SóProvas


ID
1106014
Banca
FCC
Órgão
TJ-RJ
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Nosso espaço

Já somos mais de 6 bilhões, não contando o milhão e pouco que nasceu desde o começo desta frase. Se fosse um planeta bem administrado isso não assustaria tanto. Mas é, além de tudo, um lugar mal frequentado. Temos a fertilidade de coelhos e o caráter dos chacais, que, como se sabe, são animais sem qualquer espírito de solidariedade. As megacidades, que um dia foram símbolos da felicidade bem distribuída que a ciência e a técnica nos trariam - um helicóptero em cada garagem e caloria sintética para todos, segundo as projeções futuristas de anos atrás -, se transformaram em representações da injustiça sem remédio, cidadelas de privilégio cercadas de miséria, uma réplica exata do mundo feudal, só que com monóxido de carbono.
Nosso futuro é a aglomeração urbana e as sociedades se dividem entre as que se preparam - conscientemente ou não - para um mundo desigual e apertado e as que confiam que as cidadelas resistirão às hordas sem espaço. Os jornais ficaram mais estreitos para economizar papel, mas também porque diminui a área para a expansão dos cotovelos. Adeus advérbios de modo e frases longas, adeus frivolidades e divagações superficiais como esta. A tendência de tudo feito pelo homem é a diminuição - dos telefones e computadores portáteis aos assentos na classe econômica. O próprio ser humano trata de perder volume, não por razões estéticas ou de saúde, mas para poder caber no mundo.

(Adaptado de Luís Fernando Veríssimo, O mundo é bárbaro)


Atente para as seguintes afirmações:

I. A palavra megacidade é adequada para expressar a aglomeração urbana, tanto quanto cidadela é adequada para expressar o pequeno contingente de privilegiados.

II. Referindo-se ao Nosso futuro, o autor antevê que a progressiva falta de espaço só agravará as presentes desigualdades sociais.

III. Em adeus frivolidades e divagações superficiais como esta, o cronista mostra-se um crítico implacável do novo estilo a que os escritores deverão submeter-se.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma em

Alternativas
Comentários
  • a) linha 17 a 19- os jornais ficaram mais estreitos.....para economizar papel- a numero 3 falsa

    b) verdadeira

  • Não vi erro na III, alguém explica°? Como os jornais ficarão menores, os escritores ficarão submetidos a um estilo mais pobres, sem divagações e blablabla.

  • Ainda não entendi pq a c está errada!

  • "Os jornais ficaram  mais estreitos para economizar papel, mas também porque  diminui a área para a expansão dos cotovelos."

    Este é o motivo pelo qual o cronista diz "adeus frivolidades e divagações superficiais como esta", e não por ser um novo estilo de escrita.

    Mas, é relativo, pq se o cronista precisa economizar papel, precisa arrumar uma nova maneira de escrever as mesmas coisas em um espaço menor.

    È uma resposta objetiva pq está claro no texto o motivo.......mas se for para interpretar, como é o caso, a C também está certa.

  • O erro da letra C é que o cronista não é um "crítico implacável do novo estilo" (o novo estilo seria o de frases curtas, advérbios de modo curtos, sem divagações, etc). A crítica que ele faz é ao todo, à perda de volume em geral. Não se pode falar em crítica implacável a esse novo estilo. Seria especificar uma crítica que está sendo feita de modo geral. 

  • Item I. Megacidade = aglomeração (ok) / Agora vejam este trecho: "(...) as sociedades se dividem entre as que se preparam - conscientemente ou não - para um mundo desigual e apertado (sociedades organizadas) e as (sociedades) que confiam que as cidadelas resistirão às hordas (desordem) sem espaço (sociedades desorganizadas, ou seja, a grande maioria)."

    Não entendi porque "cidadela" representa, neste caso, pequeno contingente. ??????????

  • "as cidadelas resistirão às hordas sem espaço..." 

    Pq a alternativa 'a' esta correta quando diz que : cidadela representa pequeno contingente de privilegiados ??? 

  • 7 anos depois e ninguém explicou pq a C tá errada.

  • III. Em adeus frivolidades e divagações superficiais como esta, o cronista mostra-se um crítico implacável do novo estilo a que os escritores deverão submeter-se.

    Primeiramente, temos que ler o enunciado e verificar que a opção destaca somente o trecho em negrito, logo, eu acredito que não seja um crítico IMPLACÁVEL pois não há argumentos suficientes que comprovem tal atitude dentro dessa frase, uma crítica vem acompanha de mais opiniões, embasamento etc.. e no trecho ele somente fala brevemente sobre o assunto.

  • No meu mundo, megacidade relaciona-se com cidade muito grande. Não sei no mundo do examinador como é.