As políticas sociais entram, neste cenário, caracterizadas como: paternalistas,
geradoras de desequilíbrio, custo excessivo do trabalho, e, de preferência, devem ser
acessadas via mercado, transformando‐se em serviços privados. Esse processo é mais
intensivo na periferia do capitalismo, considerando os caminhos da política econômica e
das relações sociais delineados no item anterior, bastando observar a obstaculização do
conceito constitucional de seguridade social no Brasil, a partir dos anos 90 (MOTA, 1995;
BOSCHETTI, 2003; BEHRING; BOSCHETTI, 2006; BEHRING, 2000).
Evidentemente, nessa
perspectiva, os benefícios, serviços e programas sociais deixam de ser direitos sociais para
se tornarem direito do consumidor. Daí as tendências de desresponsabilização e esfinanciamento da proteção social pelo Estado, o que, aos poucos, já que há resistências e
sujeitos em conflito nesse processo eminentemente político, vai configurando um Estado
mínimo para os trabalhadores e um Estado máximo para o capital (NETTO,1993).