Alternativas
O interesse do Brasil no BRICS concentra-se nas iniciativas estratégicas relativas à segurança internacional, mediante a ação coesa em organismos como o Conselho de Segurança da ONU e a Agência Internacional de Energia Atômica, coesão comprovada na votação harmônica das quatro países do BRICS, no âmbito dessas entidades, nos últimos anos.
No Ato de Criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, de 1996, constam como órgãos originários, entre outros, a Conferência de Chefes de Estado e de Governo, o Conselho de Ministros e o Secretariado Executivo, tendo sido criados, desde então, outros órgãos, especialmente para melhor se conduzir a cooperação em âmbito setorial, aprofundando-se a amizade mútua e aperfeiçoando-se a concertação político-diplomática e a cooperação entre seus membros.
A iniciativa de aproximação entre Brasil, Índia e África do Sul, por meio da criação do IBAS, atende ao anseio desses países por coordenar ações de líderes emergentes, de forma a interferirem na fixação de prioridades do G-77, controlarem a influência do C-34 sobre o Conselho Econômico e Social da ONU e articularem posições conjuntas no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC).
No âmbito da Cúpula América do Sul-África, criada em 1990, por iniciativa dos cinco países-membros do MERCOSUL e dos quinze integrantes da Comunidade de Desenvolvimento do Sul da África, além da ALADI, os projetos de cooperação enfatizam o desenvolvimento sustentável e a geração de energia de fontes alternativas e não tratam de segurança, administração pública e economia.
Dado o acirramento de tensões internacionais, é provável que ocorra, embora não prevista, a reforma do Conselho de Segurança da ONU nos próximos anos, ainda na gestão do atual secretário-geral, e, caso ocorra, o Brasil irá figurar como candidato natural da América Latina a um assento permanente no conselho, visto que conta com o apoio da Colômbia, Argentina e Venezuela.