PATOLOGIA DA MEMÓRIA
Hipomnésia – É a diminuição da função mnésica. Observa-se, sobretudo, nas psicoses toxinfecciosas, nos estados depressivos, na psicose por arteriosclerose, nos estados psiconeuróticos, na fase inicial da paralisia geral, etc.
Amnésia de fixação ou anterógrada – É a incapacidade de guardar fatos novos. É comum na confusão mental, na psicose polineurítica de Korsacow, nos estados senis. Nestas condições o doente é incapaz de reproduzir uma frase que acaba de ouvir, mas repete com exatidão uma poesia que aprendeu na mocidade.
A amnésia lacunar é uma variedade de amnésia de fixação. Refere-se a certo período da vida quando, então, houve um verdadeiro íctus amnésico. Nos estados epiléticos, por exemplo, se observa amnésia lacunar referente a um período de crise convulsiva.
Amnésia de recordação ou retrógrada - Caracteriza-se pela perda de fatos já fixados. É própria dos estados demenciais. Em sua forma pura surge geralmente depois de traumatismos cranianos, infecções encefálicas, crises epilépticas subintrantes.
Amnésia retroanterógrada – É a incapacidade de fixar, recordar e reconhecer. Observa-se nos processos demenciais.
Hipermnésia – É a capacidade de mnésica elevada. É comum nos casos de excitação maníaca, na fase da iniciação de toxicomanias, etc. Quando a hipermnésia é parcial, pode-se suspeitar de oligofrenia. Algumas vezes os pacientes falam sobre inúmeros assuntos como se os recordassem. Trata-se de “pseudo-hipermnésia”, observada nos delirantes perseguidos.
Paramnésia – É uma perturbação do reconhecimento em virtude da qual o fato evocado não corresponde ao objeto original da percepção, embora não repugne isto à razão. Assim, o paciente revendo um irmão, considerará seu pai.
Outras vezes a paramnésia consiste no processo mental segundo o qual uma atividade de imaginação seria considerada atividade mnésica.
Em virtude da paramnésia surge o fenômeno do já visto: pessoas observadas pela primeira vez surgem aos olhos do paciente como antigos conhecidos. Há também o fenômeno do nunca visto: um antigo objeto, que o paciente já viu inúmeras vezes, é considerado pelo paciente como coisa inteiramente nova.
Observa-se a paramnésia na psicastenia, na confusão mental, na demência senil, na arteriosclerose cerebral, na histeria.