A reconfiguração das políticas sociais na contemporaneidade ataca os princípios universais das políticas sociais tradicionais (guiadas pela lógica do Welfare State), passando a selecionar grupos e segmentos em função de características e/ou méritos, em detrimento da universalização dos direitos sociais.
Esse pensamento ressoa a ideologia individualista, na qual cada um é o único culpado por suas derrotas e também o único responsável por suas vitórias, sendo seu efeito nefasto a culpabilização dos beneficiários que não conseguem por si só alcançar o sucesso pessoal.
As dimensões coercitivas e punitivas dos programas de transferência de renda, focalizados e condicionados, ao penalizar famílias por descumprirem condicionalidades acabam por, concomitantemente, contribuir no processo de estigmatização de beneficiários pobres, gerando situações nas quais a vergonha é imposta por fora, sob o status de “descumpridor de condicionalidades”.
Gabarito: Certo.
Fonte:
Carnelossi, Bruna. O trabalho do assistente social no Programa Bolsa Família: desafios ao Código de Ética profissional. In Serv. Soc. Soc., São Paulo, n. 125, p. 124-147, jan./abr. 2016.