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ID
1110127
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
UFS
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Sobre a origem de tudo

Marcelo Gleiser

Volta e meia retorno ao tema da origem de tudo, que inevitavelmente leva a refexões em que as fronteiras entre ciência e religião meio que se misturam. Sabemos que as primeiras narrativas de criação do mundo vêm de textos religiosos, os mitos de criação. O Gênesis, primeiro livro da bíblia, é um exemplo deles, se bem que é importante lembrar que não é o único.

Talvez seja surpreendente, especialmente para as pessoas de fé, que a ciência moderna tenha algo a dizer sobre o assunto. E não há dúvida que o progresso da cosmologia e da astronomia levaram a um conhecimento sem precedentes da história cósmica, que hoje sabemos teve um começo há aproximadamente 13,8 bilhões de anos. Tal como você e eu, o Universo também tem uma data de nascimento.

A questão complica se persistimos com essa analogia: você e eu tivemos pais que nos geraram. Existe uma continuidade nessa história, que podemos traçar até a primeira entidade viva. Lá, nos deparamos com um dilema: como surgiu a primeira entidade viva, se nada vivo havia para gerá-la? Presumivelmente, a vida veio da não vida, a partir de reações químicas entre as moléculas que existiam na Terra primordial. E o Universo? Como surgiu se nada existia antes?

A situação aqui é ainda mais complexa, visto que o Universo inclui tudo o que existe. Como que tudo pode vir do nada? A prerrogativa da ciência é criar explicações sem intervenção divina. No caso da origem cósmica, explicações científcas encontram desafos conceituais enormes.

Isso não signifca que nos resta apenas a opção religiosa como solução da origem cósmica. Signifca que precisamos criar um novo modo de explicação científca para lidar com ela.

Para dar conta da origem do Universo, os modelos que temos hoje combinam os dois pilares da física do século 20, a teoria da relatividade geral de Einstein, que explica a gravidade como produto da curvatura do espaço, e a mecânica quântica, que descreve o comportamento dos átomos. A combinação é inevitável, dado que, nos seus primórdios, o Universo inteiro era pequeno o bastante para ser dominado por efeitos quânticos. Modelos da origem cósmica usam a bizarrice dos efeitos quânticos para explicar o que parece ser inexplicável.

Por exemplo, da mesma forma que um núcleo radioativo decai espontaneamente, o Cosmo por inteiro pode ter surgido duma futuação aleatória de energia, uma bolha de espaço que emergiu do “nada”, que chamamos de vácuo. O interessante é que essa bolha seria uma futuação de energia zero, devido a uma compensação entre a energia positiva da matéria e a negativa da gravidade. Por isso que muitos físicos, como Stephen Hawking e Lawrence Krauss, falam que o Universo veio do “nada”. E declaram que a questão está resolvida. O que é um absurdo. O nada da física é uma entidade bem complexa.

Esse é apenas um modelo, que pressupõe uma série de conceitos e extrapolações para fazer sentido: espaço, tempo, energia, leis naturais. Como tal, está longe de ser uma solução para a questão da origem de tudo. Não me parece que a ciência, tal como é formulada hoje, pode resolver de vez a questão da origem cósmica. Para tal, precisaria descrever suas próprias origens, abranger uma teoria das teorias. O infnito e seu oposto, o nada, são conceitos essenciais; mas é muito fácil nos perdermos nos seus labirintos metafísicos.

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/2013/12/1385521-sobre-a-origem-de-tudo.shtml.

Em “E não há dúvida que o progresso....”, NÃO há atendimento à norma padrão quanto à

Alternativas
Comentários
  • “E não há dúvida que o progresso....” (errado)

    “E não há dúvida DE que o progresso....” (certo)

    Portanto, não há atendimento à norma padrão quanto à regência nominal, pois é o substantivo "dúvida" que demonstra a necessidade de preposição. 
  • Regência Nominal:

    Dúvida - Acerca de, em, sobre.

  • Pelo amor de Deus Leonardo Silva.

    Quando for usar o espaço pra comentários, faça com o intuito de agregar mais conhecimento ao site. 

    Colocar apenas o gabarito da questão não ajuda em nada.

  • Agrega sim, Silvano, para quem não estiver com o plano avançado. Mês passado, por exemplo, eu estava com o meu cartão estourado, e tive que esperar o próximo mês.  Fiquei olhando o gabarito nos comentários.


  • Obrigada Leonardo por postar o gabarito.

  • Quem tem dúvida, tem dúvida de quê? Dúvida é substantivo, então é regência nominal.

  • Se a regência é nominal OBRIGATORIAMENTE deve haver o uso de preposição

  • E não há dúvida que o progresso

     

    Quem tem dúvida, tem dúvida DE algo, logo tem erro de Regência Nominal.

     

    E não há dúvida DE que o progresso.

     

    Gabarito: A

  • DÚVIDA. SUBSTANTIVO.

    DUVIDAR.VERBO.

    PREPOSIÇÃO USA PELOS DOIS "DE".

    QUEM DUVIDA, DUVIDA "DE" ALGUMA COISA...

  • NÃO HÁ DÚVIDA DE QUE.

  • QUEM DUVIDA, DUVIDA DE ALGO 

    REGENCIA DE NOME 

  • Gabarito letra A

    Regência nominal é o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição.

    No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo.

    Verbo obedecer e os nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos pela preposição "a".Veja:

    Obedecer a algo/ a alguém.

    Obediente a algo/ a alguém.

    A Concordância nominal se baseia na relação entre um substantivo (ou pronome, ou numeral substantivo) e as palavras que a ele se ligam para caracterizá-lo (artigos, adjetivos, pronomes adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Basicamente, ocupa-se da relação entre nomes.

    Lembre-se: normalmente, o substantivofunciona como núcleo de um termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal.

  • O correto seria: "E não há dúvida DE que o progresso"

    Quem tem dúvida, tem dúvida DE algo, logo tem erro de Regência Nominal.

  • Errei de bobeira essa questão.