Após a publicação da Teoria Geral, do Emprego do Juro e da Moeda - doravante TG - houve um intenso debate sobre as (novas) proposições teóricas e de política econômica que estavam sendo defendidas nesta obra, em especial, aquela que identificava como característica natural de uma economia de mercado operar, no longo prazo, com subutilização da capacidade produtiva. Neste caso, justifica-se a intervenção governamental através do uso da política fiscal e monetária a fim de estimular o produto e o emprego desta economia.
A questão central, contudo, está na identificação de que uma economia de mercado não possui mecanismos endógenos capazes de garantir que no longo prazo ela opere sobre um equilíbrio em que a plena capacidade produtiva dos recursos disponíveis esta sendo utilizada, como defendia o pensamento clássico convencional até então. Ou seja, na TG Keynes defendeu que este equilíbrio era apenas “um” entre os “n” casos possíveis sendo, portanto, o equilíbrio com pleno emprego um caso particular de uma teoria mais geral, qual seja, aquela que defendia que é característica natural (de longo prazo) de uma economia permanecer com subutilização desses recursos.
O pensamento convencional, no entanto, não aceitou as conclusões da macroeconomia Keynesiana. Como tentaram mostrar uma série de autores (Hicks-1939; Modigliani - 1944; Patinkin – 1948, 1956; Tobin - 1969; entre outros), no que mais tarde seria chamado de síntese neoclássica, as proposições da economia – no que tange a determinação do nível da capacidade produtiva a ser empregada - ainda poderiam ser descritas pelo pensamento econômico clássico, em que, segundo estes, garantido as condições normais (leia-se, a flexibilidade de preços e salários) a economia tenderia a sua posição de equilíbrio com pleno emprego.