolutismo inglês

    1689 - Bill of Rights

    - monarquia constitucional parlamentarista baseada nos princípios liberais

    permitiu que o país fosse pioneiro da Revolução Industrial 

  • Pode até ser considerada "certa" a afirmação, porém leva a crer que uma das causas da primazia inglesa na Revolução Industrial foi uma mente "liberal empreendedora", quando na verdade o liberalismo só faz parte da política econômica britânica após o fim das "Corn Laws", já na década de 40 do século 19.