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ID
915949
Banca
ESAF
Órgão
MF
Ano
2013
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

Ao longo dos anos 1990, o Brasil passou por profundas transformações estruturais. Assinale a opção que não foi uma consequência destas transformações, sentida na segunda metade desta década.

Alternativas
Comentários
  • Resposta: C.

    O Plano Real resolveu o problema da inflação, mas não resolveu uma das causas desse problema, ou seja, o desequilíbrio fiscal. A inflação foi substituída pelo aumento da relação "dívida/Produto Interno Bruto (PIB)" e pelo aumento da carga tributária, observa Marcos Lisboa, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda (Valor, São Paulo, 30.jun.2004, p. F1). Os anos seguintes ao Plano Real são de graves e crescentes desequilíbrios fiscais.

    O aumento da dívida pública de 30,2% do PIB, em 1994, para 55,9% do PIB, em 2002, não pode ser atribuído exclusivamente à política de juro praticada.

    A média da taxa de juros real foi de 21,4%, no período de 1997 a 1999; de 15,8%, no período de 2000 a 2002; de 13,2%, em 2003; e de 9,3%, em janeiro e fevereiro de 2004.

    Não há uma única causa, afirma Pedro Malan, ex-ministro da Fazenda (Valor, São Paulo, 30.jun.2004, p. F6). A dívida pública aumentou por várias razões, dentre as quais:

    1) o fim da receita proveniente do imposto inflacionário;

    2) um déficit estrutural anterior muito superior ao déficit registrado depois nas estatísticas, pois atrasos na liberação de recursos nominalmente previstos corroíam seu valor em termos reais;

    3) uma dívida registrada inferior à dívida efetiva pela falta de inclusão de obrigações líquidas e certas já incorridas, mas ainda não reconhecidas estatisticamente (o governo foi penalizado por reconhecer esqueletos);

    4) as infindáveis pressões por maiores gastos, algumas vitoriosas, como ocorre em democracias;

    5) o excessivo grau de vinculação de receitas a determinados e maiores gastos, levando a reduzidas margens de manobra para exercício de política fiscal;

    6) custo do ajuste de bancos oficiais e privados ao fim de suas receitas inflacionárias;

    7) custo (para o governo federal) do refinanciamento das dívidas de Estados e municípios;

    8) custos da preservação da inflação sob controle via política monetária, particularmente em certos contextos internacionais adversos, como em 1997 e 1998;

    9) custos de avanços aquém do desejável na área fiscal, enquanto a idéia de responsabilidade não se consolidava.

    A arrecadação federal bateu recordes, mas os gastos correntes dos três níveis de governo também o fizeram.

    http://www.newton.freitas.nom.br/artigos.asp?cod=65

  • Estou sem entender. Li o artigo inteiro que o colega postou acima e a ideia geral é que houve política fiscal frouxa até 1998, e depois, responsabilidade fiscal, nos dois últimos anos da década. Por outro lado, nada é dito sobre aumento da produtividade industrial, mas há afirmações que podem ser ligadas à sua queda, como aumento substantivo do desemprego e perda de competitividade relativa da indústria nacional com relação aos importados devido à taxa de câmbio sobrevalorizada.
    A alternativa (d) me parece a que deve ser assinalada. Note-se, por exemplo, o gabarito da questão abaixo - http://www.questoesdeconcursos.com.br/questoes/3ca40e20-9c - que dá como correta a alaternativa que diz que o plano real incluiu ajuste fiscal e corte de gastos. Temos dois gabaritos aparentemente contraditórios na mesma prova. Alguém tem mais informações a respeito?
  • Depois da estabilização efetiva da inflação, no plano real houve um aumneto da demanda por bens de consumo duráveis, é a chamada demanda reprimida, ou seja o que as pessoas deixaram de consumir no período, O desempenho do PIB como um todo foi bastante fraco, mas principalmente no início do plano real verificou-se um aumento da produção industrial.

    Gremaund - Economia Brasileira.

  • Houve aumento no gasto público pois para manter a taxa de câmbio valorizada foi necessário o governo gastar mais das suas reservas nacionais. Além disso, nesse periodo o governo comprou parte da divida dos empresários brasileiros como forma de amenizar o prejuízo causado aos empresários que tinha suas dividas captadas do exterior indexadas a taxa de juros internacional e a taxa de cambio real-dolar.

  • Na concepção do plano real, que ocorreu no governo Itamar Franco, tomou-se como uma das medidas corte dos gastos públicos, mas no ínicio do governo FHC, segundo estatisticas do IBGE, o consumo do governo ficou 5,7% maior no primeiro semestre do ano de 1995, em comparação com a série anterior. Logo alternativa c é a resposta, pois o enunciado deixa claro que o período a ser tratado é a segunda metade da década de 90. Por isso, não podemos confundir na concepção do plano real (redução de gastos público), já em sua implementação, no governo FHC, o inicio de seu mandato os gastos públicos foram elevados.