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ID
90016
Banca
FCC
Órgão
TRE-AL
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O século XX escolheu a democracia como forma predominante
de governo e, para legitimá-la, as eleições pelo voto
da maioria. O momento eleitoral passou a mobilizar as energias
da política e trazer ao debate as questões públicas relevantes.
No entanto, demagogias de campanha e mandatos mal cumpridos
foram aos poucos empanando a festa de cidadania do
sufrágio universal.

Pierre Rosanvallon propõe como um dos critérios para
avaliar o grau de legitimidade de uma instituição a sua capacidade
de encarnar valores e princípios que sejam percebidos
pela sociedade como tais. Assim como a confiança entre pessoas,
legitimidade é uma entidade invisível. Mas ela contribui
para a formação da própria essência da democracia, levando à
adesão dos cidadãos. Afinal, a democracia repousa sobre a
ficção de transformar a maioria em unanimidade, gerando uma
legitimidade sempre imperfeita. O consentimento de todos seria
a única garantia indiscutível do respeito a cada um.

Mas a unanimidade dos votos é irrealizável. Por isso a
regra majoritária foi introduzida como uma prática necessária.
Na democracia os conflitos são inevitáveis, porque governar é
cada vez mais administrar os desejos das várias minorias em
busca de consensos que formem maiorias sempre provisórias.
Há, assim, uma contradição inevitável entre a legitimidade dos
conflitos e a necessidade de buscar consensos. Fazer política
na democracia implica escolher um campo, tomar partido.
Quanto mais marcadas por divisões sociais e por
incertezas, mais as sociedades produzem conflitos e necessitam
de lideranças que busquem consensos. Como o papel do
Poder Executivo é agir com prontidão, não lhe é possível gerir a
democracia sem praticar arbitragens e fazer escolhas. Mas
também não há democracia sem o Poder Judiciário, encarregado
de nos lembrar e impor um sistema legal que deve expressar
o interesse geral momentâneo; igualmente ela não existe sem
as burocracias públicas encarregadas de fazer com que as
rotinas administrativas essenciais à vida em comum sejam realizadas
com certa eficiência e autonomia.

(Gilberto Dupas. O Estado de S. Paulo, A2, 17 de janeiro
de 2009, com adaptações)

Identifica-se relação de causa e consequência, respectivamente, no segmento:

Alternativas
Comentários
  • LETRA E)A PRONTIDÃO DO PODER EXECUTIVO INFLUENCIA DIRETAMENTE NO GERIR DA DEMOCRACIA.O AGIR COM PRONTIDÃO(CAUSA) CAUSOU, TEVE COMO CONSEQUENCIA, INFLUENCIOU NO GERIR DA DEMOCRACIA, A QUAL É PRATICADA SEM PODER EVITAR ARBITRAGENS E ESCOLHAS DO PODER EXECUTIVO.Identificamos também pela introdução da conjunção subordinativa causal "COMO"vamos comentar português pessoal.
  • Idéia de conformidade e adição:
    a) O século XX escolheu a democracia como forma predominante de governo e, para legitimá-la, as eleições pelo voto da maioria.;

    Idéia de comparação e adversidade:
    b) Assim como a confiança entre pessoas, legitimidade é uma entidade invisível. Mas ela contribui para a formação da própria essência da democracia...;

    Idéia de proporcionalidade
    c) Quanto mais marcadas por divisões sociais e por incertezas, mais as sociedades produzem conflitos e necessitam de lideranças que busquem consensos.

    Idéia de adição
    d) Mas também não há democracia sem o Poder Judiciário, encarregado de nos lembrar e impor um sistema legal...
    d) Mas também não há democracia sem o Poder Judiciário, encarregado de nos lembrar e impor um sistema legal... d) Mas também não há democracia sem o Poder Judiciário, encarregado de nos lembrar e impor um sistema legal...  
    Idéia de causa (QUESTÃO CORRETA)
    e) Como o papel do Poder Executivo é agir com prontidão, não lhe é possível gerir a democracia sem praticar arbitragens e fazer escolhas.
  • Tente encaixar a conjunção "já que".

     

    Não lhe é possível gerir a democracia sem praticar arbitragens e fazer escolhas, JÁ QUE o papel do Poder Executivo é agir com prontidão.

     

    Conjunções Causais: introduzem uma oração que é causa da ocorrência da oração principal. São elas: porque, que, como = porque (no início da frase), pois que, visto que, uma vez que, porquanto, já que, desde que, etc.

    Abraços!