SóProvas


ID
1058854
Banca
FAURGS
Órgão
TJ-RS
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                   Apesar de você

01       Você é a favor ou contra cortarem árvores para.
02   alargar uma rua? A favor ou contra derrubarem uma
03   casa para construir um edifício? Devem ser reabertos
04   os arquivos da ditadura? Proibidas as máscaras nos
05   protestos? Publicadas biografias não autorizadas?
06       A arena de debates públicos foi ampliada virtual-
07   mente ao infinito pela capilaridade das redes sociais.
08   Pode parecer apenas mais uma discussão banal sobre
09   um aumento de 20 centavos nas passagens, mas por
10   _____ de toda polêmica que exalta ânimos e inflama
11   espíritos há um conflito de _____ de mundo, um
12   choque tectônico de ideias. Quase nunca é só pelos 20
13   centavos.
14       Como nem sempre são evidentes todos os aspectos
15   envolvidos em um debate – e como poucas pessoas
16   entendem de todos os assuntos, tirando Leonardo Da
17   Vinci e aquele seu amigo que dá palpite sobre tudo –
18   é comum que fiquemos atentos à maneira como dife-
19   rentes pessoas _____ confiamos se posicionam antes
20   de formarmos a nossa própria opinião. O conceito de
21   formador de opinião, porém, mudou muito nos últimos
22   anos. Hoje há formadores de opinião por todos os lados,
23   para onde você olhar, e por isso mesmo é cada vez
24   mais difícil escolher quem vale a pena ouvir.
25        Na busca da iluminação cotidiana, gosto de prestar
26   atenção em quem entende do riscado: arquitetos para
27   falar de arquitetura, médicos para falar de medicina,
28   juristas para falar de leis. Mas não basta entender do
29   assunto. Para conquistar o meu respeito, é preciso
30   conseguir construir argumentos que voem além dos
31   interesses de sua categoria. Médicos a favor do Mais
32   Médicos, jornalistas contra o diploma de jornalismo,
33   empresários dispostos a perder algum dinheiro: pode-se
34   concordar ou não com eles, mas ganham um crédito
35   adicional de confiança por pensarem com a cabeça e
36   não com o bolso ou o coração.
37       Quero que o formador de opinião seja coerente,
38   mas, se for dizer algo desatinadamente oposto _____
39   disse antes, que reconheça isso, com humildade, porque
40   mudar de opinião, às vezes, é um sinal de inteligência
41   e integridade. Quero ler opiniões _____ me surpreen-
42   dam de vez em quando, porque o pensador indepen-
43   dente não se torna refém de inclinações políticas ou
44   ideológicas – e nada é mais triste do que ver pessoas
45   inteligentes esforçando-se para tornar plausível um
46   pensamento torto apenas para justificar uma ideologia
47   ou um interesse particular. Ainda assim, quero o
48   conforto de saber que certas pessoas têm a capacidade
49   de iluminar os caminhos mais tortuosos, invariavel-
50   mente apontando para a trilha do que é justo, honesto,
51   honrado, coerente.
52       A polêmica recente envolvendo o grupo de artistas.
53   que defende restrições às biografias não autorizadas
54   talvez seja lembrada menos pelo assunto em si do
55   que pelo fato de ter colocado sob fogo cerrado dois
56   dos nomes mais emblemáticos da cultura brasileira.
57   Não me importa que Caetano Veloso e Chico Buarque
58   de Hollanda tenham opiniões diferentes das minhas –
59   muitas vezes tiveram, inclusive politicamente. O que é
60   triste é ver que emprestaram seu prestígio não a um
61   princípio ou a uma causa maior do que eles, mas a
62   interesses restritos ao seu cercadinho. Pois, levado ao
63   limite, o raciocínio da proteção à privacidade torna
64   impossível publicar qualquer coisa que contrarie o
65   interesse de qualquer pessoa – o que, vamos combinar,
66   é muito parecido com censura.
67       O mais irônico é que justamente esse gesto pode
68   vir a ser a nota mais embaraçosa das biografias dos
69   dois – quando, “apesar de você”, elas forem escritas.
70   E serão.

Adaptado de: LAITANO, Cláudia. Zero Hora, 12 out. 2012, n.º 17581.

Considere o trecho a seguir, extraído do texto (l. 22-24).

Hoje há formadores de opinião por todos os lados, para onde você olhar, e por isso mesmo é cada vez mais difícil escolher quem vale a pena ouvir.

Assinale a alternativa que propõe uma conversão do trecho acima para o passado que esteja de acordo com a norma gramatical e que preserve a perspectiva modal e as relações de ordenamento entre estados e eventos expressas originalmente.

