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ID
86896
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Nossa aventura histórica é singular. Por isso e por realizar-se
nos trópicos, ela é inteiramente nova. Se nossas classes dominantes se
revelam infecundas, o mesmo não se passa com o povo, no seu
processo de autocriação. E é com essa vantagem de sermos mestiços,
que vamos chegar ao futuro.
Foi, aliás, em busca do futuro que passamos todo um século a
indagar quem somos, e o que queremos ser, e a projetar imagens de
nós mesmos, espelho contra espelho. A cada sístole e a cada diástole
desses cem anos corresponderam visões otimistas e pessimistas,
barrocas e contidas, esperançosas e desalentadas. Pois cada momento
- o da Belle Époque, o da Revolução de 30, o do Estado Novo, o da
redemocratização, o do dia seguinte ao suicídio de Getúlio Vargas, o
do desenvolvimentismo dos anos 50, o do regime militar e o da
segunda redemocratização - refez o retrato do Brasil. Mudou, ao
longo do tempo, a linguagem com que nos descrevemos. E mudou
também o país acerca do qual se dissertava. Lidos um após outro, os
nossos evangelistas soam dissonantes, mas, juntos, se corrigem ou
polifonicamente se completam.

Alberto da Costa e Silva. Quem fomos nós no século XX: as grandes interpretações do
Brasil. In: Carlos Guilherme Mota (org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira
(1500-2000) - a grande transação. São Paulo: SENAC, 2000, p. 38, (com adaptações).

A partir da análise contida no texto apresentado e considerando
aspectos significativos da trajetória republicana brasileira, julgue os
itens que se seguem.

Entre 1946 e 1964, período em que o autor destaca a redemocratização, o dia seguinte ao suicídio de Vargas e o desenvolvimentismo dos anos 50, o Brasil avançou em termos de participação política, experimentou uma das mais altas e rápidas taxas de urbanização conhecidas no mundo contemporâneo e, em especial sob os governos Gaspar Dutra e Juscelino Kubistchek, praticou uma política externa altiva, que possibilitou ao país passar ao largo da Guerra Fria e adiar sobremaneira a internacionalização de sua economia.

Alternativas
Comentários
  • Juscelino Kubistchek, NO SEU GOVERNO, ABRIU AS PORTAS PARA O CAPITAL ESTRANGEIRO VISANDO VIABILIZAR SEUS PROJETOS POLÍTICOS.
  • O país não passou ao largo da Guerra Fria, tanto que o golpe militar de 1964 foi realizado com base na crença de se eliminar "bolsões comunistas" que assolavam o país.

    A econômia da do país, com Goulart e Juscelino, passou por uma internacionalização, com busca de investimentos no capital estrangeiro.
  • BATATA PODRE: "que possibilitou ao país passar ao largo da guerra fria e adiar sobremaneira a internacionalização de sua economia"
  • ERRADO. O governo Dutra colocou-se na teia das relações posteriores a 1945. Ademais, muitos consideram que sua Política Externa não foi altiva, mas se alinhou automaticamente/ideologicamente ao EUA.

    Por fim, JK abriu espaço, em seu Plano de Metas, para os investimentos externos, sobretudo quanto à produção de bens duráveis. 

  • "e, em especial sob os governos Gaspar Dutra e Juscelino Kubistchek, praticou uma política externa altiva"

    "que possibilitou ao país passar ao largo da Guerra Fria e adiar sobremaneira a internacionalização de sua economia."

    Errado. A política externa do governo Dutra é medíocre, marcada por um relacionamento de mendicância e alinhamento automático aos Estados Unidos na largada da Guerra Fria, bem com pelo rompimento de relações diplomáticas com a União Soviética.

    Por outro lado, o país também não passou ao largo da Guerra Fria, que como bem se vê, em muito afetou a política externa brasileira; também não se pode falar que houve adiamento da internacionalização da economia, muito menos com Juscelino.