"Esse paradoxo implica que o gozo está numa relação de imanência originária e significante com a Lei e o lugar do pai. Ou seja, é a Lei, fundada com a morte do pai real, que cria ao mesmo tempo um limite e uma interdição ao gozo, mas também o possibilita pela via da transgressão e da culpa. Isso equivale a dizer que é o significante que, afetando o corpo, produz um “corpo-que-goza”, mas ao mesmo tempo permite ao sujeito barrar esse gozo, grafar o “gozo do ser” (Lacan, 1972-1973/1985), entrando no laço social e na lógica dos intercâmbios com o outro. Há, portanto, um “paradoxo da Lei”, pois ao mesmo tempo proíbe e barra o gozo, mas é também sua causa primeira."
Fonte: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/tpsi/v44n1/v44n1a09.pdf