O Brasil orgulha-se de ter usinas hidrelétricas como principal matriz energética por serem “fontes limpas”, de baixo impacto ao meio ambiente. Mas esse traço nacional está sendo questionado. Hidrelétricas instaladas ou previstas para serem construídas na Amazônia podem ser tão ou mais poluentes que usinas termelétricas. Dezoito novos reservatórios poderão emitir, em cem anos, até 21 milhões toneladas de metano (CH) e 310 milhões de dióxido de carbono (CO) – dois dos principais gases de efeito estufa, responsável pelo aquecimento do planeta. Como o metano é 32 vezes mais potente no efeito estufa que o gás carbônico, o montante de emissões pode chegar a até 982 milhões de toneladas de “gás carbônico equivalente”. Em cenário mais otimista, o valor é de 369 milhões de toneladas.
Ao se construir uma usina, é obrigatória a retirada da vegetação da área a ser inundada, mas a decomposição da matéria orgânica (biomassa) que sobra do corte das árvores e do carbono presente no solo ocasiona a formação de gás carbônico e metano. Além disso, o rio continuará trazendo sedimentos e matéria orgânica para o reservatório. “A produção desses gases torna-se mais intensa na Amazônia devido à presença abundante de matéria orgânica e da alta temperatura, que favorece a decomposição”, afirma Barros. O metano é formado em zonas sem oxigênio, geralmente áreas mais profundas do reservatório, por bactérias produtoras do gás, as chamadas metanogênicas.
A sugestão dos autores é adotar reservatórios com alta densidade energética – com alto potencial de produzir energia em menor área alagada – para reduzir a emissão de gases de efeito estufa - utilizam predominantemente a correnteza para gerar energia e assim estocam menos volume líquido.
Fonte: https://www2.ufjf.br/noticias/2016/01/28/hidreletricas-na-amazonia-podem-emitir-mais-gases-de-efeito-estufa-que-usinas-a-carvao-oleo-e-gas/