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ID
83695
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Cinco paradigmas históricos foram identificados na História
da Política Exterior do Brasil, de Amado Cervo e Clodoaldo Bueno,
correspondendo cada um deles a uma periodização, com a qual se
procurou inserir a con ju ntura nas estruturas históricas e articular
micro- e macro-história para se obter uma interpretação categorial e
sistemática da evolução da política exterior do Brasil nos últimos dois
séculos. Assim foram apresentados por Cervo e Bueno: a) o das
concessões sem barganha da época da independência
(1808-1828), pelo qual se sacrificou o interesse nacional sob
múltiplos aspectos, com efeitos nefastos sobre a formação nacional
até meados da década de 40 do século XIX; b) o da leitura
complexa do interesse nacional, aliado à determinação de preservar
o exercício soberano da vont ade nacional (1844-1889); c) a
diplomacia da agroexportação e dos grandes alinhamentos com que
a República, que subordinaria o serviço da diplomacia aos interesses
do segmento interno socialmente hegemônico, particularmente
plantadores e exportadores de café (1889-1930); d) o modelo de
política exterior do nacional-desenvolvimentismo que acoplou,
finalmente, a face extern a da política às demandas do moderno
desenvolvimento, dos anos 30 à década de 80 do século XX;
e) a dança dos três paradigmas disponíveis simultaneamente, no
tempo mais recente da política externa do Brasil (os anos 90 e o
início do novo século): o da sobrevivência limitada do nacionaldesenvolvimentismo,
o da expansão do liberalismo desenfreado e do
Estado logístico, que equilibra os dois anteriores.

José Flávio Sombra Saraiva. Um percurso acadêmico modelar: Amado Luiz
Cervo e a afirmação da historiografia das relações internacionais no Brasil.
Apud: Estevão Chaves de Rezende Martins (Org.). Relações internacionais:
visões do Brasil e da América Latina. Br asília: IBRI, 2003, p. 27 (com
a d a p t a ç õ e s ) .

Tend o o texto acima como referência inicial, julgue os itens
subseqü en t es , relativos à política internacional e à inserção
histórica do Brasil no cenário mundial.

As Tarifas Alves Branco, de 1844, cuja adoção coincide com o início do segundo paradigma da política externa brasileira, segundo a perspectiva do texto, geraram p ro fu ndo desconforto nas relações Bras il-Inglaterra. Com efeito, já dominando o mercado brasileiro, aos capitais ingleses não in teressava a decisão de Alves Branco de abrir o mercado nacional à livre concorrência mediante acentuada redução das alíquotas de importação.

Alternativas
Comentários
  • A tarifa Alves Branco na verdade AUMENTOU os impostos de importação! Após por pressão principalmente da Inglaterra esta tarifa foi substituída pela SILVA FERRAZ.
  • Entre os anos de 1828 e 1844 e tarifa de importação praticada no Brasil era de 15% sobre qualquer produto. Com a tarifa Alves Branco, mais de 3 mil produtos foram alterados na sua taxação, a tarifa passou a variar entre 30% e 60%.

  • A TARIFA ALVES BRANCO AUMENTOU OS IMPOSTOS PARA 30% PARA OS PRODUTOS QUE NÃO ERAM PRODUZIDOS NO BRASIL, E PARA 60% OS PRODUTOS QUE ERAM PRODUZIDOS NO BRASIL.

    DESDE O FIM DO PACTO COLONIAL E A ABERTURA DOS PORTOS ÀS NAÇÕES AMIGAS EM 1808, A INGLATERRA FOI UMA GRANDE BENEFICIÁRIA DISSO. EM 1810, COM O TRATADO DE COMÉRCIO E NAVEGAÇÃO, A INGLATERRA PAGAVA APENAS 15% DE IMPOSTO PARA IMPORTAR SEUS PRODUTOS NO BRASIL, ENQUANDO OS PRÓPRIOS PORTUGUESES PAGAVAM 16%, E OUTROS PAÍSES PAGAVAM 40% PRA CIMA. A TARIFA ALVES BRANCO EM 1844 ALÉM DE CORTAR ESSES PRIVILÉGIOS QUE A INGLATERRA TINHA SOBRE O BRASIL, FOI UM GRANDE IMPUSIONADOR PARA O FIM DO TRÁFICO NEGREIRO DE AFRICANOS, POIS A INGLATERRA, DEPOIS DISSO, PRESSIONOU OS BRASILEIROS A ACABAREM COM A ESCRAVIDÃO, QUE COMO SABEMOS, O FIM DA ESCRAVIDÃO SE DEU DE FORMA GRADUAL.

  • Aumentou os impostos inclusive para a Inglaterra