SóProvas


ID
1060330
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
PC-DF
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

       Pavio do destino
                        Sérgio Sampaio

01   O bandido e o mocinho
       São os dois do mesmo ninho
       Correm nos estreitos trilhos
04   Lá no morro dos aflitos
       Na Favela do Esqueleto
       São filhos do primo pobre
07   A parcela do silêncio
       Que encobre todos os gritos
       E vão caminhando juntos
10   O mocinho e o bandido
       De revólver de brinquedo
       Porque ainda são meninos

13   Quem viu o pavio aceso do destino?

       Com um pouco mais de idade
       E já não são como antes
16   Depois que uma autoridade
       Inventou-lhes um flagrante
      Quanto mais escapa o tempo
19  Dos falsos educandários
      Mais a dor é o documento
      Que os agride e os separa
22  Não são mais dois inocentes
      Não se falam cara a cara
      Quem pode escapar ileso
25  Do medo e do desatino

      Quem viu o pavio aceso do destino?

      O tempo é pai de tudo
28  E surpresa não tem dia
      Pode ser que haja no mundo
      Outra maior ironia
31  O bandido veste a farda
      Da suprema segurança
      O mocinho agora amarga
34  Um bando, uma quadrilha
      São os dois da mesma safra
      Os dois são da mesma ilha
37  Dois meninos pelo avesso
      Dois perdidos Valentinos
      Quem viu o pavio aceso do destino?


A respeito dos sentidos do texto de Sérgio Sampaio, que constitui a letra de uma música, julgue o item seguinte.

Infere-se da leitura dos versos “O bandido veste a farda / Da suprema segurança / O mocinho agora amarga / Um bando, uma quadrilha” (v.31-34) que houve uma inversão: o menino que fazia o papel de mocinho na brincadeira virou bandido quando adulto, e o que fazia o papel de bandido se tornou policial. Na mesma estrofe, os termos “surpresa” (v.28), “ironia” (v.30) e “avesso” (v.37) ratificam essa interpretação. 

Alternativas
Comentários
  • Não gosto deste tipo de questão, pois, para mim, interpretação de texto tem muito a ver com a experiência e percepção de cada um, mas se cai na prova, tem que fazer. Pelo menos, nesse caso, a questão é relativamente fácil.
    A interpretação proposta pelo tópico da questão pode ser inferida pelo texto. Nas primeiras linhas, fica entendido que são duas crianças que brincam/correm (l.3 e l.11) na favela (l.5), que após serem enquadrados em um falso flagrante (l.17) tomam rumos diferentes (l.21, l.23). Por fim, as palavras surpresa, ironia e avesso (nas linhas indicadas) reforçam a ideia de que houve uma troca (o bandido passa a vestir farda, e o mocinho agora amarga um bando, uma quadrilha). Os dois meninos que cresceram e brincaram juntos, tomaram rumos diferentes na vida.

  • Acertei a questão porque fui politicamente correto. 

    Mas o autor deixa margem à interpretação: Por que o "bandido" veste a farda e o "mocinho" amarga uma quadrilha? 

    Será que o mocinho virou bandido por causa da injustiça social onde vivia (Depois que uma autoridade
      / Inventou-lhes um flagrante
    ) e o bandido virou policial para a prática de corrupção, que havia sofrido pelas autoridades?  

    Os termos “surpresa” (v.28), “ironia” (v.30) e “avesso” (v.37) TAMBÉM ratificam a interpretação contrário.

  • Gente, questão de inferência como essa está sempre correta se a interpretação for possível, mesmo que haja outras interpretações cabíveis.

  • Confundi ratificar com retificar...

  • A questão pede que sejam interpretados os versos citados no enunciado. De acordo com o poema, os dois meninos fazem parte de uma mesma geração, em que ambos seguem destinos totalmente diferentes aos que seguiam quando crianças. O bandido, agora, usa “farda da suprema segurança”, ou seja, usa uma farda para exercer o papel de “mocinho”, de alguém voltado para a justiça. Já o mocinho cresce e faz parte de uma quadrilha, se envolvendo completamente no mundo da ilegalidade. O verso “dois meninos pelo avesso” (ou seja, dois meninos transformados, dois meninos “ao contrário”, que não são mais os mesmos, mas os opostos de antes) confirma a interpretação.


    Alternativa correta.


  • Ratificar: Confirmar


    Retificar: Corrigir

  • surpresa: O bandido veste a farda

    ironia:  Um bando, uma quadrilha

    avesso:O bandido veste a farda e O mocinho agora amarga


  • Questão difícil que deve ser interpretada restringindo-se aos versos mencionados na questão. Porque se vc se basear em outros versos do texto a afirmativa estaria errada. Ex:

    Com um pouco mais de idade
    E já não SÃO como antes
    Depois que uma autoridade
    Inventou-LHES um flagrante

    Aqui fica claro que os dois meninos que brincavam de polícia e ladrão foram presos e vitimados por uma autoridade que forjou um flagrante. Entretanto, nos versos mencionados na questão não há uma continuidade desse raciocínio ou "narrativa" há uma quebra de continuidade e, apesar de incoerente com texto, realmente os versos relatam a inversão de papéis dos meninos. 

    Acho que temos que ficar mais atento com textos poéticos, pois devido as suas característica próprias fogem um pouco do que estamos acostumado. 

