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ID
938053
Banca
FUNCAB
Órgão
PC-ES
Ano
2013
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

O conceito de identificação é abordado por Freud em poucos trabalhos, mas assume uma consistência teórica como poucos conceitos na psicanálise. Em “Psicologia das massas e análise do ego”(1921) , Freud distingue três tipos de identificação, das quais pode-se destacar a identificação:

Alternativas
Comentários
  • Em “Psicologia das Massas e a Análise do Eu” (1921),a partir da pergunta sobre o modo como um grupo se forma e sua capacidade de exercer influência na vida das pessoas, Freud encontra a pulsão pela via do ‘amor’ como a que promove laços, laços que só se fornecem pela via da identificação, o seja, a libido retorna ao eu para investir nos objetos narcisicamente.
      O amor por si mesmo só conhece uma barreira, o amor pelos objetos,e é pela via da identificação que esses objetos são incorporados ao eu, ou seja, são escolhas narcísicas, não havendo uma oposição entre o eu e o objeto, pois Freud irá dizer mesmo que a identificação constitui a forma original de laço emocional com o objeto, e essa identificação só se torna possível porque o sujeito abandona seu “ideal do eu” e o substitui pelo ideal do grupo corporificado na figura do líder, uma identificação ao ideal paterno. Nesse sentido, o supereu é, inicialmente, a primeira identificação, e ele irá conservar pela vida esse caráter, conferido em sua origem no complexo paterno, diz Freud. A renúncia às satisfações pulsionais será a conseqüência para não perder o amor dessa autoridade externa, e é a partir dessa renúncia que a civilização surge. No capítulo VII , que trata especificamente da identificação, Freud traz três formas de identificação: como um laço emocional com um objeto, ligado à idéia da incorporação ao pai mítico; como uma regressão mediante um traço- o que nos aponta a psicose - e como uma qualidade compartilhada com alguém, como a histeria tão bem demonstra.
  • Sigmundo Freud em sua obra “Psicologia das massas e análise do ego" distingue três tipos de identificação: a primeira constitui a forma original de laço emocional com um objeto; a segunda, de maneira regressiva, se torna sucedânea para uma vinculação de objeto libidinal, por assim dizer, por meio de introjeção do objeto no ego; e, por último, pode surgir com qualquer nova percepção de uma qualidade comum partilhada com alguma outra pessoa que não é objeto de instinto sexual.
     
    Como exemplo do segundo tipo de identificação, Freud nos traz o caso da melancolia, na qual há uma cruel autodepreciação do ego, combinada com uma inexorável autocrítica e acerbas autocensuras. Tal depreciação e essas censuras aplicam-se, no fundo, ao objeto perdido e representam a vingança do ego sobre ele. A sombra do objeto caiu sobre o ego, o que torna a introjeção do objeto inequivocamente clara.  
    Freud continua dizendo que na verdade o ego nas melancolias está dividido, separado em duas partes: uma das quais vocifera contra a segunda, sendo esta, aquela que foi alterada pela introjeção e contém o objeto perdido. Já parte que se comporta tão cruelmente abrange a consciência, uma instância crítica dentro do ego, que até em ocasiões normais assume, embora nunca tão implacável e injustificadamente, uma atitude crítica para com a última. Tal instância é capaz de isolar-se do resto daquele ego e entrar em conflito com ele, e é chamada pelo autor de “ideal do ego" e, a título de funções, atribui-lhe a auto-observação, a consciência moral, a censura dos sonhos e a principal influência na repressão. 
     
    GABARITO: B
  • COMENTÁRIO DO PROFESSOR

    Autor: Raiane Ferreira, Psicóloga da Aeronáutica e Professora de Psicologia, de Psicologia

    Sigmundo Freud em sua obra “Psicologia das massas e análise do ego" distingue três tipos de identificação: a primeira constitui a forma original de laço emocional com um objeto; a segunda, de maneira regressiva, se torna sucedânea para uma vinculação de objeto libidinal, por assim dizer, por meio de introjeção do objeto no ego; e, por último, pode surgir com qualquer nova percepção de uma qualidade comum partilhada com alguma outra pessoa que não é objeto de instinto sexual. 

     

    Como exemplo do segundo tipo de identificação, Freud nos traz o caso da melancolia, na qual há uma cruel autodepreciação do ego, combinada com uma inexorável autocrítica e acerbas autocensuras. Tal depreciação e essas censuras aplicam-se, no fundo, ao objeto perdido e representam a vingança do ego sobre ele. A sombra do objeto caiu sobre o ego, o que torna a introjeção do objeto inequivocamente clara.  

    Freud continua dizendo que na verdade o ego nas melancolias está dividido, separado em duas partes: uma das quais vocifera contra a segunda, sendo esta, aquela que foi alterada pela introjeção e contém o objeto perdido. Já parte que se comporta tão cruelmente abrange a consciência, uma instância crítica dentro do ego, que até em ocasiões normais assume, embora nunca tão implacável e injustificadamente, uma atitude crítica para com a última. Tal instância é capaz de isolar-se do resto daquele ego e entrar em conflito com ele, e é chamada pelo autor de “ideal do ego" e, a título de funções, atribui-lhe a auto-observação, a consciência moral, a censura dos sonhos e a principal influência na repressão.  

     

    GABARITO:

  • Freud (1921), identificou três tipos de identificação, quais sejam e, em suma:

    a identificação ao ideal de ego, na qual o próprio ego de uma pessoa é moldado segundo o aspecto daquele que foi tomado como modelo.

    a identificação ao objeto, na qual o ego é remoldado segundo o modelo do que até então constituíra o objeto, assumindo as características deste. O objeto em si mesmo é renunciado e a identificação com este (introjeção dele no ego) aparece como um substituto para esse objeto.

    a identificação à qualidade comum, que pode surgir com qualquer nova percepção algo comum partilhado com alguma outra pessoa que não é objeto de instinto sexual. Quanto mais importante essa qualidade comum é, mais bem-sucedida pode tornar-se essa identificação parcial, podendo representar assim o início de um novo laço. O laço mútuo existente entre os membros de um grupo é da natureza de uma identificação desse tipo, baseada numa importante qualidade emocional comum.

    Quem escolheu a busca não pode recusar a travessia - Guimarães Rosa

    Gabarito: B