Escassez acirra concorrência e mantém preço atrativo
O Brasil vive uma crise de falta do alumínio, matéria-prima essencial para a indústria metalúrgica, e principalmente para a indústria de latas. A produção nacional de alumínio deve cair 5% em 2011, de acordo com projeção da Abal (Associação Brasileira de Alumínio), e a importação do produto de países como a China, aparece cada vez mais como opção.
Enquanto o volume que vem de fora não alcança valor significativo, o que se observa é a ausência das latas para indústrias como a alimentícia, fator que está afetando um comércio informal que vinha ganhando espaço na economia nacional: a venda de latas recicladas. "Até 2010, eu recebia uma média de 10 toneladas de latas usadas por mês. Desde o início do ano, o número não passa de 6 toneladas", conta G.A.P., que possui um galpão de recebimento de metais para reciclagem no Jardim Aeroporto.
O empresário, que vende para 30 empresas da região, afirma que em 12 anos de atividade nunca viu este comércio cair tanto. "A queda de 40% é muita coisa para ser apenas um fenômeno restrito ao comércio de reciclagem, acho que o mercado está se adaptando à escassez do alumínio", comenta.
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QUEDA
Quando a crise do alumínio começou a eclodir, especialistas sugeriram que o comércio de reciclagem das latas poderia suprir pelo menos parte deste rombo, mas quem vive deste mercado tem números para mostrar que não. Segundo a Abralatas (Associação Brasileira das Empresas Produtoras de Latas), o índice de reciclagem delas no país hoje chega a 97,6%, próximo do limite de 100%.
A conclusão é que não há mais latinhas para reciclar. E o problema não é o preço, que continua atrativo: o quilo vendido no galpão de reciclagem de G. sai a R$ 3,30. "Não falta interesse de reciclar. Sumiram as latas, esta é que é a realidade", finaliza o empresário.