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ID
108307
Banca
MPE-SC
Órgão
MPE-SC
Ano
2010
Provas
Disciplina
Criminologia
Assuntos

I - Pode-se dizer que a "Teoria das Janelas Quebradas", formulada por Kelling e Wilson (estudo publicado em 1982), sublinha a necessidade de atenção e cuidados especiais com a segurança, no sentido de se evitar a ação dos criminosos.

II - Ainda sobre os fundamentos de tal teoria (Janelas Quebradas), não é errado afirmar que a vítima tem importante papel no fenômeno crime.

III - O programa "tolerância zero", executado com sucesso na cidade de Nova Iorque sob a gestão do prefeito Rudolf Giuliani, estabelecia como estratégia de combate a delinqüência a repressão prioritária aos crimes mais graves.

IV - Na verdade, tal programa (tolerância zero) se fundamentou na repressão integral ao crime, sem retirar a importância de se punir também os delitos considerados mais leves, a exemplo do salto às catracas do metrô de Nova Iorque.

V - Não é errado afirmar-se que o mencionado programa "Tolerância Zero", executado em Nova Iorque sob a chefia do policial Willian Bratton, teve como base teórica o estudo formulado por Kelling e Wilson (a referida Teoria das Janelas Quebradas).

Alternativas
Comentários
  • Caros colegas, perdoem a fonte, mas aqui vai:
    "O livro é baseado num artigo com o título "Broken Windows" de James Q. Wilson e George L. Kelling, que surgiu em março de 1982 no The Atlantic Monthly. O título provém dos seguintes exemplos:
    "Considere-se um edifício com algumas janelas quebradas. Se as janelas não são reparadas, a tendência é para que vândalos partam mais janelas. Eventualmente, poderão entrar no edifício, e se este estiver desocupado, tornam-se "ocupas" ou incendeiam o edifício.
    Ou considere-se um passeio. Algum lixo acumula-se. Depois, mais lixo acumula. Eventualmente, as pessoas começam a deixar sacos de lixo."
    Uma estratégia de êxito para prevenir o vandalismo, dizem os autores do estudo, é arranjar os problemas quando eles são pequenos. Reparar as janelas quebradas em pouco tempo, dizem os autores, e ver-se-á que os vândalos terão menos probabilidade de estragar mais. Limpar os passeios, e a tendência será de o lixo não acumular.
    A teoria faz duas afirmações principais: que o crime de pequena escala ou comportamento anti-social é diminuído, e que o crime de grande escala é, como resultado, prevenido. A principal crítica desta teoria foca sobretudo esta última afirmação, que considera não provada." (WIKIPEDIA) - Alternativa IV correta.
    Quanto ao Programa Tolerância Zero, realmente o prefeito Giuliani implementou essa atuação na cidade de Nova York com ótimos resultados práticos na questão da segurança da cidade.A informação sobre William Bratton também procede: "In 1994, William Bratton was appointed the 38th Commissioner of the NYPD by Mayor Rudolph W. Giuliani. He cooperated with Giuliani in putting the broken windows theory into practice. He had success in this position, and introduced the CompStat system of tracking crimes, which proved successful in reducing crime in New York City and is still used to this day. A new tax surcharge enabled the training and deployment of around 5,000 new better-educated police officers, police decision-making was devolved to precinct level, and a backlog of 50,000 unserved warrants was cleared. The CompStat real-time police intelligence computer system was effectively introduced and integrated. Police numbers were further boosted in 1995 when New York's housing and transit police were merged into the New York Police Department." (desculpem pela falta de tradução) - Alternativa V correta.
    As alternativas I, II e III são falsas, pois contradizem a teoria das janelas quebradas e a política de tolerância zero. Salvo melhor juízo. Abraços!
     

  • Prezados,

    interessante mencionar que tal teoria faz parte do conjunto que forma o Direito Penal do Inimigo (Jakobs), bem como as teorias da tolerência zero e do three strikes you're out.