    Obs: eu errei

  • Como inferir uma coisa que está escrita no texto? O que a questão pede está explícito e expresso no texto.

  • Autor: Verônica Ferreira , Professora de Português

     

    A questão pede que sejam interpretados os versos citados no enunciado. De acordo com o poema, os dois meninos fazem parte de uma mesma geração, em que ambos seguem destinos totalmente diferentes aos que seguiam quando crianças. O bandido, agora, usa “farda da suprema segurança”, ou seja, usa uma farda para exercer o papel de “mocinho”, de alguém voltado para a justiça. Já o mocinho cresce e faz parte de uma quadrilha, se envolvendo completamente no mundo da ilegalidade. O verso “dois meninos pelo avesso” (ou seja, dois meninos transformados, dois meninos “ao contrário”, que não são mais os mesmos, mas os opostos de antes) confirma a interpretação. 


    Alternativa correta.

  • O pior de tudo, é que à minha interpretação só há UM menino, que tem em si um mocinho e um bandido, ou seja, assim como qualquer pessoa não é só mocinho ou só bandido. MAS, concordo com uns do comentários  que afirma, que nessas questões, se a conclusão apresentada pela banca for uma das possíveis, marque como CERTA.

  • GABARITO: CERTO

     

    De fato, houve uma inversão de papéis: o mocinho tornou-se bandido (amarga uma quadrilha) e o bandido tornou-se policial (veste a farda). Os termos SURPRESA, IRONIA e AVESSO deixam essa inversão subentendida. De fato, houve uma inversão de papéis: o mocinho tornou-se bandido (amarga uma quadrilha) e o bandido tornou-se policial (veste a farda). Os termos SURPRESA, IRONIA e AVESSO deixam essa inversão subentendida.

     

    Prof. Giancarla Bombonato - Alfacon

  • É só observar que "Bandido" e "Mocinho" são os papéis que existem na brincadeira Polícia x Ladrão.

    No decorrer do texto, deixa claro que o que era "Bandido" na brincadeira, passou a vestir a farda, acontecendo o oposto com o "Mocinho", hoje, dono de quadrilha.

  • Boa, padrão, caveira.
    remete-se que eles trocaram de posição depois que cresceram, posição no sentido da vida, o que era bandido virou operacional, e o mocinho virou palhaço.

    GAB: Certo.
     

  • questão: torna-se um eu lírico kkkk

  • RATIFICAR: CONFIRMAR

    RETIFICAR: EDITAR, CORRIGIR

  • canção triste!

  • Certo. Está perfeita a interpretação da questão.

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  • essa questão não tem certo ou errado,o CESPE poderia colocar o que quiser.

  • Errei, pois no trecho "Inventou-lhes um flagrante" interpretei que um dos meninos não é bandido, pois se foi inventada uma história de flagrante, o individuo não havia cometido nenhum crime.

    Acho que viajei demais.. rs

  • Concordo plenamente com o daniel velten.

  • Ratificar = confirmar

  • Interpretação de texto... pode existir várias interpretações, depende muito do que o autor do texto quis dizer. Questões como essa caem nas provas e nos deixa a pensar o que o autor quis dizer nas entrelinhas. Enfim... é só um desabafo.

    No que se refere a questão é tudo o que os colegas já disseram. Inversão de valores, então na mesma estrofe, os termos “surpresa” (v.28), “ironia” (v.30) e “avesso” (v.37) ratificam essa interpretação.

    Gab. Certo

  • Na minha opinião não existe certo nem errado!

  • Inversão de valores, Só isso.

    Certo!

    Se for pra cair, que seja atirando.

  • Interpretei que o bandido da infância entrou pra alguma polícia.

  • Acredito eu que o que complica essa questão é o fato de que o examinador trás na assertiva informações não contidas no texto, o que por sua vez gera incerteza nos candidatos na hora de assinalar a questão...

    Isso não é forma de avaliar alguém!

  • só pra lembrar e ter atenção: 'retificar' é usada no sentido de “corrigir alguma coisa”, e a palavra 'ratificar' é usada no sentido de “confirmar alguma coisa”.

  • Com um pouco mais de idade

          E já não são como antes

    16  Depois que uma autoridade

          Inventou-lhes um flagrante

    Só não entendi o motivo do uso termo "lhes".

    Deu a entender que eles ainda estavam juntos e que outra pessoa (autoridade) inventou um flagrante contra eles.

    Alguém poderia me explicar, por gentileza?

  • CERTO

    Inferir-se é sinônimo de: concluir-se, imaginar-se, deduzir-se.

  • o menino que fazia o papel de mocinho na brincadeira

    Que brincadeira? polícia e ladrão?

  • Responder novamente.

  • Certo.

    Ao evidenciar surpresa, diante de uma ironia e de uma situação avessa deixa claro que houve uma inversão de papéis: o bandido da brincadeira virou um agente de segurança, função esta do policial; já o mocinho da mesma brincadeira virou integrante de uma quadrilha, um bandido.

  • Respondi pelo segmento:

    O tempo é pai de tudo e surpresa não tem dia...qual surpresa? O bandido agora veste farda e o mocinho agora amarga um bando.

  • A palavra que denota a inversão é “agora”: antes eles assumiam os papéis X e Y; agora, esses papéis estão invertidos.