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ID
915943
Banca
ESAF
Órgão
MF
Ano
2013
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

O período 1981-1984 foi especialmente difícil para a economia brasileira. Sobre esse período, pode-se dizer que:

Alternativas
Comentários
  • Todas as informações retiradas de GIAMBIAGI, VILLELA, CASTRO  e HERMANN. Economia Brasileira contemporânea, 2. ed.
    a) a crise da dívida que se configurou foi impulsionada pela segunda crise do petróleo de 1979 e por forte elevação das taxas de juros internacionais. Estas foram as únicas causas da forte deterioração da situação externa do País.
    ERRADO. A crise foi causada pela soma de diversos fatores, especialmente tres: o aumento do preço do petróleo a partir de 79, que encareceu as importações brasileiras; a elevação dos juros internacionais, que tornou o Brasil menos atrativo ao capital internacional; e a aceleração da inflação, que tornava os bens importados mais baratos que os nacionais e, na prática, anulava as desvalorizações cambiais promovidas pelo governo para combater justamente esse fenômeno. Assim, o Brasil acumulou moderado superávit na conta capital e financeira, que contudo não foi suficiente para cobrir os elevados déficits da conta corrente do BP.
    b) as políticas de restrição da demanda agregada do período contribuíram significativamente para corrigir o desequilíbrio do setor externo.
    ERRADO. "O diagnóstico inicial de Delfim Netto foi de que o estrangulamento externo que afetava a economia brasileira em 1979 refletia, antes que um excesso generalizado de demanda,  um desajuste de preços relativos que distorcia a distribuição dessa demanda entre os diversos setores."  (p. 88) Dessa forma, as principais medidas adotadas foram: 1) correção das tarifas públicas; 2) controle dos gastos do governo; 3) ajuste da taxa de câmbio.
    c) a crise deste período foi amenizada pela estratégia expansionista executada por Delfim Netto em 1979- 1980.
    ERRADO. A estratégia inicial de combate à crise, adotada no biênio 79-80, buscava conjugar medidas de austeridade com outras que objetivam meramente anular seus efeitos recessivos, como aumento da frequência das correções salariais e dos subsídios, além da desvalorização cambial. Não obstante, destacou-se pelos controles fiscal e monetário, resultando na diminuição do peso dos investimentos públicos na formação bruta de capital fixo (p. 89).
    d) as necessidades de financiamento do balanço de pagamentos levaram o governo, já em 1983, a recorrer ao FMI.
    CORRETO. O acordo foi assinado no fim de 82, levando à injeção de US$4,2 bilhões na conta capital, e foi o primeiro de uma série que marcou a décade de 80 e parte da seguinte.
    e) as políticas de restrição da demanda agregada foram bem-sucedidas em atenuar a inflação do período.
    ERRADO. A inflação acelerou-se no período (dados do IGP):
    1977 38,8%
    1978 40,8%
    1979 77,2%
    1980 110,2%
    1981 95,2%
    1982 99,7%
    1983 211,0%
    1984 223,8%
  • - O resultado da política de ajustamento foi  entre 1981 e 1983, a maior recessão da história brasileira, com um encolhimento de 6,3% do PIB.
     
    - A inflação, inicialmente estabilizada em 100% nos anos de 1981 e 1982 acelerou-se em 1982 devido a alguns choques de oferta e à deterioração da situação financeira do Estado.
     
    - A aceleração inflacionária diminuía a arrecadação, conhecido por nós como o efeito Olivera-Tanzi.

    - Endividado e sem crédito, o Brasil passa a ter que adotar uma política de geração de superávits comerciais para fazer frene aos serviços da dívida externa. Este processo de busca de superávits, iniciou-se em 1980, de forma voluntária, e aprofundou-se a partir de fins de 1982, sob a tutela do FMI.
     
    - 1983: empréstimo do FMI (US$ 4,2 bilhões).