GABARITO: LETRA C
A experiência dos Bancos Comunitários tem nos revelado que o sucesso do microcrédito em um território empobrecido se dá pelo fato de ele ajudar as pessoas a encontrar formas coletivas de consumo, comercialização e produção, a criarem redes locais de prossumatores, onde todos, simultaneamente, são produtores, consumidores, atores e atrizes de transformação social. (...) Assim, não seria salutar o governo federal se beneficiar desses mecanismos e formas de inovação social reveladas pela sociedade?"
De 12 a 15 de março, estaremos realizando em Fortaleza o 3º Encontro Nacional da Rede Brasileira de Bancos Comunitários e os 15 anos de Banco Palmas, o primeiro banco comunitário do Brasil.
Nessa data, já seremos 103 bancos comunitários em 19 Estados do Brasil e somaremos mais de 100 mil operações de microcrédito. E o que é mais importante: tudo feito pela comunidade, com controle social, gerando várias oportunidades de negócios a partir da oxigenação das economias locais.
Nesta data, restará ao Crescer apenas nove meses para alcançar os 3,4 milhões de operações. E sabemos que os bancos públicos estão bem longe disso. Vão ter que correr contra o tempo para "bater sua meta". E é aí que mora o perigo: essa oferta "sob pressão" de crédito para os mais pobres pode levar a um endividamento sem precedentes para as classes populares. Esse seria o pior dos mundos.
Mas, como a esperança é a única que não morre, as finanças solidárias continuam provocando o governo federal para incluir as várias experiências nesse campo como operadoras do Crescer, dentro da lógica da Economia Solidária.
O convite se estende aos bancos públicos para pensarmos formas de cooperação no alcance das metas do programa. Nessa perspectiva, dentro do 3º Encontro da Rede Brasileira de Bancos Comunitários, vamos ter uma mesa específica para diálogo com os bancos públicos, objetivando juntarmos forças, embora com metodologias diferentes, para, dentre outras ações, ajudarmos a alavancar o Crescer.
JOAQUIM MELO, coordenador do Instituto Banco Palmas e da Rede Brasileira de Bancos Comunitários, é integrante da Rede Folha de Empreendedores Socioambientais.