Alternativas
Comentários
  • Verbo haver no sentido de existir fica no singular, já mata a,d,e. Agora,

    Segunda análise, é olhar a correlação verbal dos tempos,a única que esta de acordo com a correlação é a letra c. Pret. Imp. Ind.+Pret.imp.sub. Caso eu teja errado,só corrigir.

  • O verbo haver no sentido de existir, não varia. Dessa forma não vai para o plural. 


    era só isso que você precisava saber para matar essa questão.

    fácil, simples, como tudo na língua portuguesa ! 

  • Não é só no sentido de existir, mas também no de OCORRER! Detalhe: o verbo é impessoal e passa a impessoalidade eventual verbo que o possa acompanhar. ex.: Deve haver bons motivos.

    É impessoal (ou seja, não tem sujeito).

  • Verbos haver e fazer impessoais: O verbo haver(no sentido de existir, ou indicando tempo transcorrido) e o verbo fazer( indicando tempo transcorrido) são impessoais, isto é, não possuem sujeitos . Devem, portanto, ficar na terceira pessoa do singular.

    Exemplos: Havia sérios compromissos.

    Fazia dez anos que ele não vinha a São Paulo.

    Deve haver sérios compromissos.


    OBS: Que, quando um verbo auxiliar se junta a um verbo impessoal, ele também fica no singular.

  • havia - ficará no impessoal!

  • Resposta C: O verbo haver com sentido de existir deve ficar na 3ª pess. do singular, logo o havia está correto e os verbos olhar, ser e valer estão no mesmo tempo verbal, pretérito imperfeito.

  • São três as situações em que o verbo HAVER será um caso especial de concordância verbal: 

    Verbo HAVER no sentido de ACONTECER ou EXISTIR, ou ainda, indicando TEMPO TRANSCORRIDO é um verbo impessoal (sem sujeito), logo, não varia, permanecendo no singular. 

  • Pra quê todo esse enfeite na questão? Pra assustar é? kkkkkk

  • Hahaha eu também fiquei preocupado com o enunciado da questão, mas a resolução dela não se mostrou difícil. Haja coração!

     

    Vida longa e próspera, C.H.

  • Concurseiro Salmista.

    Exatamente essa análise que me faez marcar a B, pois a impessoalidade do verbo haver já elimina três alternativas, deixando a B e a C.
    Porém, o enunciado está no Idicativo, o e "olhasse" da letra D me chamou atenção por estar no subjuntivo.
    Acredito que não tenha compreendido bem o comando da questão.

  • Apenas comlementando o comentário do colega concurseiro salmista.

     

    CORRELAÇÃO VERBAL

    É preciso que haja articulação temporal entre os verbos, que eles se correspondam de maneira a expressar as ideias com lógica.

    Tempos e modos verbais devem, portanto, combinar entre si. 
     

    Exemplo:
     

    Seu eu dormisse durante as aulas, jamais aprenderia a lição. 

    No caso, o verbo dormir está no pretérito imperfeito do subjuntivo. Sabemos que o subjuntivo expressa dúvida, incerteza, possibilidade, eventualidade. Assim, em que tempo o verbo aprender deve estar, de maneira a garantir que o período tenha lógica? 

    Na frase, aprender é usado no futuro do pretérito (aprenderia), um tempo que expressa, dentre outras ideias, uma afirmação condicionada (que depende de algo), quando esta se refere a fatos que não se realizaram e que, provavelmente, não se realizarão. O período, portanto, está correto, já que a ideia transmitida por dormisse é exatamente a de uma dúvida, a de uma possibilidade que não temos certeza se ocorrerá. 

     

    CORRELAÇÕES VERBAIS CORRETAS

    Presente do indicativo + Presente do subjuntivo: 
    Exijo que você faça o dever. 
     

    Pretérito perfeito do indicativo + Pretérito imperfeito do subjuntivo:
    Exigi que ele fizesse o dever. 
     

    Presente do indicativo + Pretérito perfeito composto do subjuntivo:
    Espero que ele tenha feito o dever. 
     

    Pretérito imperfeito do indicativo + mais-que-perfeito composto do subjuntivo:
    Queria que ele tivesse feito o dever. 
     

    Futuro do subjuntivo + Futuro do presente do indicativo:
    Se você fizer o dever, eu ficarei feliz. 
     

    Pretérito imperfeito do subjuntivo + Futuro do pretérito do indicativo:
    Se você fizesse o dever, eu leria suas respostas. 
     

    Pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo + Futuro do pretérito composto do indicativo:
    Se você tivesse feito o dever, eu teria lido suas respostas. 
     

    Futuro do subjuntivo + Futuro do presente do indicativo:
    Quando você fizer o dever, dormirei
     

    Futuro do subjuntivo + Futuro do presente composto do indicativo:
    Quando você fizer o dever, já terei dormido.