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ID
785857
Banca
FGV
Órgão
OAB
Ano
2012
Provas
Disciplina
Estatuto da Advocacia e da OAB, Regulamento Geral e Código de Ética e Disciplina da OAB
Assuntos

O escritório Alpha, Beta e Gama Advogados Associados, especializado em advocacia criminal, foi alvo de medida cautelar de busca em apreensão, determinada por juiz criminal, no âmbito de ação penal em que diversos clientes do escritório figuravam como acusados. O magistrado fundamentou a decisão de deferimento da medida de busca e apreensão apontando a gravidade dos crimes atribuídos pelo Ministério Público aos acusados, clientes do escritório em questão, bem como a impossibilidade de obtenção, por outros meios, de prova dos crimes por eles praticados. Considerando o que dispõem as normas aplicáveis à hipótese, assinale a alternativa correta:

Alternativas
Comentários
  • Art. 7º, § 6º, 7º da Lei 8.906/1994

  • Estatuto da OAB
    Art. 7º São direitos do advogado:

    II – a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia;

    § 6o  Presentes indícios de autoria e materialidade da prática de crime por parte de advogado, a autoridade judiciária competente poderá decretar a quebra da inviolabilidade de que trata o inciso II do caput deste artigo, em decisão motivada, expedindo mandado de busca e apreensão, específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença de representante da OAB, sendo, em qualquer hipótese, vedada a utilização dos documentos, das mídias e dos objetos pertencentes a clientes do advogado averiguado, bem como dos demais instrumentos de trabalho que contenham informações sobre clientes.

    § 7o  A ressalva constante do § 6o deste artigo não se estende a clientes do advogado averiguado que estejam sendo formalmente investigados como seus partícipes ou co-autores pela prática do mesmo crime que deu causa à quebra da inviolabilidade.
  • Conceito básico:

    Inviolabilidade é uma palavra de origem latina (inviolabilis) e significa que não se pode ou deve violar, juridicamente falando significa o “que está legalmente protegido contra qualquer violência e acima da ação da justiça” (FERREIRA, 2004), é uma prerrogativa que confere à certas pessoas e lugares isenção de ação da justiça.
    Na advocacia o exercício profissional prestado pelo advogado constitui um múnus público, isto é, uma função pública, dada a essencialidade do serviço, e constitui, também, função social, pois desempenha importante serviço de organização e desenvolvimento da sociedade. Pellizzaro (1997, p. 31) bem define essa profissão:
     
    [...] o advogado se caracteriza no livre exercício de sua atividade profissional como órgão que integra a ordem jurídica, de caráter privado indispensável ao atendimento das necessidades especiais da sociedade sendo inviolável por seus atos e manifestações nos limites da lei.


    [...]

    Os parágrafos 6º e 7º da Lei 11.767/08 aborda-se as possibilidades de quebra da inviolabilidade e a forma de cumprimento do mandado de busca e apreensão:

    L. 8.906/94, art. 7º, § 6º - Presentes indícios de autoria e materialidade da prática de crime por parte de advogado, a autoridade judiciária competente poderá decretar a quebra da inviolabilidade de que trata o inciso II do caput deste artigo, em decisão motivada, expedindo mandado de busca e apreensão, específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença de representante da OAB, sendo, em qualquer hipótese, vedada a utilização dos documentos, das mídias e dos objetos pertencentes a clientes do advogado averiguado, bem como dos demais instrumentos de trabalho que contenham informações sobre clientes.
    L. 8.906/94, art. 7º, § 7º - A ressalva constante do § 6o deste artigo não se estende a clientes do advogado averiguado que estejam sendo formalmente investigados como seus partícipes ou co-autores pela prática do mesmo crime que deu causa à quebra da inviolabilidade.

    [...]


    A inviolabilidade dos arquivos e dados do advogado, que devem ser invioláveis onde quer que ele se encontre:
     
    [...] considerando que o legislador ainda se referiu à inviolabilidade de seusarquivos e dados, estarão eles acobertados pela regra em todo e qualquer ambiente e situação que se encontrem. Pode-se, conseqüentemente, compor um sem-números de situações: a pasta ou bolsa onde são carregados seus documentos e anotações, o carro onde estes são transportados, sua casa ou de parentes (desde que ali trabalhe ou guarde qualquer elemento de trabalho), entre outras tantas.




    Fonte: http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=4481




  • Muito simples de resolver esta questão:

    a) A  inviolabilidade de escritórios de advocacia é absoluta,  sendo  ilegal e  inconstitucional, em qualquer hipótese, a  realização  de  medida  de  busca  e  apreensão  em  seu  interior. 
    Errada. Pois se absoluta fosse, imagine os absurdos que poderiam se passar por ali. Não seria bom nem pro advogado que ali trabalha, nem mesmo para a sociedade brasileira.

    b) A  inviolabilidade  de  escritórios  de  advocacia  é  relativa,  podendo-se  determinar  medida  de  busca  e  apreensão  em  seu  interior  quando  houver  certeza  de  que  serão  encontradas  provas  do  crime  praticado  pelo  cliente  do  advogado que ali trabalhe.
    Só será permitido fazer buscas de provas dos clientes, quando estes estiverem envolvidos  juntamente com o advogado criminoso. Tal disposição encontra-se no parágrafo 7º, do artigo 7º do Estatuto da Advocacia.


