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ID
870502
Banca
VUNESP
Órgão
TJ-SP
Ano
2012
Provas
Disciplina
Atualidades
Assuntos

Quando se trata das forças do governo sírio, existe uma relação muito complexa e pouco clara entre os militares, as milícias, as agências de inteligência e os vários centros de poder que os controlam. Esta é uma das razões pelas quais é tão difícil determinar responsabilidades por massacres como o que ocorreu na última sexta-feira, em Houla, e porque o presidente da Síria, Bashar al-Assad, tem sido capaz de manter uma aparência de respeitabilidade enquanto nega qualquer culpa pelas atrocidades recentes.
(Folha de S.Paulo, 30.05.2012. Adaptado)

Sobre os desdobramentos da situação na Síria, é correto afirmar que

Alternativas
Comentários
  • Gabarito C

    Desde o início dos protestos sociais em março de 2011, a Síria atravessa um momento de grave tensão social. A maioria da população corresponde aos sunitas, divisão do islamismo que abrange cerca de 90% dos islâmicos do mundo. O presidente sírio Bashar al-Assad pertence à seita islâmica alauita, uma vertente dos xiitas. Os alauitas podem ser considerados como a elite econômica e política da Síria, possuindo também uma posição privilegiada nas forças armadas. O governo sírio é apoiado pelo Irã, país de maioria xiita e que é declaradamente opositor à dominação geopolítica do ocidente na região. Recebe também grande influência do grupo xiita Hezbolah, milícia islâmica que luta pela criação de um Estado palestino e que recentemente assumiu o poder no vizinho Líbano.

    Bashar al-Assad chegou à presidência no ano de 2000 após o falecimento de seu pai, Hafez al-Assad, prometendo uma série de reformas que nunca foram realizadas. O partido Ba’ath governa a Síria desde 1963 e pouco tempo depois que chegou ao poder impôs censura à imprensa e decretou um Estado de Emergência, que é quando o governo pode tomar medidas que contrariam os direitos civis em nome dos ideais do Estado, efetuando prisões, impondo toques de recolher, entre outras medidas.

    Atualmente o país é governado por uma espécie de cartel formado por governistas e empresários. Algumas reformas políticas foram realizadas nos últimos anos, mas não foram suficientes para impedir as manifestações da população civil que começaram na cidade de Deraa, ao sul, e que se espalharam por todo o país. A violência aumentou muito, e os dados da ONU indicam ao menos 10.000 mortes em 1 ano de conflito.

  • Completando

    Ao final do mês de abril de 2011, o governo encerrou o Estado de Emergência que vigorou no país por 38 anos, afirmando que as manifestações políticas pacíficas seriam permitidas no país. Após a projeção internacional da crise, o líder sírio tentou convencer a ONU que as ações contra os manifestantes não eram intensas, diferente das informações que os rebeldes e os opositores em exílio expuseram para a comunidade internacional. ONU e Liga Árabe procuraram saídas diplomáticas e negociaram um cessar-fogo que aparentemente não foi praticado. Os bombardeios contra os focos de resistência rebelde ainda são constantes.

    As deserções de soldados sírios começaram a ajudar os opositores, que pretendem criar um conselho transitório de governo. Os principais alvos dos rebeldes são os símbolos do poder do governo, como delegacias e tribunais. As cidades de Aleppo (a mais populosa e importante) e a capital Damasco concentram a maior parte dos confrontos. O número de refugiados já ultrapassa a marca de 250 000 indivíduos, a sua maioria em direção à Jordânia.

    Os Estados Unidos parecem não querer interferir diretamente na questão Síria por entenderem o momento inoportuno para encarar o Irã, que pode se sentir ameaçado ao ver o ocidente interferindo nas políticas internas do seu aliado. Além disso, a característica apresentada pelo governo norte-americano de Barack Obama é evitar “novos Iraques”, isto é, guerras dispendiosas do ponto de vista financeiro e humano. Há uma disposição por parte da ONU de tomar medidas mais drásticas contra Bashar al-Assad, que são veementemente refutadas por China e Rússia, países que possuem em seus territórios conflitos separatistas e etnias que buscam autonomia. Várias sanções políticas e econômicas já foram impostas, como o congelamento dos bens do Estado sírio e a suspensão da comercialização do petróleo, principal produto exportado pelo país. A saída de al-Assad é algo inevitável, mas pode ceifar milhares de vidas até a sua consumação.

  • O presidente sírio, Bashar al-Assad, pediu neste domingo 6 um diálogo nacional para colocar fim ao conflito que atinge o país há 21 meses, proposta rejeitada imediatamente pela oposição, e acrescentou que não discutirá com aqueles que pegaram em armas contra o regime, durante um discurso transmitido pela rede de TV oficial.

    Em seu primeiro discurso público em sete meses, o presidente sírio afirmou que o conflito, que, segundo a ONU, deixou mais de 60.000 mortos, não é travado “entre o poder e a oposição, mas entre a pátria e seus inimigos, o povo e seus assassinos”, acrescentando que alguns deles querem a divisão da Síria.

    Assad, cujo mandato termina em 2014, afirmou que os países ocidentais “fecharam todas as portas para o diálogo”, e rejeitou a ideia de deixar o poder, dizendo que qualquer transição deve ser realizada “de acordo com os termos da Constituição”, em referência a eleições.

    Neste sábado, o jornal libanês pró-sírio Al-Akhbar afirmou que Assad apresentaria um plano de saída do conflito no qual estipula que não pode ser candidato nas eleições de 2014.

    http://www.cartacapital.com.br/internacional/presidente-sirio-propoe-dialogo-nacional-para-encerrar-conflito/

    Bons estudos!
     

  • De forma rápida:
    a) errada- Não obteve apoio; pelo contrário, teve ONU responsabilizou Assad pelas mortes;
    b) errada - A ONU não conseguiu condenar Assad; A Russia e China vetaram qualquer sansão contra Assad por apoiar e terem interesses comerciais no país. Compram Petroleo mais barato e o Governo do Assad compra deles armas...
    c) CORRETo - A repressão e o massacre continua, tanto que o Presidente Barack Obama publicamente responsabilizou Assad
    d) Errado- o erro está em afirmar que é a última didatura na região; não é!
    e) errado - Israel não apoia as tropas;