A profilaxia da transmissão
vertical do HIV tem como objetivo apenas a prevenção da transmissão vertical e
está recomendada para gestantes que não possuem indicação de tratar a infecção
pelo HIV, já que são assintomáticas e o dano imunológico é pequeno ou ausente,
havendo baixo risco de progressão para aids. A profilaxia deve ser suspensa
após o parto. O início do esquema deve ser precoce, após o primeiro trimestre,
entre a 14ª e a 28ª semana de gravidez.
Todas as gestantes HIV+, independentemente do tipo de parto, devem
receber AZT intravenoso (IV) desde o início do trabalho de parto ou pelo menos
3 horas antes da cesárea eletiva, a ser mantido até o clampeamento do cordão umbilical.
Durante o trabalho de parto, ou no
dia da cesárea programada, manter os medicamentos antirretrovirais (ARV) orais
utilizados pela gestante, nos seus horários habituais, independentemente do
jejum, ingeridos com pequena quantidade de água, inclusive durante o período de
infusão venosa da zidovudina (AZT). A única droga que deve ser suspensa até 12
horas antes do início do AZT intravenoso é a d4T (estavudina).
Depois deve-se iniciar quimioprofilaxia
da transmissão no recém-nascido. O recém-nascido deve receber zidovudina
solução oral, preferencialmente ainda na sala de parto, logo após os cuidados
imediatos, ou nas primeiras 2 horas após o nascimento, devendo ser mantido o
tratamento durante as primeiras 6 semanas de vida (42 dias).
Logo após o parto, deve ser evitado
o início da lactação, o que pode ser conseguido com medida clínica ou
farmacológica. A medida clínica, mais simples, consiste em realizar o
enfaixamento das mamas, que consiste em realizar compressão das mamas com
atadura, imediatamente após o parto, com o cuidado de não restringir os
movimentos respiratórios ou causar desconforto materno. O enfaixamento é
recomendado por um período de dez dias, evitando-se a manipulação e estimulação
das mamas. Normalmente se utiliza a ação farmacológica para a cessação da
lactação, a inibição farmacológica da lactação deve ser realizada imediatamente
após o parto, utilizando-se cabergolina 1,0mg via oral, em dose única (dois
comprimidos de 0,5mg por via oral).
Enfim, na profilaxia da infecção
vertical em mulher na 14a semana de gestação, infectada pelo vírus HIV,
utiliza-se a terapia antirretroviral à gestante antes e durante o parto, ao
bebê nas primeiras 6 semanas de vida e enfaixamento das mamas após o parto
impedindo a amamentação.
Resposta B
Bibliografia
Brasil. Ministério da Saúde.
Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST e Aids. Recomendações
para Profilaxia da Transmisão Vertical do HIV e Terapia Antirretroviral em
Gestantes: manual de bolso/ Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em
Saúde, Programa Nacional de DST e Aids. – Brasília : Ministério da Saúde, 2010.
Brasil. Ministério da Saúde.
Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas. Gestação de alto risco: manual técnico / Ministério da Saúde,
Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas. – 5. ed. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2010.