    c) A  inviolabilidade  de  escritórios  de  advocacia  é  relativa,  podendo-se  determinar  medida  de  busca  e  apreensão  em  seu  interior  quando  houver  indícios  de  autoria  e  materialidade da prática de crime por parte de advogado  que  ali  trabalhe,  sendo,  no  entanto  vedada  a  utilização  de  documentos  pertencentes  a  clientes  do  advogado  investigado,  quando  os  mesmos  não  estejam,  por  sua  vez, sob formal investigação.
    Alternativa correta, é a alternativa mais completa quanto à inviolabilidade de escritório e ainda quanto a utilização de documentos dos clientes. (Artigo 7º, §6º, do Estatuto da Advocacia).

    d) A  inviolabilidade  de  escritórios  de  advocacia  é  relativa,  podendo-se  determinar  medida  de  busca  e  apreensão  em  seu  interior  quando  houver  indícios  de  autoria  e  materialidade da prática de crime por parte de advogado  que ali trabalhe. Neste caso, a garantia da inviolabilidade  resta absolutamente afastada, não havendo  limites para  a realização da medida. 
    Resta absolutamente afastada? Não há limites para a realização da medida de busca e apreensão? Pra que ser advogado então, se o OJ com 
    mandado em mãos poderá fazer oque quiser dentro do escritório?   
  •  
    O estatuto da Advocacia e da OAB, com redação dada pela Lei11767/08, estabelece em seu art. 7º, II que é direito do advogado a inviolabilidade do seu escritório.  Contudo, essa inviolabilidade não é absoluta.  O mesmo art. 7º, nos § 6º e § 7º relativiza esse direito e permite medidas de busca e apreensão. Vejam-se os dispositivos:
    Art. 7º São direitos do advogado:
    II – a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia
    § 6º Presentes indícios de autoria e materialidade da prática de crime por parte de advogado, a autoridade judiciária competente poderá decretar a quebra da inviolabilidade de que trata o inciso II do caput deste artigo, em decisão motivada, expedindo mandado de busca e apreensão, específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença de representante da OAB, sendo, em qualquer hipótese, vedada a utilização dos documentos, das mídias e dos objetos pertencentes a clientes do advogado averiguado, bem como dos demais instrumentos de trabalho que contenham informações sobre clientes.
    § 7º A ressalva constante do § 6º deste artigo não se estende a clientes do advogado averiguado que estejam sendo formalmente investigados como seus partícipes ou co-autores pela prática do mesmo crime que deu causa à quebra da inviolabilidade. A assertiva C é a correta.
  • Questão mal formulada, veja que a alternativa dada como correta versa: quando  os  mesmos  não  estejam,  por  sua  vez, sob formal investigação. No entanto, o § 7º do mencionado dispositivo, condiciona essa exceção vejamos: A ressalva constante do § 6º deste artigo não se estende a clientes do advogado averiguado que estejam sendo formalmente investigados como seus partícipes ou co-autores pela prática do mesmo crime que deu causa à quebra da inviolabilidade. Assim, por tratar de forma muito aberta e genérica, a questão deveria ser anulada.

  • Art. 7º São direitos do advogado:
    II – a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia
    § 6º Presentes indícios de autoria e materialidade da prática de crime por parte de advogado, a autoridade judiciária competente poderá decretar a quebra da inviolabilidade de que trata o inciso II do caput deste artigo, em decisão motivada, expedindo mandado de busca e apreensão, específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença de representante da OAB, sendo, em qualquer hipótese, vedada a utilização dos documentos, das mídias e dos objetos pertencentes a clientes do advogado averiguado, bem como dos demais instrumentos de trabalho que contenham informações sobre clientes.
    § 7º A ressalva constante do § 6º deste artigo não se estende a clientes do advogado averiguado que estejam sendo formalmente investigados como seus partícipes ou co-autores pela prática do mesmo crime que deu causa à quebra da inviolabilidade.

    Correta: C

  • Artigo 7º , § 6, aplica-se o artigo desde que os documentos referidos a outros clientes ,do advogado averiguado, bem como dos demais instrumentos de trabalho do advogado , assim vedando sua ultilização.

  • Estatuto da OAB

    Art. 7º São direitos do advogado:

    II – a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia;

    § 6o Presentes indícios de autoria e materialidade da prática de crime por parte de advogado, a autoridade judiciária competente poderá decretar a quebra da inviolabilidade de que trata o inciso II do caput deste artigo, em decisão motivada, expedindo mandado de busca e apreensão, específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença de representante da OAB, sendo, em qualquer hipótese, vedada a utilização dos documentos, das mídias e dos objetos pertencentes a clientes do advogado averiguado, bem como dos demais instrumentos de trabalho que contenham informações sobre clientes.

    § 7o A ressalva constante do § 6o deste artigo não se estende a clientes do advogado averiguado que estejam sendo formalmente investigados como seus partícipes ou co-autores pela prática do mesmo crime que deu causa à quebra da inviolabilidade.

  • A inviolabilidade é garantida quando o advogado não está sendo investigado por determinado crime, para o qual o mandado de busca foi expedido. Sendo assim, não estando comprovado envolvimento do advogado com o criminoso, não é permitido a violação do escritório para a realização de busca. Caso descubra-se que o advogado tem aliança com seu cliente e utiliza dessa prerrogativa para valer-se do direito de não ter seu escritório violado, a autoridade poderá incluir seu nome no inquérito, desde que comprovada sua culpabilidade, e requerer ao magistrado a expedição de um mandado de busca e apreensão que autorize a entrada no local do trabalho desse.