  • P q o primeiro item está falso?
  • O problema é que a Teoria das Janelas Quebradas não visa, diretamente, evitar a ação dos criminosos, mas punir qualquer delito pequeno para que os mais graves não surjam. 
    Em suma, a teoria diz, metaforicamente, que se for deixado um veículo em perfeitas condições em um lugar ele tende a permanecer da mesma forma. Agora se você deixar um veículo com a janela quebrada em algum lugar as pessoas vão pensar que ele está abandonado ou algo desse tipo e vão depená-lo: tirarão as rodas, o som, as portas etc.
    Assim, a teoria visa reprimir os crimes leves (janelas quebradas) para que não ocorram os crimes de maior potencial ofensivo (carro depenado).

  • Em três anos, o número de delitos em Nova Iorque foi reduzido à metade. O índice de homicídios é o menor dos últimos 30 anos. Para isso, foi utilizada a teoria das janelas quebradas: resolver os problemas enquanto ainda são pequenos.

    Dois criminologistas da Universidade de Harvard, James Wilson e George Kelling, publicaram a teoria das "janelas quebradas" em The Atlantic, em março de 1982. A teoria baseia-se num experimento realizado por Philip Zimbardo, psicólogo da Universidade de Stanford, com um automóvel deixado em um bairro de classe alta de Palo Alto (Califórnia). Durante a primeira semana de teste, o carro não foi danificado. Porém, após o pesquisador quebrar uma das janelas, o carro foi completamente destroçado e roubado por grupos vândalos, em poucas horas.

    De acordo com os autores, caso se quebre uma janela de um edifício e não haja imediato conserto, logo todas as outras serão quebradas. Algo semelhante ocorre com a delinqüencia.

    A teoria começou a ser aplicada em Boston, onde Kelling, assessor da polícia local, recebeu a incumbência de reduzir a criminalidade no metrô - um problema que afastava muitos passageiros, gerando um prejuízo de milhões de dólares. Contudo, o programa não chegou a ser concluído por causa de uma redução orçamentária.

    Em 1990, Kelling e Wilson Bratton, foram destinados a Nova Iorque e começaram a trabalhar novamente. O metrô foi o primeiro laboratório para provar que, se "arrumassem as janelas quebradas", a delinqüencia seria reduzida. A polícia começou a combater os delitos menores. Aqueles que entravam sem pagar, urinavam ou ingeriam bebidas alcoólicas em público, mendigavam de forma agressiva ou que pichavam as paredes e trens eram detidos, fichados e interrogados. As pichações eram apagadas na hora, e os "artistas" não podiam admirá-las por muito tempo.

    Após vários meses de campanha, a delinqüencia no metrô foi reduzida em 75% e continuou caindo de ano para ano. Após o sucesso no metrô e nos parques, foram aplicados os mesmos princípios em outros lugares e em outras cidades. Não se afirma que os resultados obtidos sejam exclusivos destas medidas, mas a experiência de Nova Iorque repercutiu em todo o país.

    Artigo extraído do jornal Interprensa - junho/1997

  • O item II está correto

    Se a vítima deixa a janela quebrada, há a possibilidade maior de crime

    Pelo menos conforme essa Teoria

    Abraços

  • Vamos lá:

    I - está errado porque o objeto deste estudo não é a segurança e sim, a ordem

    II - errado porque a vítima não faz parte deste experimento;

    III - errado porque não se prioriza os crimes mais graves e sim, a repressão aos crimes mais leves, evitando que se repliquem em crimes mais graves

    IV e V - corretas

  • Assertiva A

    IV - Na verdade, tal programa (tolerância zero) se fundamentou na repressão integral ao crime, sem retirar a importância de se punir também os delitos considerados mais leves, a exemplo do salto às catracas do metrô de Nova Iorque.

    V - Não é errado afirmar-se que o mencionado programa "Tolerância Zero", executado em Nova Iorque sob a chefia do policial Willian Bratton, teve como base teórica o estudo formulado por Kelling e Wilson (a referida Teoria das Janelas Quebradas).

    A teoria ficou conhecida por esse nome em virtude da experiência realizada, demonstrando como a simples quebra de uma janela pode desencadear uma sequência de crimes mais graves.

    há relação de causalidade entre desordem e criminalidade, entre a não repressão a pequenos delitos e a criminalidade violenta. 

    Vunesp

  • A teoria das JANELAS QUEBRADAS, consiste na ideia de que se um crime de menor potencial ofensivo não for devidamente punido pelo Estado o mesmo colherá consequências de crimes mais gravosos.