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ID
726664
Banca
FCC
Órgão
DPE-SP
Ano
2012
Provas
Disciplina
Filosofia do Direito
Assuntos

“Toda a atividade orientada segundo a ética pode ser subordinada a duas máximas inteiramente diversas e irredutivelmente opostas”. Esta afirmação precede as análises de Max Weber, no ensaio “A Política como Vocação”, acerca da oposição entre, de um lado, a atitude daquele que, convencido da justeza intrínseca de seus atos, é indiferente aos efeitos que estes atos podem acarretar e, de outro lado, a atitude daquele que leva em conta as consequências previsíveis de seus atos. Segundo a terminologia empregada por Weber no ensaio mencionado, estas duas atitudes referem-se, respectivamente, àquilo a que o autor denomina

Alternativas
Comentários
  • Weber distingue duas ética da ação política, a ética das últimas finalidade (ou ética da convicção) e ética da responsabilidade. A primeira, a ética da convicção, corresponde às ações de um indivíduo que coloca em primeiro plano as crenças e objetivos que juga irrenunciáveis. Um membro de uma determinada seita pacifista, por exemplo, pautaria sua ação política por abster-se completamente de atos violentos, pois, como parece óbvio, paz geraria paz e violência, violência. Nada pareceria mais paradoxal que o uso da força em busca de suas utopias pacifistas.
    Todavia, retomando o exemplo da “seita pacifista”, que é um exemplo utilizado pelo autor, na eminência de um conflito armado, alheio à vontade dos membros da seita, toda a comunidade pacifista ficaria à mercê dos invasores, pois não disporiam de meios materiais para protegerem sua comunidade. Tal situação remete-nos à necessidade do político vocacionado priorizar a lógica de uma ética da responsabilidade, pois, para Weber, quem deseja dedicar-se a política, e especialmente a política como vocação, tem de compreender esses paradoxos éticos. O meio decisivo para a política é a violência e um líder político não pode furtar-se a obrigação de empregá-la.
    Contudo, o autor indaga que não podemos prescrever a ninguém que deva seguir uma ética de fins absolutos ou uma ética de responsabilidades, embora reconhece que um político vocacionado deve ser movido primordialmente pelo ética da responsabilidade. Mais ainda, ele afirma que a ética de fins últimos e a ética de responsabilidade não são contrastes absolutos, mas antes suplementos, que só em uníssono constituem um homem genuíno – um homem que pode ter a "vocação para a política".

    fonte http://pt.wikipedia.org/wiki/A_pol%C3%ADtica_como_voca%C3%A7%C3%A3o
  • ÉTICA DA CONVICÇÃO E RESPONSABILIDADE, LETRA C.
  •  ...a atitude daquele que, convencido da justeza intrínseca de seus atos, é indiferente aos efeitos que estes atos podem acarretar e, de outro lado, a atitude daquele que leva em conta as consequências previsíveis de seus atos...são as deixas para a questão de número C.

  • Para prova de defensoria, é preciso ler todos os livros de todos os autores famosos de filosofia e sociologia, porque a banca além de utilizar trechos específicos destas obras (facinhas de compreender), ainda elabora alternativas com nomenclaturas que tais autores poderiam muito bem ter utilizado para as mesmas teorias. 

  • A questão exige conhecimento relacionado aos escritos do autor Max Weber, em especial, do seu ensaio “A Política como Vocação”. Segundo Weber “Devemos ser claros quanto ao fato de que toda conduta eticamente orientada pode ser guiada por uma de duas máximas fundamentalmente e irreconciliavelmente diferentes: a conduta pode ser orientada para uma ética das últimas finalidades ou para uma ética da responsabilidade. Isto não é dizer que uma ética das últimas finalidades seja idêntica à de responsabilidade, ou que a ética de responsabilidade seja idêntica ao oportunismo sem princípios. Naturalmente ninguém afirma isso. Há, porém, um contraste abismal entre a conduta que segue a máxima de uma ética dos objetivos finais - isto é, em termos religiosos, "o cristão faz o bem e deixa os resultados ao Senhor" - e a conduta que segue a máxima de uma responsabilidade ética, quando então se tem de prestar conta dos resultados previsíveis dos atos cometidos”.

    Portanto, segundo a terminologia empregada por Weber no ensaio mencionado, estas duas atitudes referem-se, respectivamente, àquilo a que o autor denomina ética de convicção (ou das últimas finalidades, a depender da tradução da obra) e ética de responsabilidade.

    Gabarito do professor: letra c.

     

    Referência:

    WEBER, Max. “A Política como vocação”. In: ____ Ciência e política. Duas

    vocações. 16ª ed. tradução de Leônidas Hegenberg e Octany Silveira da Mota. – São Paulo: Editora

    Cultrix, 2000.


  • Max Weber defendeu que os valores religiosos do protestantismo favoreceram e coincidiam capitalismo. superavam a moral católica de renúncia ao mundo material. A noção de vocação para o trabalho foi associada também à ideia de amor ao próximo, e quanto mais intensa a atividade profissional, maior a aproximação da salvação. Por outro lado, a falta de vontade de trabalhar passou a ser compreendida como ausência do estado de graça e do não merecimento da salvação de Deus. Assim, estava autorizado que todo indivíduo empreendesse a busca pela riqueza material, podendo realizar grandes ações para própria salvação.

  • convencido da justeza intrínseca de seus atos = convicto

    atitude daquele que leva em conta as consequências = responsável

    GAB: C

  • Max Weber fez uma diferenciação dicotômica de ética que vale a pena sabermos:

    • ÉTICA DA CONVICÇÃO: se caracteriza essencialmente pelo compromisso do indivíduo com um conjunto de valores associados a determinadas crenças. Dessa forma, as intenções do agente são mais importantes do que os “resultados” ou o “sucesso” de suas ações. Temos que para esta visão um ato ético se pautaria exclusivamente nos valores morais que o agente considera corretos, independente das consequências.

    • ÉTICA DA RESPONSABILIDADE: valoriza as consequências/resultados das ações dos indivíduos. Ou seja, a ética da responsabilidade se preocupa com a relação entre os meios e os fins. Os atos dos indivíduos devem ser julgados “bons” ou “maus” levando-se em consideração as consequências das ações e a relação entre os meios e os fins alcançados.
  • Classificações da Ética

     

    Ética da Convicção

    - valores associados a determinadas crenças.

    - indivíduo pratica determinadas ações convencido de que seus atos são justos, independentemente dos efeitos/resultados que essas ações possam gerar.

    - rígida e dogmática.

    - acredita incondicionalmente em “valores absolutos”.

    - ex: indivíduo que é contra o aborto e não admite o aborto em qualquer situação (mesmo que a

    vida da mãe esteja em risco).

     

    Ética da Responsabilidade

    - valoriza as consequências/resultados das ações dos indivíduos.

    - se preocupa com a relação entre os meios e os fins.

    - os atos dos indivíduos devem ser julgados “bons” ou “maus” levando-se em consideração as consequências das ações e a relação entre os meios e os fins.