SóProvas


ID
780814
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
MPE-PI
Ano
2012
Provas
Disciplina
Serviço Social
Assuntos

Considerando o processo de construção, os desafios do projeto
ético-político e a legislação específica do serviço social, julgue os
itens de 10 a 17.

A conjuntura brasileira recente, marcada pela redução de direitos sociais, impõe limites à atuação do profissional do serviço social no que diz respeito ao engajamento político na defesa dos referidos direitos, condicionando-se o assistente social a atender às demandas do projeto neoliberal.

Alternativas
Comentários
  • Errado.

    As conseqüências deste panorama são contraditórias, próprias do sistema capitalista e das regras neoliberais, pois se de um lado o Serviço Social sente-se ameaçado pela precarização do Estado/Políticas Públicas, por outro lado, novos espaços sócio-ocupacionais para o assistente social vão surgindo, seja pela transferência dos serviços para o terceiro setor, seja pela regulamentação dos direitos constitucionais, principalmente nas esferas da municipalização, descentralização e controle social das políticas públicas e pela própria complexificação das expressões da questão social que tem demandado novos serviços, criando novos espaços para o exercício profissional até então desconhecidas e não ocupados por esta categoria. 


    O desenvolvimento do modo de produção capitalista e o consequente aprofundamento da desigualdade social e das expressões da questão social se configuram como a atual realidade que precisa ser apreendida pelo Serviço Social. Nesse sentido, o assistente social, ao apreender a realidade, percebe novas possibilidades de demanda e atuação, podendo transformá-las segundo sua intencionalidade e instrumentalidade em novos espaços e perspectivas para o exercício profissional. 

    Fonte: SERVIÇO SOCIAL E O EXERCÍCIO PROFISSIONAL: desafios e perspectivas contemporâneas.  Maciela Rocha Souza, 2012.

  • Nilza, por gentileza, qual o erro da questao?

  • Eu quero saber o errooooo!!

  • Creio que o erro esta em:  ''condicionando-se o assistente social a atender às demandas do projeto neoliberal.''. O profissional deve atender aos interesse da classe trabalhadora !

  • Pelo meu entendimento a questão está certa até "A conjuntura brasileira recente, marcada pela redução de direitos sociais, impõe limites à atuação do profissional do serviço social". Como vivemos em uma democracia, o assistente social pode engajar-se politicamente (sendo um direito). Acredito que a parte  "condicionando-se o assistente social a atender às demandas do projeto neoliberal" encontra-se errada.

  • O Assistente Social pode condicionar tantos aos interesses do capital como da classe trabalhadora.

  • A conjuntura brasileira de adoção e aprofundamento das políticas neoliberais e da contrarreforma do Estado iniciados na década de 1990 e, consequentemente, de redução da atuação do Estado na área social - área esta que nunca foi de fato privilegiada no que concerne a atuação estatal visto que no Brasil não houve a efetivação do Estado de Bem Estar Social , como nos países centrais -, a transferência da responsabilidade de responder às sequelas da questão social do Estado para a sociedade civil, a privatização da coisa pública, a redução e eliminação de direitos sociais, a mercantilização de serviços como a educação, a saúde e a previdência social, ocasionam dificuldades para aqueles que atuam diretamente com as políticas sociais e nos serviços sociais e públicos. No tocante ao assistente social, este é impactado tanto quanto trabalhador, possuindo suas condições de vida e de trabalho aviltadas e precarizadas, bem como possuindo sua subjetividade afetada, o que ocorre com toda a classe trabalhadora durante essa ofensiva capitalista. Contudo, é justamente neste contexto que o profissional deve estar atento às essas transformações societárias e no mundo do trabalho para buscar construir novas estratégias e alternativas para a defesa de direitos buscando também fortalecer a luta dos trabalhadores. Ademais, como apresenta Marilda Villela Iamamoto (O Serviço Social na cena contemporânea. In: Serviço Social: Direitos Sociais e Competências Profissionais. Brasília, CFESS/ABEPSS, 2009), o assistente social sempre teve que lidar com a tensão entre o estatuto assalariado e seu projeto ético-político, visto que a direção social do seu trabalho, orientada pelo projeto profissional confronta com as exigências postas por seus empregadores e pelo capital. Desse modo, esse conflito entre o assistente social que é também um trabalhador assalariado e o direcionamento social e político que busca imprimir no seu exercício profissional torna imprescindível que os profissionais reconheçam essa condição e seus limites e possibilidades no cotidiano de trabalho. Somente reconhecendo essa condição é que os assistentes sociais não irão recair nem no fatalismo, em que o poder do capital é superdimensionado e que não é possível articular forças para inverter a situação, nem no messianismo, em que é evocada a condição militante e voluntarista, superdimensionando aqui o poder da profissão, não reconhecendo os impactos das relações capitalistas na profissão. Desta forma, o assistente social pode a partir de sua competência técnica e metodológica tecer alternativas ao contexto imposto, não condicionando sua atuação às exigências do projeto neoliberal, o que confrontaria com seu Projeto ético-político e com seu Código de Ética.


    RESPOSTA: ERRADO
  • A conjuntura brasileira de adoção e aprofundamento das políticas neoliberais e da contrarreforma do Estado iniciados na década de 1990 e, consequentemente, de redução da atuação do Estado na área social - área esta que nunca foi de fato privilegiada no que concerne a atuação estatal visto que no Brasil não houve a efetivação do Estado de Bem Estar Social , como nos países centrais -, a transferência da responsabilidade de responder às sequelas da questão social do Estado para a sociedade civil, a privatização da coisa pública, a redução e eliminação de direitos sociais, a mercantilização de serviços como a educação, a saúde e a previdência social, ocasionam dificuldades para aqueles que atuam diretamente com as políticas sociais e nos serviços sociais e públicos. No tocante ao assistente social, este é impactado tanto quanto trabalhador, possuindo suas condições de vida e de trabalho aviltadas e precarizadas, bem como possuindo sua subjetividade afetada, o que ocorre com toda a classe trabalhadora durante essa ofensiva capitalista. Contudo, é justamente neste contexto que o profissional deve estar atento às essas transformações societárias e no mundo do trabalho para buscar construir novas estratégias e alternativas para a defesa de direitos buscando também fortalecer a luta dos trabalhadores. O assistente social sempre teve que lidar com a tensão entre o estatuto assalariado e seu projeto ético-político, visto que a direção social do seu trabalho, orientada pelo projeto profissional confronta com as exigências postas por seus empregadores e pelo capital. Desse modo, esse conflito entre o assistente social que é também um trabalhador assalariado e o direcionamento social e político que busca imprimir no seu exercício profissional torna imprescindível que os profissionais reconheçam essa condição e seus limites e possibilidades no cotidiano de trabalho. Somente reconhecendo essa condição é que os assistentes sociais não irão recair nem no fatalismo, em que o poder do capital é superdimensionado e que não é possível articular forças para inverter a situação, nem no messianismo, em que é evocada a condição militante e voluntarista, superdimensionando aqui o poder da profissão, não reconhecendo os impactos das relações capitalistas na profissão. Desta forma, o assistente social pode a partir de sua competência técnica e metodológica tecer alternativas ao contexto imposto, não condicionando sua atuação às exigências do projeto neoliberal, o que confrontaria com seu Projeto ético-político e com seu Código de Ética.

     

     

     

  • "Condicionando-se o assistente social a atender às demandas do projeto neoliberal". Acredito que esse seja o erro da questão, afinal o assistente social atende os interesses do capitalismo, como também da classe operária.